Cáritas antevê mais pobreza depois das últimas projecções nacionais

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Cáritas antevê mais pobreza depois das últimas projecções nacionais

O presidente da Cáritas Diocesana portuguesa, Eugénio Fonseca, manifestou hoje “desilusão” com os últimos indicadores económicos para Portugal, antevendo que o aumento do desemprego e a austeridade vão gerar mais pobreza.
O dirigente tinha a convicção de que o país iria entrar num abrandamento das consequências sociais, porém concluiu que aquilo que ouviu do ministro das Finanças, Vítor Gaspar, na sexta-feira, indica o contrário.
“Estávamos nesta expectativa de que alguma coisa fosse melhor. Foi uma surpresa negativa”, afirmou hoje, em Bragança, à margem do Conselho Geral da Cáritas que decorre na cidade transmontana.
Eugénio Fonseca pergunta: “então para que vale alargar o prazo de pagamento” dos prazos para cumprimento das metas do défice.
Defende que aqueles que como ele pediam esse alargamento “era para não haver sobrecarga de taxas de juro, porque os juros já são escandalosos sobre a dívida, não haver mais austeridade e, sobretudo haver possibilidade para começar a haver investimento”.
“Parece que nada disso vai acontecer. O que está a anunciado é mais desemprego, que, está assumido, pode ir aos 19 por cento, esses são os números oficiais porque também sabemos que o desemprego real é mais do que isso já”, declarou.
Perante este cenário, o presidente da Cáritas prevê que “a pobreza vai aumentar porque tem uma relação muita directa com o desemprego” e as instituições de solidariedade social vão ter mais dificuldades em dar respostas ao número de pedidos.
A Cáritas desde há muito, segundo o presidente, que está a responder “aos mínimos”, não chegando a metade da totalidade dos pedidos que recebe.
“Já não conseguimos responder a toda a gente, nem a todos os problemas daqueles que conseguimos atender”, indicou, explicando que a instituição tem feito “a priorização daquilo que são as necessidades mais elementares”.
“E não tenhamos ilusões: a complexidade é tão grande que nenhuma instituição conseguirá por si resolver”, alertou, acrescentando que “tem de haver um trabalho em rede entre as instituições e, sobretudo tem d e haver da parte do Estado, do Governo, já que vai haver maior austeridade, também um apoio maior”.
O presidente da Cáritas reclama “um reforço do orçamento do Ministério da Solidariedade e Segurança Social”, de maneira a que passe a haver “uma verba específica para respostas de acção social imediata”.
“As pessoas têm de estar em primeiro lugar ao contrário do que aconteceu nos últimos tempos que tem estado em primeiro lugar o défice”, frisou.

Fonte:
 
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