Se é sabido que os Estados Unidos são um 'paraíso' para o porte de armas de fogo - são, de longe, o país com mais armas per capita -, os aeroportos norte-americanos continuam a somar recordes no que diz respeito à apreensão de revólveres, pistolas e espingardas. Segundo os dados da Administração de Segurança nos Transportes (TSA, na sigla em inglês), foram apreendidas 6.542 armas de fogo em 2022 nos aeroportos do país.
Em média, foram encontradas pelas autoridades cerca de 18 armas de fogo por dia, com todos os aeroportos a registarem apreensões, desde o sul da Califórnia ao norte do Maine.
É o maior valor de sempre, sendo que o número tem crescido todos os anos desde 2010 (tirando em 2020, quando os aeroportos encerraram durante uma grande parte do ano devido à pandemia).
Segundo a Associated Press, os dados revelam que as apreensões surgiram com maior frequência em estados onde as leis são mais flexíveis no que diz respeito ao porte de armas de fogo (sendo que alguns estados mais conservadores, como o Texas ou o Oklahoma, permitem mesmo o porte de arma escondida e sem licença).
A maioria dos incidentes deveu-se ao facto de os viajantes se esquecerem que tinham armas na sua bagagem, estando habituados a andar com elas em mochilas ou bolsas. Os especialistas da TSA não acreditam que o aumento nas apreensões revele um aumento de pessoas que queira praticar atos criminosos, mas realçam que não deixa de haver um maior risco de segurança.
No top 10 das cidades com mais apreensões em aeroportos estão Dallas, Austin e Houston (no estado do Texas), três aeroportos na Flórida, Nashville, no Tennessee; Atlanta, na Geórgia; Phoenix, no Arizona; e Denver, no Colorado.
Quase todas as cidades no top 10 estão localizadas em estados controlados por conservadores, tirando o Colorado que, recentemente, passou a votar no Partido democrata.
Em 2022, devido ao aumento no número de revólveres encontrados em inspeções alfandegárias, a TSA aumentou o valor máximo da multa por levar armas para um aeroporto para 14.950 dólares (quase 14 mil euros), além de outras restrições burocráticas, mas a medida não dissuadiu consideravelmente os utilizadores.
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