Covid-19: Crianças têm menor risco, mas os impactos indiretos são vários

Lordelo

Avensat
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A pandemia da Covid-19 continua a ter um impacto generalizado e devastador no mundo. Embora as crianças pareçam menos propensas a contrair o vírus ou a desenvolver casos graves, ainda há muitos motivos para preocupação. Um novo estudo da Universidade de Exeter alerta que a pandemia pode afetar indiretamente a saúde física e mental das crianças.

No artigo, publicado no Canadian Medical Association Journal, os investigadores descrevem várias maneiras pelas quais as crianças são impactadas negativamente pela pandemia.

Uma das mudanças causadas pela pandemia é que menos famílias estão a recorrer aos serviços de saúde. Dados do Reino Unido, Irlanda e Itália revelam uma redução de 75% nas visitas à urgência pediátrica durante a quarentena, em comparação com anos anteriores. Além disso, os cuidadores parecem esperar mais tempo para procurar atendimento de saúde para crianças.

Os investigadores sugerem que essas tendências se devem ao medo da infeção por Covid-19 em instalações médicas ou transportes públicos. Como resultado da omissão e atraso dos cuidados de saúde, faltam às crianças as vacinas programadas na infância.

Com isto, faltam também as verificações de desenvolvimento, o que é particularmente preocupante, uma vez que aproximadamente 15% das crianças têm um atraso em pelo menos uma área de desenvolvimento. A identificação precoce melhora o desenvolvimento cognitivo e os resultados médicos.

Além da saúde física e do desenvolvimento, existe também um risco a saúde social e mental das crianças. A pandemia pode estar a causar um amplo isolamento social, casas superlotadas, tensão financeira e insegurança alimentar. Experiências adversas na infância, assim como essas, estão associadas a resultados negativos de saúde mental, obesidade e doenças cardiovasculares mais tarde na vida.

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