Ciclismo - Volta à Galiza 2023

benfas69

Avensat
Staff member
Administrador
Vingegaard desfez as dúvidas sobre quem é o melhor

img_920x518$2023_02_24_15_53_49_2100569.jpg

Jonas Vingegaard gosta de ganhar e, por isso, esta sexta-feira, atacou no Monte Trega para garantir a vitória na segunda etapa do Gran Camiño e a liderança da geral, na qual o ciclista português Ruben Guerreiro é segundo.
Na primeira etapa a contar da prova galega, o dinamarquês da Jumbo-Visma foi implacável: saltou no início da dura subida de segunda categoria, cavou uma vantagem confortável para os perseguidores, que nem o empedrado do 'viacrucis' anulou, e cortou a meta em 4:33.33 horas, deixando o mais direto perseguidor, o português Ruben Guerreiro (Movistar), a 21 segundos.

"Gosto de correr e gosto de ganhar. Hoje, queria tentar ganhar e, felizmente, tive as pernas para fazê-lo e estou super contente por ter triunfado", resumiu o vigente campeão do Tour, visivelmente radiante pelo seu feito.

Perante tamanha exibição de superioridade de Vingegaard, Guerreiro limitou-se a tentar encurtar distâncias, com uma aceleração no empedrado, e acabou por demonstrar ser o segundo melhor do pelotão do Gran Camiño, ao chegar à frente de Ion Izagirre (Cofidis), terceiro a 24 segundos.

Na geral, o português da Movistar tem 28 segundos de atraso sobre o ciclista da Jumbo-Visma e três de vantagem face a Izagirre.

Após a terrível primeira etapa, neutralizada pela queda de neve, o sol apareceu no 'Caminho de Pontevedra', a ligação de 184,3 quilómetros entre Tui e o Monte Trega, para a qual Jonas Vingegaard e Sebastian Schönberger (Human Powered Health) partiram virtualmente com três segundos de vantagem sobre o pelotão, por terem vencido os dois sprints bonificados da cancelada jornada inaugural.

Com a liderança da prova galega em mente, o austríaco lançou-se em fuga estavam decorridos pouco mais de uma dezena de quilómetros, na companhia de Unai Quadrado (Euskaltel-Euskadi), Josu Etxeberria (Caja Rural), Antonio Angulo (Burgos-BH), Alexander Konychev (Corratec), Mattia Bais (EOLO-Kometa) e Alejandro Ropero (Electro Hiper Europa).

Schönberger distanciou-se virtualmente de Vingegaard, ao conquistar mais dois segundos de bonificação no primeiro sprint intermédio, mas com menos de três minutos de vantagem sobre o pelotão, placidamente liderado pela Jumbo-Visma, e com o espetacular Monte Trega para subir, a empreitada do ciclista da Human Powered Health estava condenada à partida.

Foi já na aproximação à contagem de montanha de segunda categoria que desembocava na meta que os fugitivos foram apanhados, após largos quilómetros à vista do pelotão -- o grupo principal chegou praticamente a parar para prolongar a escapada, anulada apenas a 14 quilómetros da meta.

No Alto da Cruz da Portela, a Jumbo-Visma aumentou o ritmo, antecipando o que aconteceria nos 3,5 quilómetros de subida a Santa Trega, com uma pendente média de inclinação de 7,9% e cerca de 300 metros de empedrado de uma 'viacrucis' que terminava a menos de 400 da meta.

O corredor da casa Delio Fernández (AP Hotels&Resorts-Tavira-Farense) tentou a sua sorte ainda antes da ascensão final, mas a diferença de forças relativamente à todo-poderosa formação neerlandesa foi por demais evidente, com a corrida a seguir controlada até ao sopé do Monte Trega.

Com a Movistar de Ruben Guerreiro à espreita, foi Ion Izagirre o primeiro a agitar o grupo de favoritos no início da subida, antes do campeão do Tour2022 lançar um demolidor ataque, a 2,4 quilómetros da meta, ao qual ninguém respondeu.

O dinamarquês continuou a pedalar ao seu ritmo, aumentando cada vez mais o fosso para os rivais, que ficaram sem reação. Izagirre assumiu inicialmente a perseguição, com Guerreiro na roda, mas foi o monegasco Victor Langellotti (Burgos-BH), vencedor da oitava etapa da última Volta a Portugal, o único capaz de saltar do grupo, para seguir no encalce do futuro vencedor da etapa.

Foi no empedrado que Guerreiro reagiu, mas a sua aceleração já só foi suficiente para ser segundo na meta, onde Joaquim Silva (Efapel) foi o segundo melhor ciclista português, num honroso 12.º lugar, a 39 segundos de Vingegaard.

Silva, que também foi o melhor luso na Volta ao Algarve, ocupa a mesma posição na geral, a 52 segundos do homem que confirmou esta sexta feira que adora vestir de amarelo.

"Agora, temos de ver como me sinto amanhã [sábado] e decidiremos a partir daí", disse Vingegaard, assumidamente satisfeito por ter vencido (e por liderar) a sua primeira prova da época.

A vitória final do dinamarquês de 26 anos parece ser, agora, um pró-forma, uma ideia que poderá ser reforçada no sábado, na terceira etapa, uma ligação de 163 quilómetros entre Esgos e Rubiá, onde está instalada uma contagem de montanha de primeira categoria.

Record
 
Vingegaard imparável ganha mais uma etapa com Ruben Guerreiro em segundo

img_920x518$2023_02_25_18_01_28_2100930.jpg

Jonas Vingegaard prepara-se para ganhar a segunda edição do Gran Camiño com um registo 100% vitorioso, depois de ter vencido a terceira etapa, este sábado, que confirmou Ruben Guerreiro como o mais direto adversário do ciclista dinamarquês.

Quando cruzou a meta, 21 segundos após o campeão do Tour'2022, o português da Movistar estava resignado perante tamanha superioridade de Vingegaard, que atacou nos derradeiros dois quilómetros para chegar isolado ao alto do castelo de Rubiá, com o tempo de 03:19.58 horas, no final de uma etapa amputada pela neve, mas, sobretudo, pela vontade dos corredores.

"Diria que sim, que foi mais difícil [a vitória de hoje]. Foi uma etapa fria, tivemos de trabalhar um pouco mais para ela enquanto equipa. Foi uma subida dura. O tempo estava muito diferente, o que também desempenha o seu papel. As sensações não eram as mesmas de ontem [sexta-feira], mas ainda assim queria tentar. E tentei. Felizmente, fui capaz de ganhar", explanou o dinamarquês, assumindo ainda que no domingo vai tentar fechar o seu anunciado triunfo na prova galega com a terceira vitória em etapas.

A principal vítima do registo imaculado de Vingegaard no seu arranque de temporada - a primeira etapa do Gran Camiño não teve vencedor, após ser neutralizada por causa da neve - é mesmo Ruben Guerreiro, que manteve o segundo lugar da geral, mas está agora a 53 segundos.

O português foi segundo pelo segundo dia consecutivo, à frente de Attila Valter (Jumbo-Visma), que chegou a 35 segundos do seu companheiro de equipa e subiu ao quarto lugar da geral, a 01.29. O espanhol Jesus Herrada (Cofidis) é terceiro, a 01.25.

Numa Esgos coberta de neve, o dia começou com limpeza da estrada, com sal atirado para o asfalto e nova incerteza quanto à possibilidade de os 163 quilómetros da terceira etapa serem completados na totalidade.

Poucos minutos antes da hora marcada para o início da tirada, Delio Fernández (AP Hotels&Resorts-Tavira-Farense), o representante dos corredores, anunciava a novidade: não se subiria a Santa Mariña, a primeira categoria que o pelotão teria de escalar duas vezes (ao quilómetro 110,5 e 136,5) e que faria a seleção antes da dificuldade final.

O poder que ganharam quando decidiram neutralizar a primeira etapa, devido à queda intensa de neve, foi este sábado novamente usado pelos ciclistas para convencer o colégio de comissários a encurtar o percurso em cerca de 40 quilómetros, embora não tenha havido consenso entre as equipas, zelosas dos seus interesses - com a subida a Rubiá como única dificuldade, o beneficiado seria Vingegaard.

Com medo essencialmente do frio que passariam na descida de Santa Mariña, numas estradas geladas, com neve a perder de vista, os corredores viram a etapa reduzida a meros 123,4 quilómetros, já que também a escalada ao castelo de Rubiá foi encurtada em três quilómetros.

Assim, a etapa rainha da prova galega acabou amputada, com o espetáculo e a própria discussão da corrida a ficarem comprometidos. Nem a fuga de 11 homens, nos quais se incluíam Rohan Dennis (Jumbo-Visma), o português Tiago Antunes (Efapel) ou o austríaco Sebastian Schönberger (Human Powered Health), à procura de assegurar a camisola dos pontos, animou a jornada, já que nunca chegou a ter mais de dois minutos.

Perseguidos pela Caja Rural, Schönberger, Xabier Isasa (Euskaltel-Euskadi) e Simone Velasco (Astana), os últimos resistentes, foram apanhados a 15 quilómetros da meta.

A corrida seguiu tranquila até que o espetáculo Jumbo-Visma começou: Atilla Valter, com o seu líder na roda, dinamitou o grupo a três quilómetros, deixando-o apenas com outras duas unidades, Guerreiro e Ion Izagirre (Cofidis).

Seguir-se-ia o demolidor ataque do camisola amarela, ao qual o português da Movistar tentou responder, sem sucesso, resignando-se a esperar pelo espanhol, que cairia na descida que antecedeu os derradeiros 1.000. Isolado na perseguição, confirmou aquilo que o Monte Trega já tinha declarado: o dorsal '1' é, com distância, o segundo mais forte deste Gran Camiño.

No entanto, o recém-coroado campeão da Volta à Arábia Saudita e 'rei' da montanha do Giro2020 precisa de confirmar esse estatuto no contrarrelógio da última etapa, que, no domingo, percorrerá 18,1 quilómetros nas ruas de Santiago de Compostela, sendo que o exercício individual contra o cronómetro tem sido o principal 'adversário' do português nos últimos anos.

Joaquim Silva (Efapel) voltou a ser o melhor homem das equipas portuguesas, na 15.ª posição, a 01.10 minutos de Vingegaard, e vai partir para a quarta e última etapa da prova galega com hipóteses de fechar a sua prestação no top 15, uma vez que é 13.º na geral, a 02.12.

Record
 
Ruben Guerreiro acaba Gran Camiño no 3.º lugar

img_920x518$2023_02_26_15_26_16_2101234.png

Ruben Guerreiro salvou, este domingo, o pódio no Gran Camiño por cinco segundos, em nova jornada de demonstração de força do ciclista dinamarquês Jonas Vingegaard, que saiu da Galiza só com vitórias e com a amarela final.
Na história recente do ciclismo não há muitas histórias assim: depois de ganhar a segunda e terceira etapas da prova galega -- a primeira foi neutralizada -, o corredor da Jumbo-Visma arrasou a concorrência no contrarrelógio final, deixando o mais direto perseguidor, o seu colega australiano Rohan Dennis, a 35 segundos, e o terceiro, o norte-americano Will Barta (Movistar), a 59.

A prestação do vigente campeão do Tour, que demonstrou uma desconhecida faceta 'canibal' em terras galegas, foi tão demolidora que chegou à meta, diante da Catedral de Santiago de Compostela, colado a Ruben Guerreiro, que tinha partido dois minutos antes de si.

"Quero tentar ganhar tanto quanto possível. Ainda estou ávido de vitórias e ainda quero vencer muitas corridas", assumiu o dinamarquês, de 26 anos, num alerta à concorrência, nomeadamente a Tadej Pogacar (UAE Emirates), com quem vai travar o primeiro duelo da temporada no Paris-Nice, entre 5 e 12 de março.

Ainda assim, e apesar de ter sido apenas 21.º na etapa, a 1.55 minutos de Vingegaard, e ter perdido o segundo lugar da geral para Jesús Herrada (Cofidis), o português da Movistar segurou o pódio, por cinco segundos.

Como peregrinos que finalizam o seu caminho de Santiago na Praça do Obradoiro, os ciclistas concluíram, este domingo, a participação na segunda edição do Gran Camiño em frente à Catedral, num dia de sol esplêndido, a fazer esquecer as duas jornadas perturbadas pela neve.

Os técnicos e duros 18,1 quilómetros eram perfeitos para especialistas e eles foram desfilando como autores do melhor registo: o norte-americano Chad Haga (Human Powered Health), surpreendente vencedor do contrarrelógio final do Giro2019, pulverizou todos os tempos anteriores, ao concluir a etapa em 25.18 minutos, mas a sua performance foi largamente superada por Rohan Dennis (Jumbo-Visma).

Quem sabe nunca esquece e o antigo bicampeão mundial de contrarrelógio (2018 e 2019) simplesmente voou - no ponto intermédio, já retirava 44 segundos ao tempo de Haga - para finalizar o seu exercício em 24.22 minutos.

O registo de Dennis figurou durante mais de metade da jornada como o melhor, mas o australiano seria destronado quando o camisola amarela cortou a meta, com o extraordinário tempo de 23.47 minutos, alcançado a uma média de 45,662 km/h, e com Ruben Guerreiro à vista.

O português, que trabalhou especificamente o contrarrelógio na pré-temporada, tendo inclusive mudado a posição na bicicleta em busca de ganhos aerodinâmicos, foi superado por Herrada, um surpreendente quinto classificado no crono, a 1.06 minutos do vencedor, mas conseguiu evitar a perigosa aproximação de Atilla Valter (Jumbo-Visma).

Guerreiro terminou a segunda edição do Gran Camiño em terceiro, a 2.48 minutos de Vingegaard, com o espanhol da Cofidis, um dos maiores responsáveis pela neutralização da primeira jornada, a ser segundo, a 2.31.

A quarta e última etapa da prova galega trouxe ainda uma boa surpresa para Portugal, com Joaquim Silva (Efapel) a superar-se para fazer um excelente contrarrelógio - foi 13.º, a 1.32 minutos - e entrar no top 10, um prémio merecido para o corredor de 30 anos, um dos mais consistentes do pelotão nacional.

Silva sai da Galiza com um honroso nono lugar, depois de ter saltado quatro posições na geral, terminando a 3.44 minutos de Vingegaard.

Record
 
Voltar
Topo