Lordelo
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A pesquisa realizada por investigadores do Reino Unido, Estados Unidos e Bélgica revelou que nos primeiros 11 meses da pandemia - a partir de dezembro de 2019 - registaram-se poucas alterações genéticas "importantes" nas centenas de milhares de genomas sequenciados do SARS-CoV-2, conforme reporta um artigo publicado na revista Galileu.
"Isso não significa que nenhuma mudança ocorreu, mutações sem significado evolutivo se acumulam e 'surfam' ao longo dos milhões de eventos de transmissão, como fazem em todos os vírus", explicou Oscar MacLean, investigador da Universidade de Glasgow, na Escócia, e primeiro autor do artigo divulgado no Plos Biology.
MacLean acrescentou: "o que tem sido tão surpreendente é o quão transmissível o SARS-CoV-2 tem sido desde o início [da pandemia]".
Determinadas mutações detetadas no vírus tiveram efeito, nomeadamente o substituto da proteína spike D614G, que está associado ao aumento da transmissibilidade e a alguns ajustes gerais no genoma do novo coronavírus. Contudo, na vasta maioria, dominaram os processos evolutivos "neutros".
De acordo com a revista Galileu, ao analisarem as mutações do SARS-CoV-2 e sarbecovírus relacionados (grupo que engloba vírus que se hospedam em morcegos e pangolins), os cientistas identificaram evidências de alterações bastante significativas, porém tiveram lugar previamente ao SARS-CoV-2 ter começado a infetar os seres humanos. O que é um indicador da capacidade do vírus de infetar humanos e outros mamíferos terá potencialmente evoluído em morcegos, antes da propagação nas pessoas.
Contudo, atualmente o vírus está a modificar-se rapidamente em comparação à cepa detetada em janeiro de 2020, na qual as vacinas desenvolvidas se basearam para a sua formulação. Os investigadores referem que os imunizantes continuarão a ser eficientes contra a vasta maioria das diferentes estirpes da Covid-19, mas quanto mais tempo demorar para reduzir a diferença entre pessoas vacinadas e não-vacinadas, mais oportunidades o SARS-CoV-2 terá para se alterar.
"A primeira corrida foi para desenvolver uma vacina. Agora, a corrida é para fazer com que a população global seja vacinada o mais rápido possível", alertou David L. Robertson, um dos líderes do estudo.
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