Lordelo
Avensat
Esta semana, cinquenta e dois migrantes, entre eles nove crianças e uma mulher grávida, foram resgatados pelas autoridades, após cerca de cinco dias a bordo de uma pequena embarcação, encontrada ao largo das Canárias, em Espanha.
Uma das crianças apresentava-se em paragem cardiorrespiratória, provocada por uma hipotermia severa, e a imagem do seu salvamento já correu mundo.
A menina, natural do Mali, apresentava-se em estado de saúde tão débil que pensou-se inicialmente que estaria morta. Era apenas um dos muitos que fugiam da sua terra natal em busca de uma vida melhor. Esta jamais esquecerá estes dois nomes: Miguel e Paula.
Ambos são os protagonistas - secundários - desta história. Paula deixou o seu trabalho como enfermeira no hospital de Madrid para se juntar à equipa da Cruz Vermelha. Já Miguel, também enfermeiro, dedica as suas horas vagas a ajudar ONGs. Foram os dois a correr em socorro da criança e não perderam tempo. Enquanto pediram aos presentes para ligar para o 112 começaram logo as manobras de reanimação, conta o La Vanguardia.
"É só quando assistes a uma situação destas que percebes a importância que podes ter. Eles tinham a vida daquela criança nas suas mãos. Ressuscitaram-na e é graças a eles que ela hoje está viva", afirmou um dos colegas de Miguel e Paula à Efe.
A menina, cuja família diz ter cinco anos, apesar de nas imagens parecer mais pequena, foi internada nos cuidados intensivos do Hospital Materno Infantil de Las Palmas de Gran Canaria, onde ainda se encontra em estado grave, mas estável.
No barco onde seguia esta criança estavam 29 mulheres (uma delas grávida), 14 homens adultos e nove crianças. Seis delas foram transportadas para o Hospital Materno Infantil de Las Palmas, uma em estado grave e as outras com sintomas de hipotermia, de acordo com o serviço de urgência das Ilhas Canárias. Estes tinham saído de Dakhla, no Saara Ocidental, e estavam no mar há cerca de cinco dias.
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