Maria do Carmo foi encontrada por uma vizinha, na cama da sua casa, apresentando sinais de agressões na cara e pescoço
O suspeito da morte de Maria do Carmo Ventura, a idosa, de 74 anos, assassinada, na madrugada de dia 5, em Casais de São Clemente, Miranda do Corvo, vai ser presente a primeiro interrogatório, esta sexta-feira à tarde, no Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Coimbra, "para aplicção das medidas de coação", disse, ao JN, fonte policial.
A Polícia Judiciária (PJ), recorde-se, deteve, ontem, um familiar afastado da vítima que a terá assassinado para lhe roubar ouro, designadamente um fio e uns brincos, que a idosa trazia habitualmente consigo.
O detido, de 19 anos, desempregado, estará ligado ao consumo de estupefacientes. Terá cometido os crimes de furto qualificado e homicídio qualificado "por motivação económica", segundo a PJ.
O facto de o assaltante ter usado uma chave, que se encontrava escondida na cave da habitação da septuagenária, e de não ter arrombado portas ou janelas da casa, para aceder ao seu interior, levou logo os investigadores a suspeitar tratar-se de alguém próximo da vítima. Suspeitas reforçadas pelo facto de a idosa, aparentemente e segundo relatos feitos ao JN, não ter reagido à presença do assaltante.
Maria do Carmo, recorde-se, foi encontrada por uma vizinha, na cama da sua casa, apresentando sinais de agressões na cara e pescoço. Terá sido asfixiada com uma almofada.
De acordo com o testemunho de familiares e amigos, a vítima, que vivia sozinha após a mor te do marido, numa rua onde mais mulheres também vivem sós, terá falado ao telefone com uma filha, cerca das 21 horas do dia 4, a quem terá dito que estava bem e ia deitar-se. Desde então, ninguém mais falou com a septuagenária.
Na manhã de dia 5, a prima e vizinha Mabilde Simões achou estranho que Maria do Carmo não fosse comprar pão ao padeiro que por ali passa diariamente, ao contrário do que era habitual.
Resolveu, então, ir a casa da vítima. À entrada, achou logo estranho a vizinha ter as chaves nas portas da frente e de trás da habitação e destrancadas.
Desconfiou, mas acedeu ao quarto de Maria do Carmo, encontrando-a morta. "Pensei que pudesse ter sido um ataque, mas como ela tinha a cara arranhada, o pescoço vermelho e umas pisaduras e como a almofada estava cheia de sangue, percebi que tinha sido um assalto", disse, ao JN, Mabilde, sem esconder a emoção. "Não percebo. A Maria não tinha dinheiro em casa, não tinha inimigos, não era rica", afirmou.
Maria do Carmo Ventura, mãe de duas filhas e um filho, era uma pessoa muito conhecida e estimada na freguesia de Lamas, a meia dúzia de quilómetros da Miranda do Corvo, distrito de Coimbra.
JN