Marcelo Rebelo de Sousa considera que credores e governo grego não chegaram, ainda, a um acordo definitivo para a situação na Grécia, não por razões económicas, mas por razões políticas.
No seu comentário semanal, Marcelo Rebelo de Sousa disse que “há países a fazer tudo” para que a Grécia não consiga um acordo, porque estão condicionados pelas opiniões públicas internas, regalando a Zona Euro para segundo plano, para agradar a eleitores.
“Há países que estão na disposição de fazer tudo, para que não haja acordo com a Grécia. Vamos admitir que não é o caso da Alemanha, embora o ministro das Finanças provavelmente esteja nessa linha. (…) O problema é político, há países que estão condicionados pelas suas opiniões públicas, ou porque têm eleições nos próximos dois anos, ou porque a opinião pública não quer acordo com os gregos – não querem pagar aos gregos”.
O comentador da TVI diz que esta visão “de curto prazo” para agradar a eleitores e opinião pública vai trazer consequências “históricas” para a Europa, e que “estes dias de julho” podem marcar o início do fim “de uma certa ideia da Europa”.
“Naqueles dias de julho de 2015 começou o fim de uma certa ideia da Europa. Começou porque, de facto, os políticos em vez de liderarem o processo pedagógico em relação à Europa, seguem os respetivos eleitorados, opinão pública, e as sondagens relativamente àquilo que se pensa. Isso significa que há em muitos países da Europa (os Bálticos, a Alemanha - onde 90% estão contra) uma visão de curto prazo, [que se traduz no seguinte]: “mas para quê? Deixem cair o emplastro. Não tem consequências nenhumas, é menos um, em vez de 19 ficam 18”, disse.
Marcelo Rebelo de Sousa acrescenta que este não é um problema apenas dos dias de hoje, uma vez que a União Europeia, e por consequência a Zona Euro, foi construída por razões políticas e não económicas.
“A Europa nunca foi um projeto económico, foi um projeto político. Se fosse um projeto económico não tinha nascido. A Europa nasceu para fazer a paz onde havia guerra. A Europa nasceu para pôr a Alemanha e a França no mesmo barco. A Alemanha juntou países que não estavam em situação económica, em teoria, para poderem entrar, em sucessivos alargamentos que foram feitos por razões políticas. Portugal entrou por razões políticas, a Espanha também, [e] a Grécia então foi por enormes razões políticas".
Detenção de Armando Vara
Durante o seu comentário, Marcelo Rebelo de Sousa
Questionado sobre se concorda com alguma da opinião pública que desconfia do “timing” da detenção, por ter acontecido depois da
“Eu acredito na Justiça. Como professor de direito, parto do princípio que os magistrados não têm uma agenda política. Não estou a ver o juiz Carlos Alexandre a querer fazer campanha contra António Costa, ou contra o PS, envolvendo em cada momento crucial, em cada passo da pré-campanha de António Costa, uma decisão no processo “Operação Marquês”. (…) [O processo vai envolver-se na campanha eleitoral] é inevitável, e cada vez que [isso acontece] é um pontapé na nuca de António Costa. [Com Armando Vara] foi menos, porque é difícil encontrar (…) uma ligação direta com António Costa”.
tvi24
No seu comentário semanal, Marcelo Rebelo de Sousa disse que “há países a fazer tudo” para que a Grécia não consiga um acordo, porque estão condicionados pelas opiniões públicas internas, regalando a Zona Euro para segundo plano, para agradar a eleitores.
“Há países que estão na disposição de fazer tudo, para que não haja acordo com a Grécia. Vamos admitir que não é o caso da Alemanha, embora o ministro das Finanças provavelmente esteja nessa linha. (…) O problema é político, há países que estão condicionados pelas suas opiniões públicas, ou porque têm eleições nos próximos dois anos, ou porque a opinião pública não quer acordo com os gregos – não querem pagar aos gregos”.
O comentador da TVI diz que esta visão “de curto prazo” para agradar a eleitores e opinião pública vai trazer consequências “históricas” para a Europa, e que “estes dias de julho” podem marcar o início do fim “de uma certa ideia da Europa”.
“Naqueles dias de julho de 2015 começou o fim de uma certa ideia da Europa. Começou porque, de facto, os políticos em vez de liderarem o processo pedagógico em relação à Europa, seguem os respetivos eleitorados, opinão pública, e as sondagens relativamente àquilo que se pensa. Isso significa que há em muitos países da Europa (os Bálticos, a Alemanha - onde 90% estão contra) uma visão de curto prazo, [que se traduz no seguinte]: “mas para quê? Deixem cair o emplastro. Não tem consequências nenhumas, é menos um, em vez de 19 ficam 18”, disse.
Marcelo Rebelo de Sousa acrescenta que este não é um problema apenas dos dias de hoje, uma vez que a União Europeia, e por consequência a Zona Euro, foi construída por razões políticas e não económicas.
“A Europa nunca foi um projeto económico, foi um projeto político. Se fosse um projeto económico não tinha nascido. A Europa nasceu para fazer a paz onde havia guerra. A Europa nasceu para pôr a Alemanha e a França no mesmo barco. A Alemanha juntou países que não estavam em situação económica, em teoria, para poderem entrar, em sucessivos alargamentos que foram feitos por razões políticas. Portugal entrou por razões políticas, a Espanha também, [e] a Grécia então foi por enormes razões políticas".
Detenção de Armando Vara
Durante o seu comentário, Marcelo Rebelo de Sousa
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da semana: a detenção do ex-ministro Armando Vara, no âmbito da “Operação Marquês”, processo que envolve o ex-primeiro-ministro José Sócrates. Questionado sobre se concorda com alguma da opinião pública que desconfia do “timing” da detenção, por ter acontecido depois da
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, Marcelo Rebelo de Sousa diz que parte do princípio que a Justiça
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, admitindo, no entanto, que o processo de José Sócrates vai “inevitavelmente” acabar por envolver-se na campanha eleitoral. “Eu acredito na Justiça. Como professor de direito, parto do princípio que os magistrados não têm uma agenda política. Não estou a ver o juiz Carlos Alexandre a querer fazer campanha contra António Costa, ou contra o PS, envolvendo em cada momento crucial, em cada passo da pré-campanha de António Costa, uma decisão no processo “Operação Marquês”. (…) [O processo vai envolver-se na campanha eleitoral] é inevitável, e cada vez que [isso acontece] é um pontapé na nuca de António Costa. [Com Armando Vara] foi menos, porque é difícil encontrar (…) uma ligação direta com António Costa”.
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