O nosso teste a carne de vaca picada vendida a granel desvenda resultados inquietantes. Já os comunicámos à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica, à Secretaria de Estado da Alimentação e da Investigação Agroalimentar e aos grupos parlamentares. O melhor é não comprar.
Conservação a temperaturas elevadas, más prestações na higiene e conservação e utilização de sulfitos são o cenário encontrado em 34 amostras de carne previamente picada, vendida a granel em talhos da Grande Lisboa e Grande Porto. A qualidade nutritiva deixa muito a desejar, além de que detetámos carnes de outras espécies (como de aves, suíno e caprino). Perante estes resultados, desaconselhamos categoricamente a sua compra e exigimos a proibição da sua venda.
Nenhuma amostra de carne de vaca picada testada passou na nossa avaliação em laboratório. Segundo a lei, a carne picada deve ser conservada, no máximo, a 2° C. Mas qualquer analogia com a realidade verificada é pura ficção: só 8 estabelecimentos respeitavam a lei. Os restantes 26 revelaram temperaturas superiores. Na Grande Lisboa, a média foi de 4,6° C e, no Grande Porto, de 6,3° C. Na maioria, a temperatura indicada nos expositores era bastante inferior ao que medimos.
Microrganismos e sulfitos em abundância
Para avaliar a higiene e conservação, realizámos análises microbiológicas: nenhuma amostra de carne picada passou no exame. Um panorama abundante de microrganismos, alguns potencialmente patogénicos. Por exemplo, quase um quarto das amostras continha Salmonella, desrespeitando a lei. Na maioria, o problema remedeia-se com a confeção, mas é preciso cuidado com a manipulação e cozinhar bem. Caso contrário, a Samonella pode ser responsável por infeções alimentares.
Os sulfitos, conservantes usados como inibidores de microrganismos, são interditos na carne picada, pois restauram a cor primitiva e dão a aparência de produtos frescos, quando podem não o ser. São, portanto, enganosos. Não só 60% das amostras continham estes aditivos, como as quantidades utilizadas eram enormes. Os sulfitos podem causar dores de cabeça, náuseas, problemas cutâneos ou digestivos e crises de asma em pessoas sensíveis. A indicação da sua utilização nos alimentos é obrigatória, devido ao seu potencial alergénico.
Carne de má qualidade
A qualidade nutritiva das amostras analisadas levanta algumas dúvidas, sobretudo ao nível da gordura e da proteína. Com frequência as amostras de carne picada apresentavam teores elevados de gordura (chegou a superar os 20%) e, por vezes, proteína de pouco valor alimentar, proveniente de tecidos conjuntivos, como o colagénio.
Vestígios de outras espécies, como carne de aves, suíno e caprino, fazem-nos questionar sobre o cuidado que os estabelecimentos têm, por exemplo, com a limpeza dos equipamentos.
Compre para picar
O comércio tenta facilitar a vida ao consumidor, picando previamente carne. Mas é preferível picá-la em casa, quanto muito peça para o fazerem na altura da compra, adequando a escolha ao que pretende.
A temperatura de venda é fundamental para conservar os alimentos. As carnes frescas devem ser conservadas a uma temperatura máxima de 7º C, ao passo que na carne picada não deve estar exposta a mais de 2º C.
Convém verificar as condições higiénicas de venda. A carne deve estar protegida dos raios solares, de poeiras e de outras conspurcações e do contacto com o público. As condições higiénicas do local e o asseio dos manipuladores são fatores fundamentais.
Ao selecionar a peça de carne a picar, esteja atento às suas características. O odor deve ser neutro ou pouco pronunciado e a cor vermelha, com consistência firme e sem escurecimento ou outras alterações atípicas na tonalidade.
Inclua a carne nos últimos produtos a comprar e transporte-a em saco isotérmico até casa.
Não guarde a carne picada mais de um dia no frigorífico, na zona mais fria. Tenha cuidado com as contaminações cruzadas e cozinhe a carne muito bem.
deco.proteste
Conservação a temperaturas elevadas, más prestações na higiene e conservação e utilização de sulfitos são o cenário encontrado em 34 amostras de carne previamente picada, vendida a granel em talhos da Grande Lisboa e Grande Porto. A qualidade nutritiva deixa muito a desejar, além de que detetámos carnes de outras espécies (como de aves, suíno e caprino). Perante estes resultados, desaconselhamos categoricamente a sua compra e exigimos a proibição da sua venda.
Nenhuma amostra de carne de vaca picada testada passou na nossa avaliação em laboratório. Segundo a lei, a carne picada deve ser conservada, no máximo, a 2° C. Mas qualquer analogia com a realidade verificada é pura ficção: só 8 estabelecimentos respeitavam a lei. Os restantes 26 revelaram temperaturas superiores. Na Grande Lisboa, a média foi de 4,6° C e, no Grande Porto, de 6,3° C. Na maioria, a temperatura indicada nos expositores era bastante inferior ao que medimos.
Microrganismos e sulfitos em abundância
Para avaliar a higiene e conservação, realizámos análises microbiológicas: nenhuma amostra de carne picada passou no exame. Um panorama abundante de microrganismos, alguns potencialmente patogénicos. Por exemplo, quase um quarto das amostras continha Salmonella, desrespeitando a lei. Na maioria, o problema remedeia-se com a confeção, mas é preciso cuidado com a manipulação e cozinhar bem. Caso contrário, a Samonella pode ser responsável por infeções alimentares.
Os sulfitos, conservantes usados como inibidores de microrganismos, são interditos na carne picada, pois restauram a cor primitiva e dão a aparência de produtos frescos, quando podem não o ser. São, portanto, enganosos. Não só 60% das amostras continham estes aditivos, como as quantidades utilizadas eram enormes. Os sulfitos podem causar dores de cabeça, náuseas, problemas cutâneos ou digestivos e crises de asma em pessoas sensíveis. A indicação da sua utilização nos alimentos é obrigatória, devido ao seu potencial alergénico.
Carne de má qualidade
A qualidade nutritiva das amostras analisadas levanta algumas dúvidas, sobretudo ao nível da gordura e da proteína. Com frequência as amostras de carne picada apresentavam teores elevados de gordura (chegou a superar os 20%) e, por vezes, proteína de pouco valor alimentar, proveniente de tecidos conjuntivos, como o colagénio.
Vestígios de outras espécies, como carne de aves, suíno e caprino, fazem-nos questionar sobre o cuidado que os estabelecimentos têm, por exemplo, com a limpeza dos equipamentos.
Compre para picar
O comércio tenta facilitar a vida ao consumidor, picando previamente carne. Mas é preferível picá-la em casa, quanto muito peça para o fazerem na altura da compra, adequando a escolha ao que pretende.
A temperatura de venda é fundamental para conservar os alimentos. As carnes frescas devem ser conservadas a uma temperatura máxima de 7º C, ao passo que na carne picada não deve estar exposta a mais de 2º C.
Convém verificar as condições higiénicas de venda. A carne deve estar protegida dos raios solares, de poeiras e de outras conspurcações e do contacto com o público. As condições higiénicas do local e o asseio dos manipuladores são fatores fundamentais.
Ao selecionar a peça de carne a picar, esteja atento às suas características. O odor deve ser neutro ou pouco pronunciado e a cor vermelha, com consistência firme e sem escurecimento ou outras alterações atípicas na tonalidade.
Inclua a carne nos últimos produtos a comprar e transporte-a em saco isotérmico até casa.
Não guarde a carne picada mais de um dia no frigorífico, na zona mais fria. Tenha cuidado com as contaminações cruzadas e cozinhe a carne muito bem.
deco.proteste