Centralização dos direitos televisivos da liga portuguesa pode ser uma realidade já na próxima época

Lordelo

Avensat
A criação de um grupo de trabalho com o objectivo de estudar o modelo de centralização, exploração de conteúdos, repartição de receitas, estratégia para melhorar o produto audiovisual, bem como um plano de expansão para mercados internacionais, foi apresentada por Pedro Proença na cimeira de presidentes que decorreu esta quinta-feira na Alfândega do Porto. A proposta do presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) servirá de base para a centralização dos direitos televisivos da I e II Ligas, processo que poderá arrancar já na próxima época, segundo avançou António Salvador, presidente do SC Braga.


“É possível que a centralização dos direitos televisivos aconteça em 2023/24, mas o presidente da Liga foi mais optimista e diz que é possível entrar em funcionamento já na próxima época. Esperemos todos que sim. Seria uma grande notícia para o futebol português”, adiantou o responsável do clube minhoto aos jornalistas na sequência da cimeira de presidentes.


O grupo de trabalho criado deverá agora apresentar as conclusões na próxima cimeira, agendada para Fevereiro do próximo ano, também no Porto, mas o modelo a seguir não deverá ser muito distinto daquele que está a ser adoptado noutros mercados. “Somos o quinto país do ranking da UEFA e o único desses cinco primeiros ainda sem centralização. Não vamos fugir muito do que já está feito noutros países. Ninguém quer ser prejudicado. Queremos é maior igualdade. Se possível, que os que recebem mais, recebam mais ainda, e os que recebem menos, possam receber muito mais”, apontou António Salvador, citado pela Lusa.


“Foi com grande satisfação que ouvi os três grandes dizerem que concordam com a centralização. Até 2025, a Liga tem de informar qual é a distribuição pelos clubes. Caso contrário, será o Governo a fazer isso e poderá ficar com parte dessa receita. Foi aqui pedido à direcção da Liga que criasse um comité de urgência”, prosseguiu o presidente do SC Braga, lembrando que “a Liga terá, juntamente com os clubes, de acordar com os operadores que cedam esses direitos para poderem ser comercializados”. “Têm existido essas conversas com os operadores, que estão de acordo com isso. Foi uma reunião muito proveitosa e muito importante para uma viragem no futebol português”, sublinhou.


Miguel Pinto Lisboa, presidente do Vitória de Guimarães, destacou também existir “uma grande união” entre os 34 clubes dos escalões profissionais, que estão de acordo que a centralização “deve ser liderada” em conjunto pela LPFP e pela FPF, garantindo que não “caia fora do âmbito do futebol”. “Nós é que sabemos quais são os problemas da nossa indústria e sentimos uma impreparação do poder político para lidar connosco. A partir de hoje, estamos preparados para liderar o processo que conduzirá à centralização. Preferencialmente, antecipando a sua entrada em vigor, que pode ser no início de 2022/23”, reforçou o responsável.


Recorde-se que o processo de centralização dos direitos televisivos tem de ser concluído até à temporada de 2028/2029 já que, de acordo com o decreto-lei aprovado em 25 de Fevereiro em Conselho de Ministros, os clubes estão impossibilitados de comercializarem os direitos dos seus jogos de forma individualizada a partir dessa época.

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