Lordelo
Avensat
As causas que provocam condições associadas com ansiedade são muito variadas, no entanto, um estudo, publicado recentemente, diz que é muito provável que transtornos de ansiedade sejam transmitidos entre pais e filhos.
Para este estudo, disponível no JAMA Network Open, foi analisado o papel da 'natureza versus criação' no desenvolvimento de ansiedade. Para esta investigação foram estudados os dados de quase quatrocentas crianças, com uma idade média de 10 anos, que já tinham participado num estudo focado em famílias com elevados riscos de transtornos psicológicos.
Foram colocadas duas hipóteses principais: a primeira dizia que se a genética fosse o fator principal, no desenvolvimento de problemas como ansiedade, então o mais provável é que fosse diagnosticado em crianças de ambos os sexos, na mesma proporção, independentemente de ter sido a mãe ou o pai os transmissores desta condição.
Já se as crianças estivessem a aprender e criar os mesmos hábitos que o pai ou a mãe do mesmo sexo seria esperado um padrão diferente de transmissão, nomeadamente, de mãe para filha e de pai para filho. Esta foi a hipótese confirmada pelos investigadores.
A principal conclusão é que crianças com um pai ou mãe do mesmo sexo, com transtorno de ansiedade tinham três vezes mais probabilidades de desenvolver a mesma condição, quando comparados com famílias onde isto não acontece.
Os investigadores também perceberam que uma criança com um pai ou mãe do mesmo sexo que não sofre de ansiedade pode estar mais protegida de problemas como este. Essas crianças têm, segundo o estudo, uma probabilidade menor em 38% de vir a desenvolver um transtorno de ansiedade.
“Os resultados sugerem que as crianças aprendem a ter um comportamento ansioso com os seus pais, e isso significa que a transmissão da ansiedade dos pais para os filhos pode ser evitável”, explicou a autora principal do estudo, ao U.S. News.
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