Chairman pedia participação mais ativa na comunicação entre TAP e Governo

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"Há bastante tempo que pedia uma participação mais ativa na comunicação entre o Governo e a TAP", afirmou Manuel Beja, que foi ouvido durante mais de seis horas na comissão de inquérito à companhia aérea.


O ainda presidente do Conselho de Administração explicou que a comunicação era sobretudo feita entre o secretário de Estado Hugo Mendes e a comissão executiva, "pondo em causa o papel do Conselho de Administração".

Desta forma, Manuel Beja admitiu ter ficado irritado quando recebeu o despacho de 26 de dezembro, dos ministros Pedro Nuno Santos e Fernando Medina, a pedir explicações à TAP sobre o processo de saída de Alexandra Reis.

Já em resposta à deputada Mariana Mortágua sobre a contratação de Isabel Nicolau, com quem Christine Ourmières-Widener tinha uma relação pessoal, para um cargo de direção, Manuel Beja considerou que "do ponto de vista reputacional, claramente, não foi um bom momento para a TAP e não revelou bom senso".

Relativamente ao caso do motorista que falou sobre o uso do carro da empresa adstrito à presidente executiva por familiares seus, Manuel Beja disse que a situação lhe causou perplexidade, tendo confrontado Ourmières-Widener sobre o tema.

"Posso dizer que foi das poucas situações em que, de alguma forma, perdi a paciência. [...] No contexto português não seria uma prática aceitável, [...] particularmente num momento em que procedemos a muitos despedimentos, estávamos precisamente a discutir a possibilidade de fechar o infantário", apontou Manuel Beja.

Questionado se houve retaliação àquele motorista, o responsável respondeu que "nunca foi evidente, mas as coincidências podem permitir essa interpretação".

Quanto à consultora contratada para assessorar a privatização da TAP, a americana Evercore, Manuel Beja disse que a presidente executiva e o administrador financeiro (CFO), Gonçalo Pires, nunca chegaram a prestar contas sobre o dossiê ao Conselho de Administração, tendo a presidente executiva informado que o Governo tinha dado instruções para que a informação passasse apenas pela CEO e CFO.

Manuel Beja disse ainda que falou sobre isso com o ministro João Galamba, num evento onde se cruzaram, e que o governante "demonstrou alguma perplexidade".

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