"Como é que poderia haver uma oposição consistente", internamente, num partido que passou de um deputado para terceira força política e já conta com 15% nas sondagens, questionou André Ventura, à chegada ao centro de exposições de Santarém, onde decorrer até domingo a V Convenção Nacional do Chega.
Perante a insistência dos jornalistas, que o questionaram sobre as semelhanças com o PCP, em que há também apenas um candidato a secretário-geral, Ventura desabafou: "Não podem pedir ao Chega mais democracia interna".
Lembrando as eleições de delegados em todos os distritos, em que "quem quisesse podia ter-se candidato", o líder do Chega tentou pôr um ponto final à questão: "A verdade é que a oposição [interna] não tem força nenhuma e por isso não aparece a jogo".
Para Ventura, "99% do partido está contente com o rumo" que o Chega tem seguido e, por isso, seria "um absurdo querer mudar de liderança".
"Querem o quê? Que os vá buscar a casa?", contra-atacou o líder e recandidato do Chega, numa referência ao opositores que criticam mas não aparecem nas reuniões magnas para lhe disputar a liderança.
Sobre a anunciada desfiliação de Nuno Afonso, que chegou a admitir disputar a liderança, embora nunca concretizando a intenção, Ventura comentou: "As pessoas são livres de sair".
A V Convenção Nacional do Chega decorre entre hoje e domingo em Santarém para eleição do presidente e dos órgãos nacionais.
A reunião magna - a primeira desde que o Chega se tornou a terceira força política no parlamento, com a eleição de 12 deputados - foi marcada na sequência do chumbo dos estatutos pelo Tribunal Constitucional mas o partido decidiu não fazer mais alterações e voltar a adotar os estatutos originais, de 2019.
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