Lordelo
Avensat
Não existem curas, nem prevenções milagrosas para o cancro, no entanto, é provável que, segundo especialistas, com algumas mudanças na alimentação se consiga influenciar e reduzir o risco de um diagnóstico deste género.
O essencial é sempre ter uma alimentação saudável que resulte para cada um, mas certas mudanças podem ajudar, explica a revista Shape, que falou com especialistas. Isto porque, apesar de existirem outros fatores de risco, "30% a 50% dos cancros são relacionados com o estilo de vida" das pessoas.
Aposte numa dieta mediterrânica e focada nos vegetais
Idealmente deve encher dois terços do seu prato com alimentos à base de plantas como grãos integrais, ricos em fibra, leguminosas, frutas e legumes. Trata-se de alimentos ricos em fibras que, segundo diferentes estudos, é importante para regular o sistema digestivo, controlar o peso e o açúcar no sangue, fatores que influenciam o risco de cancro. As frutas e vegetais também têm vários antioxidantes com um papel protetor quando consumidos regularmente.
Já o restante espaço no seu prato, nesta dieta, deve estar preenchido com produtos animais e é importante que se evite carne vermelha e marisco - devem ser substituídos por pequenas porções de alimentos derivados do leite. Escolher gorduras saudáveis como azeite, frutos secos e abacate também é importante.
Limite o consumo de carne vermelha e processada
Diferentes investigadores já demonstraram os efeitos negativos que estas carnes têm no corpo, podendo provocar diferentes tipos de cancro, especialmente, o do colorretal. Carne processada é aquela que sofreu diferentes processos (químicos) e não só para realçar o sabor, normalmente, este termo aplica-se a carne vermelha - vaca, porco, vitela ou borrego -, mas também pode acontecer com carne de aves e peixe.
Diferentes estudos, segundo a Shape, confirmaram que os conservantes usados nas carnes processadas produzem compostos que podem causar danos no ADN. Além disto, é possível que cozinhar carne vermelha, em altas temperaturas, causa a formação de substâncias químicas que podem levar a mutações no ADN que podem contribuir para o risco de cancro. Aliás, a Organização Mundial de Saúde classificou, em 2015, as carnes processadas como um cancerígeno de classe 1 e a carne vermelha como um de classe 2.
Limite a quantidade de açúcares adicionados e bebidas açucaradas
Atualmente, não existe nenhum estudo que ligue, diretamente, o açúcar ao cancro, no entanto existem algumas relações indiretas, entre os dois. Pessoas que consomem, regularmente, alimentos com açúcar adicionado e acabam por ganhar peso, aumentar o tecido adiposo ou gorduroso do corpo e os níveis de estrogénio pode aumentar o risco de cancro.
A recomendação de Jessica Cording, nutricionista, é que se controle a quantidade consumida, especialmente, nos alimentos do dia-a-dia, para isso é essencial que consulte todos os rótulos para não consumir açúcar a mais sem saber. Limitar sumos de fruta também é boa ideia e podem ser substituídos por 'smoothies' com vegetais.
Corte no álcool
"Ninguém gosta de ouvir isto, mas está bem estabelecido que o álcool é um fator de risco modificável de cancro", explica a especialista. Cerca de 3,5% das mortes por cancro, nos EUA, podem ser associadas com diferentes tipos de cancro, nomeadamente, da mama, colorretal, esófago, fígado e cabeça e pescoço. Em determinados casos até o consumo de bebidas leves pode aumentar o risco.
No geral, os profissionais de saúde recomendam que se limite o consumo para três ou menos bebidas alcoólicas por semana para reduzir o risco de cancro, e caso não começar a beber álcool, caso já não o faça.
Tente manter um peso saudável
São vários os estudos que confirmam que pessoas com excesso de peso ou obesas estão mais em risco de vir a ser diagnosticadas com cancro. É importante falar com o médico para definir qual é o peso ideal que deve ter e manter ao longo dos anos.
Para terminar a nutricionista afirma que uma dieta saudável tem um papel essencial na prevenção de cancro, no entanto, é também importante ser fisicamente ativo, proteger-se do sol, não fumar e limitar a exposição a toxinas ambientais.
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