Em vésperas da centenária edição da Volta a França, o norte-americano Lance Armstrong reacende a polémica em torno do ciclismo ao afirmar que é impossível vencer a mítica prova gaulesa sem recurso a substâncias dopantes.
«É impossível vencer o Tour sem doping. É uma prova de resistência em que o oxigénio é determinante», disse em entrevista ao Le Monde o corredor que perdeu os sete títulos conquistados nas estradas francesas devido a doping.
«Posso dar um exemplo: o EPO não vai ajudar um sprinter a vencer uma prova de 100 metros mas será determinante para um corredor de 10.000 metros. É óbvio», prosseguiu, defendendo-se: «Não inventei o doping. Simplesmente participei no sistema. Nunca tive medo dos controlos. O nosso sistema era muito simples e não tinha riscos. Ficava com mais medo das passagens pelas alfândegas.»
Lembrando que as substâncias dopantes existem desde sempre, Armstrong considerou ainda que «a cultura do doping nunca irá acabar.»
«Fui muito duro com as pessoas. Competir uma bicicleta é perfeito. Fora dela, não. Não distingui as coisas», atirou, antes de finalizar: «Nunca irei conseguir reparar o que fiz mas vou passar o resto da vida a tentá-lo.»
Em outubro de 2012, Armestrong perdeu a batalha contra a agência norte-americana anti-doping (USADA) e foi banido do desporto sendo igualmente destituído da maioria dos títulos conquistados durante a carreira. Acusado de participar ativamente no programa de doping mais sofisticado da história do desporto, acabou por confessar, em janeiro deste ano acabou, que consumiu substâncias proibidas.
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