Criada plataforma de reflexão que 'não está contra nada nem contra ninguém'

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A plataforma de reflexão hoje apresentada no Porto é um movimento de pessoas que quer afirmar Portugal como um país próspero, "não está contra nada nem contra ninguém" e "não tem ninguém escondido por baixo da mesa".

"Não de trata de uma plataforma de reflexão que esteja contra nada nem contra ninguém, não se trata de uma plataforma que tenha ninguém escondido por baixo da mesa, de algum modo a querer liderar ou protagonizar, trata-se de um movimento de pessoas livres", afirmou Rui Nunes, antigo presidente da Entidade Reguladora da Saúde, em conferência de imprensa.

Questionado sobre a possibilidade desta plataforma servir de rampa de lançamento para uma futura intervenção do antigo presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, na actividade política nacional, Rui Nunes disse que a plataforma, "revendo-se em personalidades" como a de Rui Rio, "não tem esse objectivo, nem no imediato nem no longo prazo".

Segundo Rui Nunes, esta "plataforma de reflexão", denominada "Uma Agenda para Portugal", é composta por "larguíssimas dezenas de pessoas, a maior parte oriundas da área que se designa da social-democracia e do socialismo democrático, a movimentarem-se em torno de determinados ideais, que são os que estão na Constituição, como a justiça social, a igualdade de oportunidades" e que "entendem que Portugal atravessa uma séria crise económica, social e também no plano dos valores".

"Temos tido o privilégio de contar com personalidades de relevo, mutas delas se pautam por princípios de manifestação de grande dedicação ao interesse publico, de verticalidade e seriedade, nos quais o dr. Rui Rio se encaixa bem", disse.

O provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto, António Tavares, um dos fundadores deste movimento, frisou que "esta não é uma plataforma partidária" e que "vai muito mais para além do dr. Rui Rio".

"Todos somos poucos para ajudar o nosso país", acrescentou Rui Nunes, salientando que "qualquer cidadão achará que pessoas com aquele perfil [do antigo autarca do Porto] fazem falta á sociedade e à nossa vida pública, mas o dr. Rui Rio está neste momento num processo de ponderação e não está com essa mesma vontade e disponibilidade de participação".

Rui Nunes precisou que esta plataforma existe há mais de um ano, promovendo debates em ambiente fechado, e entendeu agora "que valia a pena dar uma expressão diferente, uma expressão mais democrática, abrindo a toda a sociedade e a aqueles que, tendo boa vontade, que sejam pessoas de bem, se queiram associar a este projeto de reflexão".

O primeiro debate, marcado para terça-feira, em Lisboa, contará com a participação dos sociais-democratas Rui Rio e Pacheco Pereira.

Além da promoção de debates, a plataforma pretende "produzir a sua documentação para ajudar o decisor político a decidir de acordo com aquilo que nos parece ser o sentir e o pulsar da sociedade actual", sublinhou Nunes, adiantando que os "contributos são para apresentar ao actual Governo, mas também "ao próximo e ao vindouro".

A reforma do Estado e a revisão da Constituição são "grandes temas" que têm sido e vão continuar a ser debatidos no âmbito desta plataforma.

Os intervenientes pretendem apresentar mesmo "uma reforma do Estado mais arrojada" do que a que tem sido proposta, sendo certo que a plataforma, tendo em conta o seu referencial ideológico, "não vai preconizar nenhuma deriva ultra liberal que efectivamente não é aquilo que a maioria dos portugueses deseja", disse Rui Nunes.

"Dentro deste quadro ideológico vamos propor uma reforma do Estado que seja consentânea com estes valores e uma revisão da Constituição que não mexa nestes mesmos valores, mas que naturalmente seja modernizada para que as reformas que o país precisa sejam implementadas", sustentou.

Para Rui Nunes, o grande problema actual é que "a sociedade não sabe para onde quer ir; se quer um modelo neoliberal, se quer um modelo mais social europeu".

A plataforma quer "encontrar caminhos que ajudem a resolver os problemas dos portugueses, mas com sentido e fundamentação ideológica que seja largamente maioritária no nosso país".

"Não teremos nenhuma reserva intelectual sobre nenhum tema, incluindo a reforma do regime e do sistema político e do sistema partidário", concluiu Rui Nunes.

Lusa/SOL
 
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