Desde o início do ano, 12 tecnológicas mundiais anunciaram a eliminação de mais de 74.000 empregos em 2023, sem contar com a redução anunciada pela Meta e Amazon, em novembro, de 21.000 pessoas.
"Diria que há um ajustamento", afirma José Ferreira, quando questionado pela Lusa sobre o tema.
"Em geral, nas 'big tech', onde se incluem a Google, a Amazon, a SAP, entre outras", assiste-se a uma desaceleração "no crescimento e, por via disso, pressões do mercado", mas "ainda assim, as empresas estão a fazer pequenos ajustes àquilo que foi" o aumento do número de pessoas nos últimos tempos, refere.
Por exemplo, aponta, a Amazon vai cortar 18.000 pessoas "essencialmente nos recursos humanos e operações de loja".
Além disso, a Amazon "passou de 800.000 no último trimestre de 2019 para 1,6 milhões no último trimestre de 2021", ou seja, "cresceu 800.000 pessoas e está a reduzir 18.000", indica José Ferreira, salientando que é preciso "também ver a escala global das coisas".
Acima de tudo, acrescenta, "houve uma corrida grande ao talento durante a pandemia, com uma expectativa de crescimento continuado como tinha acontecido no passado, crescimento esse que não está a verificar-se e que agora está a cortar o excesso", salienta o sócio da BCG.
Para o responsável, existem "ajustamentos de performance e de excessos de contratação que agora estão a ter lugar".
Já sobre se este número de pessoas que estão a ser despedidas permite compensar as necessidades de mercado em talento na área tecnológica, José Ferreira diz que não.
"Globalmente não compensam, mas este movimento, na minha perspetiva, é uma ótima oportunidade para empresas mais tradicionais, para capturarem algum talento que está a ser despedido", refere.
No entanto, sublinha, a maior parte dos despedimentos é "centrado nos Estados Unidos e, portanto, nem sempre as empresas na Europa têm acesso a esse talento".
Além disso, face a esta onda de despedimentos, muitas das pessoas que estariam a pensar mudar para as tecnológicas podem já ter perdido a vontade -- dada a volatilidade --, o que "pode ser interessante para a retenção de talento para empresas mais tradicionais".
Dito isto, "não são estes números que vão colmatar as necessidades de médio prazo de talento", remata.
Questionado sobre a continuação da vaga de despedimentos, "tudo vai depender da economia, se vai entrar em recessão económica ou não" para perceber se continua o ajuste, acrescenta.
No caso de Portugal, recorda que algumas 'startups' já fizeram reajustes, ainda durante o ano passado. Isto porque os investidores estão mais exigentes e os "caminhos de não rentabilidade hoje em dia são mais difíceis de suportar".
Algumas organizações começaram "a fazer alguns ajustamentos quase por uma questão higiénica para se prepararem para a incerteza", mas se o ambiente económico melhorar "substancialmente também diria que rapidamente vão começar a contratar pessoas para suportar o crescimento".
O mercado europeu, sublinha, "é muito mais lento a ajustar" do que os Estados Unidos.
Portugal, apesar de não ser imune a esta vaga, "não tem grande peso no setor tecnológico" e o "ecossistema de 'startups é interessante, mas mais pequeno", refere.
De acordo com contas feitas pela Lusa, com base na informação divulgada por 12 das principais tecnológicas, a maioria norte-americanas, mais de 74.000 empregos vão ser cortados, onde se inclui a Alphabet, dona da Google, Microsoft, Disney e até o Spotify.
Se somarmos o anúncio de despedimentos da Meta, dona do Facebook, WhatsApp e Instagram, de 11.000 trabalhadores, ou 13% da força laboral, e o da Amazon, de 10.000 na mesma altura, o número sobe para cerca de 95.000.
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"Diria que há um ajustamento", afirma José Ferreira, quando questionado pela Lusa sobre o tema.
"Em geral, nas 'big tech', onde se incluem a Google, a Amazon, a SAP, entre outras", assiste-se a uma desaceleração "no crescimento e, por via disso, pressões do mercado", mas "ainda assim, as empresas estão a fazer pequenos ajustes àquilo que foi" o aumento do número de pessoas nos últimos tempos, refere.
Por exemplo, aponta, a Amazon vai cortar 18.000 pessoas "essencialmente nos recursos humanos e operações de loja".
Além disso, a Amazon "passou de 800.000 no último trimestre de 2019 para 1,6 milhões no último trimestre de 2021", ou seja, "cresceu 800.000 pessoas e está a reduzir 18.000", indica José Ferreira, salientando que é preciso "também ver a escala global das coisas".
Acima de tudo, acrescenta, "houve uma corrida grande ao talento durante a pandemia, com uma expectativa de crescimento continuado como tinha acontecido no passado, crescimento esse que não está a verificar-se e que agora está a cortar o excesso", salienta o sócio da BCG.
Para o responsável, existem "ajustamentos de performance e de excessos de contratação que agora estão a ter lugar".
Já sobre se este número de pessoas que estão a ser despedidas permite compensar as necessidades de mercado em talento na área tecnológica, José Ferreira diz que não.
"Globalmente não compensam, mas este movimento, na minha perspetiva, é uma ótima oportunidade para empresas mais tradicionais, para capturarem algum talento que está a ser despedido", refere.
No entanto, sublinha, a maior parte dos despedimentos é "centrado nos Estados Unidos e, portanto, nem sempre as empresas na Europa têm acesso a esse talento".
Além disso, face a esta onda de despedimentos, muitas das pessoas que estariam a pensar mudar para as tecnológicas podem já ter perdido a vontade -- dada a volatilidade --, o que "pode ser interessante para a retenção de talento para empresas mais tradicionais".
Dito isto, "não são estes números que vão colmatar as necessidades de médio prazo de talento", remata.
Questionado sobre a continuação da vaga de despedimentos, "tudo vai depender da economia, se vai entrar em recessão económica ou não" para perceber se continua o ajuste, acrescenta.
No caso de Portugal, recorda que algumas 'startups' já fizeram reajustes, ainda durante o ano passado. Isto porque os investidores estão mais exigentes e os "caminhos de não rentabilidade hoje em dia são mais difíceis de suportar".
Algumas organizações começaram "a fazer alguns ajustamentos quase por uma questão higiénica para se prepararem para a incerteza", mas se o ambiente económico melhorar "substancialmente também diria que rapidamente vão começar a contratar pessoas para suportar o crescimento".
O mercado europeu, sublinha, "é muito mais lento a ajustar" do que os Estados Unidos.
Portugal, apesar de não ser imune a esta vaga, "não tem grande peso no setor tecnológico" e o "ecossistema de 'startups é interessante, mas mais pequeno", refere.
De acordo com contas feitas pela Lusa, com base na informação divulgada por 12 das principais tecnológicas, a maioria norte-americanas, mais de 74.000 empregos vão ser cortados, onde se inclui a Alphabet, dona da Google, Microsoft, Disney e até o Spotify.
Se somarmos o anúncio de despedimentos da Meta, dona do Facebook, WhatsApp e Instagram, de 11.000 trabalhadores, ou 13% da força laboral, e o da Amazon, de 10.000 na mesma altura, o número sobe para cerca de 95.000.
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