Associação Animal consegue adiar decisão sobre cão que atacou mortalmente menino

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Um cão da raça pittbull

Associação Animal consegue adiar decisão sobre cão que atacou mortalmente menino

A Animal, associação de defesa dos direitos dos animais, entregou no Tribunal de Beja uma intimação para impedir o abate do cão que atacou um menino, que acabou por morrer, conseguindo adiar uma decisão sobre o assunto.
"Hoje tivemos uma decisão favorável, embora provisória", disse ontem à Lusa a presidente da Animal, Rita Silva, revelando que a intimação entregue no Tribunal Administrativo e Fiscal de Beja passou a providência cautelar, cabendo agora à veterinária municipal e à direcção-geral de alimentação e veterinária responder sobre o assunto.
O destino do cão que atacou em Beja um menino, de 18 meses, que morreu, aguarda decisão do Ministério Público, no âmbito do inquérito aberto ao caso, informou fonte do canil onde o animal está apreendido.
"O que queremos é que isto deixe de acontecer, que a legislação seja melhor e mais eficaz. Queremos que este caso sirva de exemplo e que as coisas mudem de uma vez por todas", disse a dirigente da Animal, Rita Silva.
Segundo o Canil-Gatil Intermunicipal da Resialentejo, situado perto de Beja, um despacho do Ministério Público determinou a "apreensão" do cão, que "deverá continuar recolhido" no canil até que "seja tomada decisão sobre o seu destino" no âmbito do inquérito.
Após um pedido da PSP, na segunda-feira, um dia depois do ataque, o cão, de nove anos e arraçado de pitbull, uma raça considerada potencialmente perigosa, foi recolhido para o canil.
De acordo com a veterinária municipal de Beja, Linda Rosa, o cão iria ficar em observação durante oito dias e seria abatido, já que se trata de "um cão perigoso", porque "atacou uma criança" e, por isso, "o fim é a eutanásia".
O menino foi atacado no domingo ao final do dia em casa, em Beja, pelo cão, chamado Zico e que pertencia a um tio da criança que vivia na mesma casa com os pais e os avós da vítima.
Na segunda-feira, o avô do menino, Jacinto Janeiro, explicou aos jornalistas que o cão estava "às escuras" na cozinha da casa, quando a criança foi àquela divisão e lhe "caiu em cima", o que fez com que o animal o atacasse.
Após o ataque, o menino ficou gravemente ferido e foi transportado pela mãe para o Hospital de Beja, onde entrou cerca das 19:00 de domingo.
Cerca das 20:30 de domingo, o menino, com um traumatismo cranioencefálico grave, foi transferido de helicóptero para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, onde morreu na terça-feira.
O funeral da criança realizou-se na quinta-feira em Setúbal.
Apesar de a família não ter apresentado queixa, a PSP de Beja enviou na segunda-feira uma participação do caso para o Ministério Público, que abriu um inquérito.
O que aconteceu "não tem explicação", porque o cão "era meigo" e "sempre conviveu com crianças", disse Jacinto Janeiro, mostrando-se surpreendido com o sucedido e dando a garantia de que, em nove anos de vida, o animal "nunca" tinha atacado ou feito mal a alguém.
No entanto, segundo informações recolhidas pela Lusa junto de várias fontes conhecedoras do caso, Jacinto Janeiro já teria sido atacado pelo menos duas vezes pelo cão, tendo recebido assistência médica.

Fonte:
 
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