Câmara de Leiria acolheu mais de 300 refugiados ucranianos

avense

Youtuber
Staff member
Fundador
Administrador
"O número que eu posso avançar relativamente ao acolhimento de refugiados ucranianos tem a ver com aqueles que nós efetivamente recebemos no estádio e nas instalações da Secil [bairro da cimenteira, na Maceira]. No total, recebemos e acolhemos mais de 300 pessoas", afirmou Ana Valentim, que tem, entre outros, o pelouro do desenvolvimento social.


A vereadora ressalvou que o número de refugiados que chegaram ao concelho é superior, lembrando o movimento de voluntários que se dirigiram à fronteira da Ucrânia para recolher deslocados de guerra.

A primeira passagem dos refugiados foi o Estádio Municipal Dr. Magalhães Pessoa (com capacidade para 54 pessoas em simultâneo), tendo depois sido reencaminhados para outras soluções de alojamento.

"Continuamos a acompanhar todas as pessoas que estão em Leiria e que permaneceram em Leiria e que precisem da nossa ajuda. Ainda hoje, se for preciso, vão ao Gabinete de Atendimento Social solicitar os nossos programas de apoio, seja ao nível da alimentação, da renda de casa, aquisição de equipamento. Portanto, esse acompanhamento nós mantemos, ainda que as pessoas tenham saído das estruturas de acolhimento", garantiu.

A autarquia faz, atualmente, um trabalho de acompanhamento mais sistemático aos 10 deslocados de guerra que estão numa casa cedida pelo Seminário Diocesano de Leiria, em São Romão, após a desativação, em 30 de dezembro de 2022, do centro de acolhimento temporário no estádio.

No bairro da cimenteira permanecem 15 pessoas.

"O objetivo é (...) que tenham o seu projeto de vida autonomamente e que consigam uma habitação no sentido de, a curto prazo, saírem também desta casa que nós chamamos de casa de transição", esclareceu.

A autarca referiu que "a lotação do estádio, durante várias semanas, esteve completamente lotada", maioritariamente com crianças e mulheres.

Mas entre os refugiados acolhidos estavam, também, "muitos jovens, especialmente jovens de outras nacionalidades", como do Paquistão, do Nepal ou da Índia, estudantes, sobretudo do ensino superior, que estavam na Ucrânia.

Quase um ano volvido sobre o início da guerra, a autarca adiantou que o que mais a sensibilizou foram as crianças.

"Percebeu-se que as crianças vinham altamente fragilizadas, fisicamente e psicologicamente, até porque deixaram os seus pais em território de guerra", referiu, adiantando que, "quaisquer movimentos mais bruscos, nomeadamente de ruído, era algo que lhes trazia muita ansiedade".

"Recordo-me de estar no estádio e de ouvir os aviões [F-16] da Base Aérea de Monte Real passarem aqui em Leiria e isso assustava-as grandemente", contou, explicando que houve crianças que tiveram necessidade de acompanhamento psicológico.

Atualmente, 50 alunos refugiados da Ucrânia estão a frequentar escolas do concelho.

Ana Valentim acrescentou que "a maior dificuldade foi na área da habitação", porque, ao nível, por exemplo, da colocação no mercado de trabalho, houve "várias empresas que demonstraram logo disponibilidade no acolhimento".

"Inclusivamente, tivemos empresas que disponibilizaram a colocação no mercado de trabalho e com alojamento agregado", referiu, adiantando que a Câmara despendeu em alojamento de refugiados ucranianos 396 mil euros.

A ofensiva militar lançada em 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados das Nações Unidas (ONU), que classificam esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A ONU apresentou como confirmados, desde o início da guerra, 7.155 civis mortos e 11.662 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

Leia Também:

...
 
Voltar
Topo