BCP vinca que quer crescimento orgânico mas admite olhar para Novo Banco

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Esta posição do BCP tem sido recorrentemente repetida quando o tema é Novo Banco e hoje não foi exceção, na conferência de imprensa em que o BCP apresentou lucros de 207,5 milhões de euros em 2022, mais 50% do que em 2021.


"O nossos crescimento é orgânico, se a operação for mercado temos condições para poder olhar para ela, mas não estamos à procura dela porque todo o nosso plano assenta no crescimento orgânico", disse o presidente executivo, Miguel Maya.

Também o presidente não executivo do banco ('chairman'), Nuno Amado, afirmou que a posição do BCP se tem mantido, e que não está nos seus planos fazer qualquer compra, mas que um dia que haja um banco à venda terão de olhar para ele, considerando que "não é muito diferente do que referiu outro banco", aludindo às declarações do presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD).

Já sobre se poderá o Novo Banco a comprar o BCP, Miguel Maya sorriu e voltou a referir que o banco está focado em crescer sozinho.

"Tomei hoje conhecimento de que é Novo Banco a comprar BCP...Crescimento orgânico, crescimento orgânico, crescimento orgânico", disse.

Em dezembro, em entrevista ao Jornal de Negócios, o governador do Banco de Portugal (BdP), Mário Centeno, considerou que uma fusão entre o Novo Banco e o BCP seria benéfica.

Questionado se uma fusão entre os dois bancos traria estabilidade ao setor, Centeno disse acreditar que "as sinergias [que] possam surgir desse emparelhamento ou de qualquer outro que seja sustentável no mercado português, seriam benéficas para o sistema bancário".

Ainda assim, sublinhou que está a "ser pedagógico em relação ao mercado e à forma como" vê a banca.

"Todas as frases que diga em relação a esse negócio podem mover o mercado e o papel do banco central não é mover o mercado", afirmou, mas admitindo benefícios quanto à importância destas operações face ao digital.

Quanto ao Novo Banco, há duas semanas, o Governo disse que a Comissão Europeia lhe comunicou a intenção de dar como concluído o processo de reestruturação do Novo Banco, iniciado em 2017.

O fim da reestruturação termina com o mecanismo pelo qual o Estado português poderia ainda ter de vir a pôr mais dinheiro no Novo Banco ('backstop capital', que podia ir até 1.600 milhões de euros) para garantir a sua viabilidade e dá ao Novo Banco a possibilidade de ser um operador mais ativo no mercado (comprar bancos, ampliar rede, entre outras decisões).

Quanto ao mecanismo de capital contingente (pelo qual o Novo Banco pode pedir todos os anos injeções de capital ao Fundo de Resolução bancário para cobrir perdas em ativos 'tóxicos' com impacto nos rácios de capital) o Novo Banco já consumiu 3.405 milhões de euros de dinheiro público.

Segundo fontes do setor financeiro, o Novo Banco deverá anunciar na próxima semana significativos lucros e já não deverá fazer novos pedidos de injeção de capital ao Fundo de Resolução. Contudo, ainda há processos a serem dirimidos em tribunal arbitral entre Novo Banco e Fundos de Resolução por diferenças face a injeções de capital que podem levar a mais gastos do Fundo de Resolução com o Novo Banco.

O Novo Banco foi criado em agosto de 2014, aquando da resolução do Banco Espírito Santo (BES). De momento, é detido em 75% pelo fundo de investimento norte-americano Lone Star, 19,31% pelo Fundo de Resolução e em 5,69% diretamente pelo Estado português.

Segundo a imprensa, uma operação de conversão de créditos fiscais deverá fazer com que o Estado português se torne o segundo maior acionista, ultrapassando o Fundo de Resolução. A posição dos norte-americanos mantém-se intacta.

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