Ómicron tem capacidade 2,4 maior de se ligar a enzima de células humanas

Lordelo

Avensat
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Uma equipa de cientistas nos Estados Unidos registou a ocorrência de alterações estruturais da proteína da variante Ómicron do novo coronavírus SARS-CoV-2, causador da doença da Covid-19, reporta a revista Galileu.

Segundo os investigadores, a estirpe é capaz de escapar a anticorpos contra variantes prévias e ainda continuar altamente infeciosa.

"Os dados apurados fornecem um plano que os investigadores podem usar para projetar novas medidas contra a Ómicron e outras variantes do coronavírus que possam surgir", referiu num comunicado David Veesler, investigador do Instituto Médico Howard Hughes e professor de bioquímica da Escola de Medicina da Universidade de Washington, em Seattle. Veesler liderou o trabalho científico juntamente com Gyorgy Snell, da empresa Vir Biotechnology Inc., em São Francisco, na Califórnia.



A Ómicron, foi detetada pela primeira vez em novembro de 2021 na África do Sul, e desde aí que tem provocado um surto de infeções um pouco por mundo. Não só a variante é altamente infeciosa, como pode evitar anticorpos contra variantes anteriores, levando a infeções mesmo entre aqueles que já foram vacinados ou infetados previamente. Ora, Vessler e a sua equipa de investigadores mostraram que anticorpos gerados pelas seis vacinas mais usadas têm uma capacidade diminuta ou nula de neutralizar a Ómicron.

De acordo com a revista Galileu, os cientistas creem que a capacidade do vírus de infetar se deva, parcialmente, à enorme quantidade de mutações nas sequências de aminoácidos da proteína 'spike' (ou espícula) do coronavírus, através da qual este se fixa e invade as células. Os investigadores afirmam que a proteína espícula da Ómicron apresenta 37 mutações que a distinguem dos primeiros vírus Sars-CoV-2 isolados em 2020.

Todavia, as mutações na região chamada de domínio de ligação ao recetor aumentam a capacidade da variante se conectar à enzima conversora de angiotensina-2 (ACE2) em 2,4 vezes.

As descobertas apontam para o "formidável oponente que a SARS-CoV-2 é", disse Veesler.

Acrescentando: "esse vírus tem uma plasticidade incrível: pode mudar bastante e ainda manter todas as funções necessárias para infetar e se replicar".

"E é quase garantido que a Ómicron não é a última variante que veremos".

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