EUA. Após ser violada, menina de 10 anos é obrigada a viajar para abortar

Lordelo

Avensat
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Três dias depois de o Supremo Tribunal dos Estados Unidos ter revogado o direito constitucional ao aborto, Caitlin Bernard, ginecologista e obstetra em Indianapolis, foi contactada por uma colega de Ohio, que lhe deu conta de um caso que está a chocar o país.






Horas depois da decisão do Supremo Tribunal, o Ohio baniu o direito ao procedimento a partir das seis semanas. Após ter sido vítima de abusos sexuais, uma menina de 10 anos viu-se grávida de seis semanas e três dias, e impedida de abortar no seu estado.


A 25 de julho, os legisladores do Indiana deverão debater a proibição do aborto naquele estado. Ainda assim, por enquanto, o procedimento continua legal, pelo que a menina rumou para ser assistida por Bernard.


Conforme contaram outros médicos ao Indianapolis Star, as clínicas têm recebido um fluxo crescente de pacientes vindos de estados onde o procedimento foi restrito ou banido.


“É difícil de imaginar que dentro de semanas não poderemos prestar esses cuidados”, lamentou Bernard.


São já 21 os estados que restringiram ou proibiram o acesso a este procedimento médico.


Os vários processos legais que deram entrada no sistema judicial e as mensagens contraditórias nos estados estão a gerar incerteza e a lançar confusão entre médicos, clínicas de aborto e utentes.


O presidente dos EUA, Joe Biden, reuniu-se a 1 de julho com nove governadores democratas e indicou que o governo federal vai proteger o direito de mulheres a viajarem entre estados para fazerem abortos e a receberem pílulas abortivas aprovadas pelo regulador FDA (Food and Drug Administration).

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