Caso Sócrates. Armando Vara está detido e é suspeito de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de

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Em causa poderá estar o financiamento da Caixa Geral de Depósitos ao empreendimento de Vale do Lobo. Vara é o segundo ex-governante a ser detido neste processo, depois de José Sócrates.

Depois do Plano Regional de Ordenamento do Território do Algarve (PROTAL), o procurador que lidera a investigação a José Sócrates parece estar concentrado no financiamento, em 2006, da Caixa Geral de Depósitos ao empreendimento imobiliário de Vale do Lobo.

e será, hoje, ouvido pelo juiz Carlos Alexandre no Tribunal Central de Instrução Criminal. Os investigadores também fizeram buscas na sede da CGD e noutros pontos do país. Segundo um comunicado da Procuradoria-Geral da República, Vara é suspeito de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais.

Vara é o segundo ex-governante a ser detido neste processo, depois do ex-primeiro-ministro José Sócrates. São amigos pessoais e foram ambos ministros nos governos de António Guterres. O antigo gestor e ministro - que foi condenado mas recorreu no processo Face Oculta (ver texto nesta página) - foi detido pela PSP, tendo passado a noite na cadeia do Comando Metropolitano de Lisboa desta polícia. Uma vez que será presente a um juiz de instrução, isto quer dizer que o Ministério Público defende a aplicação de uma medida de coação superior ao Termo de Identidade e Residência. Sendo certo que Armando Vara, uma vez que ainda é arguido no processo Face Oculta, está obrigado a comunicar ao Tribunal de Aveiro qualquer ausência do país por um período superior a cinco dias. Resta saber - o que deverá acontecer hoje - qual a medida de coação que será pedida pelo procurador Rosário Teixeira.

A "entrada" de Armando Vara na Operação Marquês como arguido indicia que a investigação pretende apurar quais os motivos, em concreto, que levaram a CGD, em 2006, a financiar o negócio de Vale do Lobo, ficando com 25% do ca-pital da empresa que gere o empreendimento de luxo. A CGD, por sua vez, já colocou aquela participação à venda. Porém, várias informações já tornadas públicas revelam que entre os promotores de Vale do Lobo e o banco do Estado existe uma dívida de 300 milhões de euros. A CGD participou na aquisição do empreendimento Vale do Lobo com outros operadores: os restantes 75% do capital do resort de luxo terão sido adquiridos por empresas de Hélder Bataglia, Rui Miguel Oliveira e Costa e Pedro Ferreira Neto. No total, o empreendimento terá custado cerca de 112 milhões de euros, com a CGD a pagar 28 milhões de euros pela sua parte de 25% e a conceder aos restantes parceiros o que faltava do financiamento para a aquisição do resort de luxo.

Vale do Lobo e as PPP rodoviárias, o TGV, a Parque Escolar e as casas na Venezuela são negócios em que o Ministério Público suspeita de que tenham gerado "luvas" para José Sócrates, que justificarão os 23 milhões de euros acumulados nas contas do amigo Carlos Santos Silva. A ligação destes movimentos financeiros a José Sócrates surge, segundo o Ministério Público, através de uma transferência de 12 milhões de euros que terá sido feita por Hélder Bataglia para uma conta na Suíça titulada por Carlos Santos Silva, um amigo de Sócrates e também arguido na Operação Marquês. O dinheiro foi, posteriormente, transferido para Portugal ao abrigo do Regime Extraordinário de Regularização Tributária, sendo, a partir de 2012, e de acordo com os dados recolhidos pela investigação, Sócrates praticamente o único beneficiário do dinheiro.



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