Euro 2024 - Notícias e Resultados

SUÍÇA-ITÁLIA, 2-0

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O (ainda) campeão em título está fora do Campeonato da Europa, mas só pode abrir a boca de espanto quem não viu o jogo com a Suíça, ou mesmo as impressões deixadas na primeira fase do torneio.

Em paz com aquilo que vale, a equipa helvética geriu o jogo como quis, fruto do tempo de maturação que encontrou. Serena e competente, está nos quartos de final pela segunda vez consecutiva.

Os sinais deixados na fase de grupos já apontavam para uma Suíça mais confiante, mas talvez não fosse assim tão expectável a forma autoritária como a equipa de Murat Yakin pegou no jogo logo de início. Instalada no meio-campo contrário, a beneficiar da experiência de Akanji, Ricardo Rodríguez, Aebischer e Xhaka para uma construção segura, e depois a soprar na nuca dos italianos assim que perdia a bola.

Faltava alguma acutilância no ataque, com Embolo algo só na frente, mas ainda assim a conseguir isolar-se para a primeira grande ocasião do jogo, negada por Gigi Donnarumma. A Itália tentou despertar, mas o melhor que conseguiu foi um remate de Chiesa intercetado por Akanji.

Ao juntar verticalidade à versatilidade com que os jogadores trocavam de posições, a Suíça chegou à vantagem. A movimentação de Embolo criou um buraco na defesa italiana que Remu Freuler explorou, servido por Vargas.

Luciano Spalletti foi para o intervalo visivelmente irritado, e até tratou de lançar logo Zaccagni, o herói do apuramento, mas os azzurri não voltaram mais despertos. Depois da assistência para o tento inaugural, Vargas aumentou a vantagem suíça logo na primeira jogada da etapa complementar, com um fantástico pontapé em arco.

Só com alguma solidariedade suíça é que a seleção italiana conseguiu aproximar-se do golo, com Schar a desviar de cabeça para o poste da baliza de Sommer, apanhado a meio do caminho.

A partir daí o jogo mudou de resto, mas foi mais por opção helvética do que propriamente por mérito transalpino. A equipa de Spalletti ainda atirou novamente ao poste, mas Scamacca, mas revelou-se estática, previsível, aborrecida.

A Bola
 
Alemanha-Dinamarca, 2-0

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O BVB Stadion, na designação uefeira, ou o Signal Iduna Park, na versão mais corriqueira, é conhecido, nos jogos do seu Borussia, pela enorme muralha amarela erguida pelos seus adeptos atrás duma das suas balizas.

Hoje o jogo não era do Borussia mas teve direito a duas muralhas e… vermelhas: uma erigida pelos (imensos) dinamarqueses nas bancadas e outra pela equipa dentro de campo, sobretudo antes da tempestade de granizo que levou à interrupção do jogo na primeira parte por longuíssimos 23 minutos, num esquema de três centrais a seguro e superiormente dirigido por Kasper Schmeichel, com intervenções soberbas aos (7’ e 10’), complementada por uma outra depois do interregno por força do mau tempo (37’).

A Alemanha começou o encontro com muita posse de bola, fazendo jus ao facto de liderar este item estatístico no Euro, mas os dinamarqueses não queriam deixar cair o castelo do seu reino e resistiam, até que começaram a equilibrar e a espreitar o contra-ataque, com o Hojlund a mostrar-se desastrado quando conseguia fugir à parede com rodas Rudiger.

Na segunda parte a toada não mudou, até que entre o minuto 51 e o 54 houve emoção a transbordar, pois Christensen, primeiro, introduziu a bola na baliza de Neuer mas o lance foi invalidado pelo VAR por fora de jogo e, logo a seguir, o videoárbitro a ser novamente protagonista ao detetar mão do mesmo protagonista na sua área e o lance a culminar em penálti convertido com sucesso por Kai Havertz. Musiala, pouco depois, fez o segundo e o jogo como que... terminou.

A Bola
 
Inglaterra-Eslováquia, 2-1 a.p.

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Bellingham evita eliminação aos 90’+5, de bicicleta; Kane completa reviravolta no prolongamento; Eslováquia esteve perto da festa

Uma Inglaterra cinzenta e presa nos seus próprios equívocos foi salva da eliminação pela sua maior figura, num pontapé de bicicleta hollywoodesco, a poucos segundos do apito final. Nessa altura, Saka já era lateral-esquerdo, Toney tinha entrado para dar mais presença na área ao lado de Kane, Eze acrescentara drible e o 4x2x3x1 tinha-se estilhaçado num 4x2x4 de desespero, uma fezada de Southgate, nada estruturada ou amplamente tática ou estratégica. Pouco tempo depois, no primeiro minuto do prolongamento, a muralha eslovaca desmoronou de vez, em mais uma bola parada, que teve sequência num mau remate de Eze. A bola sobrou, no entanto, para Toney, que cabeceou na direção do voo imperial de Kane para rematar a partida.

A Eslováquia, com muitos menos argumentos individuais, pareceu ter, desde o primeiro minuto, um melhor tecido coletivo. Pressionou e incomodou, e saiu rápido para o ataque, criando inúmeros calafrios a Pickford. Até que, aos 25, Kucka ganhou um duelo aéreo a Guéhi, a bola sobrou para Strelec, que entregou para o homem-golo Schranz. Walker tinha lido mal a jogada, preocupado com Haraslin, e só sobrava Pickford no caminho do extremo direito (e Guéhi, atrasado, apenas para fazer pressão e obrigar o rival a um remate com a ponta da bota).

A seleção dos Três Leões sentiu o golo e o peso do resultado, que acrescentou à responsabilidade das más exibições que já carregava. Tentou amparar-se em referências individuais, como Saka e Bellingham, e num futebol direto e de cruzamentos, por falta de coesão coletiva, porém o conjunto de Francesco Calzona sempre pareceu controlar as iniciativas britânicas. Até que apareceu Jude Bellingham, que fez como diz a letra: pegou numa canção triste e tornou-a melhor.

A Bola
 
Espanha- Geórgia, 4-1

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A tribo do futebol já tinha ficado (bem) surpreendida com a vitória da Geórgia sobre Portugal e ontem voltou a abrir a boca de espanto ao minuto 18 quando, sem nada o fazer prever, Le Normand introduziu a bola na sua própria baliza e, após um punhado de excelentes defesas de Mamardashvili — o nome é dificílimo mas a qualidade do guarda-redes é bem fácil de reconhecer—, inaugurou o marcador para os georgianos.

No entanto, após um período normal de algum desnorte, nuestros hermanos continuaram no seu jogo de posse mas com assertividade no ataque e empataram através de Rodri, após um passe de um dos prodígios da equipa, Nico Williams.

Na segunda parte, foi com laivos de arte que foi reposta a ordem natural das coisas — não nos podemos esquecer que na fase de qualificação os espanhóis bateram a Geórgia por 7-1 —, fruto dos golos de Fabián Ruiz, Nico Williams (convém ver e rever) e de Dani Olmo, com a superioridade espanhola a fazer-se sentir na velocidade de circulação e na pressão alta que, nesta fase do encontro, praticamente asfixiou a equipa de Willy Sagnol, a última a conseguir o apuramento para a fase final deste Euro alemão e a quem muitos apontavam derrotas expressivas nos três primeiros jogos. O inevitável Kvaratshskelia, suportado por Mikautadze, ainda tentaram dar vida ao ataque georgiano no segundo tempo, mas a parede que ergueram frente a Portugal foi-se desmoronando com a paciência espanhola, que tem mais matizes de tiki-taka do que da ancestral fúria espanhola, mas com a diferença em relação à filosofia Guardioliana dos extremos serem mais dados a movimentos de profundidade que desbaratam as defesas contrárias.

Terminou assim a aventura georgiana, que até podia ter sido por números mais pesados não fosse algum deslumbramento de Lamine Yamal. Mas, aos 16 anos, quem o não tem?

A Bola
 
França-Bélgica, 1-0

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Gauleses sofreram e estiveram muito tempo presos à boa estratégia belga, que até poderia ter sido mais feliz. Jogo emotivo até ao final

Bélgica e França são duas das equipas que, provavelmente, mais talento individual têm em todo o Europeu. Bons jogadores, super-bons jogadores e craques. De tudo a num nível elevadíssimo. Já se esperava, por isso, equilíbrio. Algo que se confirmou assim que iniciou a partida. Duas equipas com idênticos sistemas (4x3x3), fórmulas parecidas para anular as suas estrelas maiores de cada equipa (De Bruyne e Mbappé), mas tudo demasiado... preso.

Com pouco espaço, frenéticos duelos Koundé/Doku pela direita, Saliba/Lukaku, Tchouaméni/ Onana no miolo. Apesar da criatividade bem patente, em jogadores que dispensam apresentações, o confronto físico foi imagem de marca de uma primeira parte muito amarrada, com uma equipa gaulesa mais dominadora na posse, mas um adversário belga sempre periogoso com as suas duas setas da frente (Doku e Openda, entre o gigante Lukaku), preparadas a ferir o conjunto de Didier Dechamps.

A segunda parte foi melhor. Mais intensa e vibrante, mas sem perder a combatividade. Subiu, porém, na qualidade e emoção. E fez lembrar uma reflexão: «Não há ideias mais livres que as de um preso». Foi no período em que a França parecia ter cada vez menos soluções, se encontrava mais presa às rédeas belgas, apesar das muitas tentativas — gigante Tchouámeni foi tentando vezes sem conta a meia distância — além de Mbappé (54’) e Saliba (74’), que o golo acabaria por surgir. Numa jogada de insistência, força do recém-entrado Muani e dose de felicidade, pois o remate, mal preparado, acabou por desviar em Vertonghen e trair Casteels. A cinco minutos do final, quando antes, Lukaku (71’) teve a melhor ocasião belga para marcar. O colete de forças a que esteve presa a equipa francesa acabou por rasgar mesmo à... força. E de forma justa, já agora...

A Bola
 
Portugal 0-0 Eslovénia (3-0 após g.p.)



Foi preciso esperar até ao último suspiro, já nas grandes penalidades, para garantir um lugar nos quartos-de-final.

Sabia-se que a chave estaria na paciência, talvez a palavra mais dita ao longo da semana pelos jogadores e por Roberto Martínez. O que não se sabia era que a recompensa por essa paciência chegaria tão, mas tão tarde.

Apesar da superioridade em campo, a agressividade exibida pelos eslovenos complicou e muito a estratégia da seleção nacional, que só no último suspiro pôde sorrir. Foi nas grandes penalidades, mas foi. E tudo porque Diogo Costa fez o impensável e defendeu os três remates da seleção eslovena.

Uma exibição apoteótica que nos faz recuar 18 anos, quando Ricardo salvou Portugal frente à Inglaterra, ao defender sem luvas as grandes penalidades dos ingleses. Desta vez não foi necessária tamanha ousadia para sorrir no fim e voltar a colocar Portugal no caminho da França.

A responsabilidade estava, por razões óbvias, do lado da seleção nacional. Um rótulo colocado na testa dos onze eleitos por Martínez, que frente à Eslovénia optou por repetir os titulares que lograram a vitória diante da Turquia, a mais evidente na prova. E o peso do claro favoritismo cedo se exibiu, logo desde o apito inicial, com Portugal a tudo fazer para ser mandão, pressionante e perigoso. Um ímpeto sufocante para os eslovenos, que aos três minutos temeram em dose dupla o que sabiam não poder acontecer: sofrer primeiro. Rafael Leão e Rúben Dias estiveram perto, mas não o suficiente para abrir o marcador.

Martínez tinha pedido uma rápida recuperação à perda de bola para evitar as cavalgadas da dupla atacante eslovena e os primeiros minutos mostravam uma seleção atenta, com a tal "concentração competitiva" pedida por Pepe a meio da semana.

Portugal sabia que marcar cedo representaria o toque de midas para obrigar a Eslovénia a desmontar-se defensivamente, quase sempre com uma linha de cinco, às vezes de seis defesas, no momento defensivo - um cenário constante. Sabendo-o, Bernardo Silva não quis perder tempo e com um cruzamento apetitoso encontrou Bruno Fernandes que, já em esforço, não conseguiu desviar para a baliza de Oblak.

Aos 20 minutos o domínio português era absoluto, mas infrutífero. A muralha eslovena mantinha-se firme, compacta, organizada. Mas também atrevida aqui ou ali, talvez mais do que se esperaria, já que a estratégia de Matjaž Kek não se resumia a fechar-se em copas.

Um sinal que se tornou mais claro a meio da primeira parte, quando a seleção eslava começou a ter mais bola e a ocupar mais vezes o meio-campo de Portugal, terreno que pouco ou nada tinha pisado até então. Um atrevimento que ia empolgando os adeptos eslovenos, mas também os portugueses, que viam o adversário, aos poucos, ficar mais destapado lá atrás.

Aguardava-se um jogo de paciência de Portugal e era paciência que ia demonstrando não perder. Sempre com mais bola, a seleção nacional ia encontrando esperança nas arrancadas de Rafael Leão ou nos cruzamentos de Bernardo Silva, que não raras vezes iam deixando em muito posição ora Ronaldo, ora Bruno Fernandes, sempre muito próximos.

Foi preciso esperar 37 minutos para a primeira jogada de perigo real da Eslovénia. Um corte mal medido abriu uma autoestrada a Petar Stojanovic, que só não entregou de bandeja o golo a Sporar porque o bombeiro Nuno Mendes veio apagar o fogo que ele próprio tinha ateado no início da jogada. Estava melhor a Eslovénia, mais subida, e já perto do final da primeira parte foi a Eslovénia que esteve perto de sorrir. Sesko, estrela do Leipzig, o nome mais sonante dos eslovenos, procurou a sorte com um remate de longe. Diogo encaixou sem dificuldades, naquela que foi a primeira defesa do guardião do FC Porto.

Os últimos minutos do primeiro tempo foram frenéticos, com o jogo a partir-se, e foi por pouco que não terminou em glória para a seleção portuguesa. Rafael Leão encontrou Palhinha à entrada da área e o médio do Fulham atirou ao poste, segundos antes do árbitro italiano Daniele Orsato apitar para o final da primeira parte.

Dos primeiros 45 minutos, em suma, ficava sobretudo o ascendente português, apesar de insuficiente para contrariar a boa agressividade eslovena, que ia segurando o nulo no marcador.

Sem mexidas ao intervalo, o segundo tempo iniciou com duas investidas eslovenas, que apesar de não se traduzirem em situações de perigo iminente, reforçavam a ideia de que a Eslovénia, frente a Portugal, não queria apenas defender.

Sempre a rondar a baliza de Oblak, a equipa lusa parecia estar mais próxima do golo, mas foi precisamente nesse momento que a Eslovénia teve aquela que foi, provavelmente, a maior ocasião do encontro até então. A arma do contra-ataque só não foi letal por Sesko - quem mais? - não concluiu o enorme sprint da forma que pretendia. Passou por Pepe a voar, sim, a voar, e só falhou no momento da finalização, completamente desajeitada para alívio de Diogo Costa e dos que, atrás dele, enchiam um dos topos do Waldstadion.

Por esta altura, Roberto Martínez lançava Diogo Jota para o lugar de Vitinha. Ficou Bruno Fernandes no miolo a fazer o lugar do médio do PSG e o avançado do Liverpool colava-se a Ronaldo na frente de ataque.

O tempo passava a voar, sobretudo na perspetiva portuguesa, que aos 70 minutos continuava sem marcar, algo que desejava fazer o mais cedo possível, de forma a poder destruir precocemente a estratégia da Eslovénia. E essa incapacidade parecia notar-se no jogo da seleção, ansioso e menos paciente. Pelo contrário, e notava-se nas bancadas, os adeptos eslovenos iam acreditando que era possível fazer algo mais. A reação lusa mais eufórica chegou fora das quatro linhas, no momento em que Francisco Conceição saltou do aquecimento para entrar em jogo. O relógio marcava 75 minutos de jogo.

Queria Martínez agitar o jogo, desbloquear a barreira eslovena, mas dez minutos depois da entrada de Conceição, Portugal continuava longe da baliza de Oblak. Chico, à esquerda (e não à direita, onde se sente mais confortável), pedia mais bola, que raramente lhe chegava aos pés. E com o jogo a chegar ao fim, percebia-se também a apreensão da equipa portuguesa, receosa de ser surpreendida com um contra-ataque. Do outro lado, a festa continuava intacta. Sem nada esperar, estar empatado com Portugal a poucos minutos do fim era motivo de enorme alegria nas bancadas e de tamanha confiança no relvado.

E foi já com Chico do lado direito - terá lido Martínez? - que Cristiano Ronaldo esteve perto, tão perto de colocar um ponto final na partida. Valeu Oblak, que agarrou firme.

Nos descontos, muitos nervos de parte a parte. Um jogo taticamente desfeito em pedaços, carregado de emoção, que resistiu a qualquer golo. Chegava o prolongamento e ao meu lado, dois jornalistas eslovenos, olhavam para o outro com uma cara que nem consigo descrever.

E agora? Era o que perguntava qualquer adepto português ao fim dos 90 minutos. E agora? Afinal, talvez seja bom lembrar, o valor do plantel português, mais de 1054 milhões de euros, contra os 142 milhões de euros da Eslovénia, supunham uma tradução mais expressiva da discrepância clara de qualidade individual entre aa duas equipas. Mas o futebol, caro leitor, caso não se recorde, é um desporto coletivo. E nesse âmbito, não podemos dizer que até ao prolongamento uma equipa tenha sido melhor do que a outra. Não foi. Porque uma foi melhor a atacar, a outra tremendamente boa a defender.

A chegada ao prolongamento era recebida nas bancadas de forma quase antagónica. O receio nos olhos dos portugueses, a euforia nas gargantas dos eslovenos. Deve ter-se apercebido de que já faz algum tempo que não lê qualquer referência a um lance de perigo. Pois bem, tem razão, mas não se trata de qualquer esquecimento. O jogo assim decorria, com demasiado sangue nas veias, mas cada vez menos cerebral. E com isto a bola escaldava, mas longe das balizas.

Até que, já passava dos 100 minutos, Jota levou às suas costas 10 milhões de portugueses, só travados pela perna de Vanja Drkusic já dentro da área. Ronaldo rapidamente segurou na bola, não podia ser de outra forma, ainda se esperou pelo VAR, mas era mesmo grande penalidade. O capitão concentrava-se, Oblak tentava distraí-lo, Rúben Dias colocava-se à frente para que nada desestabilizasse Ronaldo. Olhou, partiu em direção à bola... e falhou. Uma enorme intervenção de Oblak devolvia o sorriso aos eslovenos e deixava Ronaldo em lágrimas. Literalemnte.

A equipa ainda estava a consolar Ronaldo quando arrancou a segunda parte, que ficaria marcada por um susto tremendo. Pepe, até então protagonista de um exibição majestosa, atrapalha-se em zona proibida e deixava nos pés de Benjamin Sesko um golo certo. Certo, mas não para Diogo Costa, que se agigantou entre os postes e salvou Portugal de uma hecatombe descomunal. O reconhecimento da importância da defesa chegou assim que o árbitro terminou o jogo, com todos, todos os jogadores e staff agradeceram Diogo Costa e motivaram o guardião para o embate nas grandes penalidades. E em boa hora o fizeram.

Aqui, Diogo Costa fez o pleno. Três defesas, três, em três remates! Depois da enorme intervenção ainda no prolongamento, Diogo Costa foi herói. O herói de uma nação. O primeiro foi apontado por Ronaldo, que pediu desculpa aos adeptos assim que bateu Oblak. Depois marcaram Bruno Fernandes e Bernardo Silva. Das lágrimas de tristeza de Ronaldo às de felicidade de Diogo Costa, o jogo com a Eslovénia ficará, certamente, nas primeiras páginas do livro de memórias da seleção nacional.

DesportoSapo
 
Roménia-Países Baixos, 0-3

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Neerlandeses foram muito superiores aos romenos e, apesar do 3-0, resultado até é magro; Países Baixos dignos de honrar a Holanda campeã da Europa de 1988

Os Países Baixos venceram, sem qualquer ponta de contestação a Roménia. Venceram bem, venceram fácil, venceram naturalmente. E estavam com pressa. Com pressa de confirmar o favoritismo e com pressa de marcar, pelo que Xavi Simons e Gakpo, duas das figuras do seu futebol ofensivo, rapidamente puseram o motor a funcionar, quer disparando, quer perfurando. Depay também procurava constantemente a baliza e foi com essa frente aberta para defender que a Roménia teve de lidar desde o primeiro instante.

Numa primeira fase, pareceu confortável, até respondeu à superioridade neerlandesa com disparo perigoso de Man aos 14’, mas ao minuto 20 chegaria o que estava anunciado: Gakpo fez movimento típico, da linha para dentro, contornou a marcação e disparou ao primeiro poste, surpreendendo Nita, que nunca poderia ter deixado a bola passar por ali.

A Roménia não reagiu bem. O 2-0 esteve sempre mais próximo do que o 1-1, antes do intervalo e depois do intervalo. E foi ali mesmo, no intervalo, que a Roménia acabou. A tendência da primeira parte, a superioridade neerlandesa, acentuou-se e a história dos segundos 45 minutos é a história dos golos de Malen, um deles verdadeira cortesia de Gakpo, e dos golos falhados por Depay, Simons, Veerman e companhia.

Terão estes Países Baixos a ousadia de honrar a Holanda de 1988 por causa do seu selecionador? Porque há esse detalhe: Ronald Koeman fazia parte da constelação de Rinus Michels em 1988.

A Roménia despede-se sem algo a lamentar. Nem roçou os quartos de final. Caiu bem.

A Bola
 
ÁUSTRIA-TURQUIA, 1-2

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A Turquia venceu a batalha da bola parada, em Leipzig, e garantiu a última vaga nos quartos de final do Euro 2024. Com bis do ex-sportinguista Merih Demiral, a equipa de Vincenzo Montella afastou a Áustria, num jogo que teve três golos de pontapé de canto. Superado um final dramático, a equipa do benfiquista Orkun Kokçu marca encontro com os Países Baixos, em Berlim.

Na fase de grupos até tinha sido a equipa de Ralf Rangnick a mostrar apetência para marcar golos madrugadores, mas a paixão turca fez-se sentir logo no primeiro minuto, com Demiral a aproveitar a atrapalhação gerada por um pontapé de canto para conseguir a vantagem no marcador.

A Áustria, que tinha prometido colocar também o coração em campo, reagiu de imediato, mas Baumgartner desaproveitou dois lances para restabelecer a igualdade, e ainda antes do intervalo ainda desperdiçaria outro mais.

No lugar do capitão Hakan Çalhanoglu, castigado, Kokçu viu cedo um amarelo, exibido por Artur Soares Dias, mas isso não o impediu de incutir rotação elevada à seleção turca, que aproveitou a vantagem madrugadora para dar mais razão ao coração.

Os primeiros minutos da segunda parte foram de sufoco para a equipa de Vincenzo Montella, que demorou a encaixar na entrada de Gregoristsch para o lado de Arnautovic.

Incansável no sacrifício defensivo, Demiral teve ainda o mérito de voltar à área contrária para marcar novamente, quando o empate austríaco parecia iminente.

A equipa orientada por Rangnick marcou mesmo, e por Gregoristsch, também na sequência de um pontapé de canto, mas continuava a ser preciso correr atrás do prejuízo.

A Turquia foi perdendo capacidade de sair em transição, sobretudo após a saída (quase simultânea) de Arda Guler e do esgotado Kokçu. Uniu-se no sacrifício defensivo, mas ainda viu Pentz negar o golo a Yilmaz, para depois acabar de mãos na cabeça: incrédula com a intervenção de Mert Gunok, a negar o empate a Baumgartner no último lance, e deslumbrada por continuar a viver o sonho.

Ainda não foi desta que a Áustria conseguiu ficar entre as oito melhores equipas da Europa.

A Bola
 
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Euro 2024

Oitavos Final


2024/06/29 Suíça 2-0 Itália
2024/06/29 Alemanha 2-0 Dinamarca
2024/06/30 Inglaterra 2-1 a.p. Eslováquia
2024/06/30 Espanha 4-1 Geórgia
2024/07/01 França 1-0 Bélgica
2024/07/01 Portugal 0-0, 3-0 g.p. Eslovénia
2024/07/02 Roménia 0-3 Países Baixos
2024/07/02 Áustria 1-2 Turquia
 
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Euro 2024

Quartos Final


05/07/2024 Espanha 17:00 Alemanha
05/07/2024 Portugal 20:00 França
06/07/2024 Inglaterra 17:00 Suíça
06/07/2024 Países Baixos 20:00 Turquia
 
Fúria espanhola atira ‘Mannschaft’ ao tapete

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Jogo épico em Estugarda foi decidido com golo de Mikel Merino aos 119'; Dani Olmo rendeu Pedri, que vai falhar o resto do Europeu, e foi decisivo; adeus ao futebol amargo para Toni Kroos

No duelo de titãs disputado em Estugarda, a Espanha carimbou o passaporte para as meias-finais do Campeonato da Europa com uma exibição bastante personalizada, assente num futebol positivo, vocacionado para o ataque e que deixou completamente à deriva a ‘Mannschaft’. Mas o triunfo de nuestros hermanos foi bastante mais sofrido do que seria de esperar, já que a Alemanha, num último forcing final, chegou ao empate no tempo regulamentar, graças a um golo de Wirtz, jogador do Bayer Leverkusen que pura e simplesmente revolucionou o ataque dos germânicos.

O golo de Dani Olmo — homem do jogo, com um tento e uma assistência —dava uma vantagem justo num encontro em que La Roja esteve por cima na primeira parte, período durante o qual exerceu um domínio acentuado sobre os germânicos. Com grande circulação de bola e dois extremos bem abertos, a Espanha teve sempre com mais posse de bola e poderia mesmo ter dado o golpe fatal por várias situações. A Alemanha, muito por culpa das operações realizadas pelo seu selecionador, teve uma evidente reação enérgica no jogo e teve o ensejo de empatar a contenda por mais do que uma vez, mas o acerto dos germânicos esteve longe de ser o desejado.

O assédio à baliza de Unai Simón intensificou-se e a igualdade surgiu antes dos 90 minutos para desespero dos espanhóis. Mas a seleção comandada por Luis de la Fuente nunca atirou a toalha ao chão e, em contra-ataque, desferiu o golpe fatal por Merino, escancarando assim as portas das meias-finais da competição.

A Alemanha tentou a todo o transe o 2-2, mas ‘La Roja’ vestiu o fato de macaco e, bastante solidária, defendeu com unhas e dentes a vantagem. A final de Berlim está assim cada vez mais perto...

A Bola
 
Portugal perde com França nos penáltis e está fora do Euro 2024


Ao contrário do que se esperava, Roberto Martinez não fez alterações no onze que entrou em campo nos 'oitavos' diante da Eslovénia. Destaque para Cristiano Ronaldo que chegou aos 30 jogos em fases finais de Europeus. Um recorde difícil de alcançar. Já no lado francês, Didier Deschamps lançou Camavinga no lugar do castigado Rabiot e na frente, Kolo Muani foi a aposta, no posto de Marcus Thuram. Ao ser titular, Griezmann chegou os 16 jogos em Europeus, igualando o recorde francês de Lilian Thuram, o pai de Marcus Thuram

O jogo de Portugal nada mudou em relação aos quatro duelos anteriores. Muita posse de bola, segurança na saída, procura de combinações e Rafael Leão a acelerar na direita, o único homem que assustava do lado luso. O extremo deu cabo de Jules Koundé, mas os seus cruzamentos acabavam nas pernas dos centrais Saliba e Upamecano que apareciam a dobrar o lateral. Dos muitos cantos que Portugal foi conquistando, nada pode tirar desses lances de bola parada.

Na baliza francesa, Maignan ia tendo menos trabalho que Diogo Costa, mas nem por isso sem sustos. Cedeu um canto num atraso de Upamecano. Viu Bruno Fernandes ameaçar de longe num remate em zona central desviado por Saliba aos 16, e num livre direto que bateu na barreira. Portugal controlava o jogo, mas era preciso meter uma velocidade acima na circulação e haver mais gente perto da zona de finalização.

Se ofensivamente Portugal estava curto, defensivamente ia dando conta do recado perante uma França com Mbappé, Griezmann e Kolo Muani na frente, e com Kanté a chegar à área. João Cancelo a ganhar nos duelos com Mbappé, Pepe imperial a mostrar toda a sua experiência e calma, aos 41 anos. Palhinha, igual a si próprio, ganhando duelos em todo o campo. Nuno Mendes, o mais ofensivo dos laterais no primeiro tempo, teve algumas dificuldades.

Tal como se previa, a França não se importou de não ter bola, dando a iniciativa à Portugal para depois tentar sair rápido em contra-ataque. Os gauleses alternavam entre acelerar o jogo e pausar mas, à entrada para o último terço, o objetivo era quase sempre o mesmo: encontrar Kyllian Mbappé, a estrela da equipa.

O craque de 25 anos procurou combinações com Griezmann e Kanté, o médio com mais chegada. O antigo jogador do Chelsea era o principal transportador de bola da França, tirando partido da sua velocidade e das suas incursões pela zona central, aparecendo no espaço entre Palhinha e os centrais lusos.

Com Portugal mais fechado junto da sua área, os remates de longe eram opções válidas para a França. Théo Hernández aos 20, Mbappé aos 22, testaram a atenção de Diogo Costa, o primeiro num remate de fora da área que o guardião sacudiu com os punhos.

Apesar da falta de golos e de apenas um remate enquadrado, ao intervalo, os adeptos das duas equipas iam dando espetáculo no Volkspark Stadion, em Hamburgo.

O segundo tempo trouxe o mesmo jogo, mas com nuances diferentes. Vitinha a arriscar mais incursões pelo corredor central, os laterais mais ofensivos. Foi assim que o médio do PSG combinou com Rafael Leão e rematou de pronto, para uma grande defesa de Maignan, aos 64. Antes, o mesmo Leão tinha dado um 'bigode' a Koundé, valendo aos gauleses um corte decisivo de Camavinga na área.

Mas antes de Vitinha, a melhor oportunidade de Portugal tinha saído dos pés de Bruno Fernandes. Fantástico o passe de Cancelo, inteligente o movimento do médio a aproveitar o espaço para correr e rematar dentro da área, para grande defesa de Maignan.

Portugal subia no terreno, a França tinha mais espaço para atacar, como gosta. Foi assim que Kolo Muani combinou com Kanté, isolou-se e atirou, para um corte fantástico de Ruben Dias, a negar o golo ao atacante, aos 67 minutos. Aos 69, é Camavinga a rematar a meia volta, com o pé direito, com a bola a tirar tinta do poste de Diogo Costa. A França crescia no jogo, Portugal precisava de uma reação.

Reação essa que veio do banco, quando Roberto Martinez tirou João Cancelo e Bruno Fernandes para lançar Nelson Semedo e Francisco Conceição, aos 74, sete minutos depois de Deschamps ter trocado Griezmann por Dembelé, que passou a criar dificuldades ao lado esquerdo português. O extremo do PSG também tirou tina da barra de Diogo Costa, num remate colocado de fora da área.

Dembelé, aliás, foi o último homem a criar perigo antes do tempo extra, num remate bloqueado pela defensiva portuguesa. Acabaria eleito Melhor em Campo, mesmo tendo entrado no segundo tempo.

Por falar em trocas, Roberto Martinez não quis correr riscos e tirou o amarelado Palhinha para colocar Rúben Neves em campo. Deschamps trocou Camavinga por Fofana.

Pediam-se ideias diferentes, inteligência e criatividade nos 30 minutos extra. Francisco Conceição puxou disso mesmo aos 93, com uma finta fantástica na área antes de deixar em Cristiano Ronaldo. O capitão atirou para fora, para desespero dos colegas e adeptos da Seleção. Soberana oportunidade desperdiçada.

Respondeu a França por Dembelé, o mais perigoso em campo, numa arrancada em que deixou quatro portugueses para trás, antes de deixar em Mbappé. O avançado chutou contra as pernas de Pepe, uma monstro à frente da baliza de Diogo Costa. Que jogaço! O central de 41 anos festejou como se de um golo se tratasse.

Mbappé foi depois rendido por Barcola.

O resto do tempo foi passado com as duas equipas a arriscarem pouco, como já vinha a acontecer. Mesmo assim Nuno Mendes podia ter sido herói quando arrancou do meio-campo, deixou em Bernardo que lhe devolveu a bola para um remate com o pior pé (o direito), dentro da área, para defesa fácil de Maignan.

Nas grandes penalidades, Cristiano Ronaldo, Bernardo Silva e Nuno Mendes marcaram para Portugal, João Félix atirou ao poste. Pela França marcaram Dembelé, Fofana, Koundé, Barcola e Théo Hernández, que assim venceu por 5-3.

Cristiano Ronaldo, que deve ter feito o seu último Europeu, deixa a prova sem qualquer golo. O capitão não marca em fases finais de grandes torneios (europeus e mundiais) há nove jogos seguidos.

A França volta a levar a melhor sobre Portugal em jogos a eliminar, tal como fez nas meias-finais, dos Europeus de 1984 e 2000 e do Mundial de 2006. Antes, a seleção lusa tinha batido os franceses na sua casa, em Paris, na final do Euro 2016.

Nas meias-finais, a França vai medir forças com a Espanha, que eliminou a Alemanha por 2-1, após prolongamento.

DesportoSapo
 
Inglaterra-Suíça, 1-1 (5-3 gp)

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Southgate, muito criticado até aqui, preparou-se para uma Suíça que tinha eliminado a Itália e obrigado a Alemanha a muito trabalho ainda na fase de grupos. A mimetização do esquema helvético, com mais argumentos indivuais, mas sobretudo com uma melhor distribuição do espaço pelos jogadores (importante no caso de Foden e Bellingham, que nos encontros anteriores se atropelavam um ao outro sobre a esquerda) e a criação de um bloco alto, garantiu aos ingleses algum domínio territorial.

Duas fileiras de três unidades - Foden, Kane e Bellingham à frente; e Trippier, metido por dentro, Mainoo e Rice depois - fechavam o corredor interior à progressão habitualmente cerebral dos homens de Murat Yakin, de pouco valendo a recolcação do ala Aebischer e do falso extremo Rieder bem por dentro para criar o caos. Do lado suíço fazia-se o mesmo, o que empurrava o espaço existente para as alas. À exceção de irreverência de Mainoo, que com alguns arranques foi conseguindo perfurar linhas, é normal que residisse em Bukayo Saka a origem dos principais desequilíbrios. No entanto, a primeira parte foi demasiado fria e sem oportunidades de golo. O risco parecia ter sido, por completo, retirado do encontro.

O início da segunda parte pareceu trazer uma Inglaterra mais pressionante, no entanto, os helvéticos recuperaram a posse e, entre um ou outro esticão, foram colocando gelo.

Já depois de Yakin ter sido o primeiro a mexer, com Rieder e Vargas a darem lugar a Widmer e Zuber, e Embolo ter conseguido o primeiro remate enquadrado, fácil para Pickford, a Suíça abriu as hostilidades a 15 minutos dos 90. O ataque posicional funcionou na perfeição. Os suíços trocaram a bola à volta da área até os ingleses adormecerem e Dan Ndoye aparecer na área para cruzar. Stones não evitou um toque infeliz, que colocou a bola à frente de Embolo, já com Walker batido, e foi só preciso empurrar.

As individualidades voltaram a aparecer para salvar a seleção dos três leões. Dois minutos apenas após Gareth Southgate ter feito uma tripla substituição para acrescentar do vertigem, Saka, como tantas vezes, fletiu para dentro, deixando Aebischer para trás, e nesse momento Rodríguez estava demasiado longe e a ajuda de Xhaka apenas a chegar. O remate entrou junto ao poste, sem hipóteses para Sommer.

Terceiro jogo dos quartos, terceiro prolongamento. E aí, novamente, as duas seleções começaram por ter abordagens diferentes: a Inglaterra quis acelerar, já a Suíça apostou no controlo, na pausa, sobretudo no primeiro quarto de hora. Rice obrigou Sommer a uma grande defesa, Bellingham ainda assustou com o pé esquerdo. No entanto, os helvéticos voltaram a responder na etapa final e ainda contaram com um canto direto de Shaqiri ao poste e uma grande defesa de Pickford. Os ingleses sofriam e muito. Mas sobreviveram outra vez.

Vieram os penáltis. O mal-amado Pickford começou por defender o remate de Akanji e encaminhou a qualificação, carimbada por Arnold com o quinto pontapé certeiro.

A BOLA
 
Países Baixos-Turquia, 2-1

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Países Baixos deram a volta à Turquia, a grande sensação deste Europeu, e marcam encontro com Inglaterra nas meias-finais

Os Países Baixos asseguram o passaporte para as meias-finais frente à Inglaterra, na próxima quarta-feira, em Dortmund, depois de operar uma reviravolta no marcador diante da Turquia, adversário que foi claramente superior e esteve em vantagem durante grande parte do jogo graças a um golo de Akaydin.

Mas o intervalo acabou por ser bom conselheiro para a Laranja Mecânica, que com a entrada em cena do possante avançado Wout Weghorst passou a ter uma outra toada no jogo, mais pressionante, com as linhas mais subidas no terreno. E foi assim com naturalidade que a seleção de Koeman chegou ao almejado empate por intermédio de De Vrij.

O assédio dos neerlandeses à área turca intensificou-se ainda mais e Mert Muldur, acossado por Gakpo, a introduzir a bola na própria baliza. Um golo que foi um soco no estômago da equipa de Montella, que tentou a todo o transe chegar ao 2-2 e teve pelos menos duas oportunidades na reta final, mas os astros não estavam alinhados em Berlim.

A Bola
 
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Euro 2024

Quartos Final


05/07/2024 Espanha 2-1 a.p. Alemanha
05/07/2024 Portugal 0-0 (3-5 g.p.) França
06/07/2024 Inglaterra 1-1 (5-3 g.p.) Suíça
06/07/2024 Países Baixos 2-1 Turquia
 
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Euro 2024

Meias Finais


09/07/2024 Espanha 20:00 França
10/07/2024 Países Baixos 20:00 Inglaterra
 
Espanha-França, 2-1

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Espanha está na final do Euro 2024, 12 anos depois da última final (ganha) de um Europeu, Espanha estabeleceu recorde de seis vitórias em seis jogos num Campeonato da Europa.

Espanha sobe ao palco no domingo e sobe muito bem, sustentada numa equipa que combina na perfeição juventude e experiência, irreverência e sobriedade, que ataca quando lhe apetece e defende quando é preciso, que acelera e trava conforme as necessidades, que gere impecavelmente talento e suor. Os jogadores brilhantes combinam direitinho com os gregários, como se diz no ciclismo em relação a quem trabalha na sombra para que outros possam sobressair.

A Espanha do Euro 2024 é uma equipa vincadamente jovem e moderna. A equipa onde brilha um adolescente chamado Lamine Yamal, que aos 16 anos (faz 17 na véspera da final de domingo) é um influenciador. Nas redes sociais e no relvado. Impressiona no tiki taka e no tik tok. Esta Espanha bebe De La Fuente da juventude, à boleia de um selecionador que passou quase dez anos a trabalhar na formação das seleções espanholas e que agora pode juntar o título de campeão europeu aos títulos europeus de sub-19 e sub-21.

O menino de ouro espanhol, sublinhe-se, levanta-se cedo. Ao minuto 5 já oferecia o golo a Fabián Ruiz, que este deitou fora, incrivelmente, com uma cabeçada deficiente. Lamine Yamal tinha mais para dar, muito mais, mas por vezes também se esquecia que o seu flanco, o direito, colidia com o jogador mais importante de França. E Mbappé, ao minuto 9, executou cópia perfeita do lance do espanhol e colocou a bola direitinha no segundo poste, onde estava Kolo Muani. 1-0, de cabeça, bola mesmo ao cantinho. Tão ao cantinho que por uns instante só quem estava atrás da baliza celebrou.

Estavam a tentar tirar o brilho a Lamine Yamal e o adolescente de 16 anos não gostou. A cena que se seguiu tranformou uma bola morna a meio campo num golo capaz de ser eleito o melhor do Europeu. Canhoto, finta de corpo para a direita, Rabiot e Saliba bem sintonizados a cair na simulação, finta de corpo para a esquerda e disparo em jeito, bola no ângulo superior direito da baliza de Mike Maignan. Minuto 21, 1-1.

Os espectadores ainda estavam a sentar-se na Arena de Munique quando Dani Olmo atraía uma bola perdida na área francesa, tirava Tchouameni do lance com uma habilidade e disparava na direção da baliza, com Koundé a errar o corte. A UEFA começou por dar autogolo, mais tarde concederia o golo a Dani Olmo. 2-1, ao minuto 25, ninguém sabia então, mas o jogo acabava ali.

França terminou melhor a primeira parte, fazendo recuar a Espanha, e entrou melhor na segunda. Tchouameni atirou à figura de Unai Simon, Mbappé também obrigou o guarda-redes a trabalhar, Dembélé ameaçou pela direita, logo a seguir foi Upamecano a tentar.

França puxava dos galões e do orgulho, não conseguia criar uma oportunidade flagrante, mas escostava Espanha às cordas, fazenzo lembrar o Espanha-Alemanha, quando a equipa de De La Fuente recuou tanto no segundo tempo, que acabou por sofrer o golo do empate e adiar a decisão (2-1) para o prolongamento.

A equipa de Didier Deschamps não jogava à grande e à francesa, mas quase, e Theo Hernández, com a baliza à mercê, atirava por cima. Era o minuto 76, sentia-se o nervosismo e o medo, de parte a parte.

Espanha seria vista a entrar para a segunda parte ao minuto 81 (!), Lamine Yamal, quem mais?, disparava em velocidade e em força, bola a raspar a trave. Mbappé responderia, mas errava. Errou aquele lance que faz 100 vezes por ano, fugindo para dentro e disparando. Só que errou a baliza. Caiu a máscara a Mbappé.

A Bola
 
Países Baixos-Inglaterra, 1-2

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O golo da vitória sobre os Países Baixos foi apontado por Ollie Watkins, ao minuto 90+1, mas o grande herói do apuramento inglês é Gareth Southgate. Desde logo porque consegue levar a equipa dos três leões a nova decisão, quatro anos depois, mas acima de tudo porque foi certeiro na dupla substituição que fez a nove minutos do fim. Não olhou a estatutos e tirou Phil Foden e Harry Kane para lançar os dois jogadores que construíram o golo da reviravolta: Cole Palmer e Watkins.

Por vezes os golos madrugadores fazem com que os jogos fiquem mais fechados, mas a finalização vistosa de Xavi Simons, logo ao minuto 7, confirmou aquilo que os minutos anteriores, ainda que escassos, já tinham sugerido: o espetáculo valeria a pena.

Após roubar a bola a Declan Rice, o jovem prodígio neerlandês embalou para a baliza com a confiança de quem sabia que seguia na direção do muro laranja, a substituir o habitual amarelo naquele topo.

A reação da seleção inglesa foi de quem vive sem fantasmas e acredita piamente naquilo que está a fazer. Logo ao segundo ameaço de Harry Kane surgiu um penálti – com recurso ao VAR – que o próprio capitão inglês cobrou para a igualdade, ao minuto 18.

Autoritária, a equipa dos três leões quase consumava a reviravolta apenas cinco minutos depois, mas Dumfries negou o golo a Phil Foden, ao travar a bola mesmo em cima da linha de baliza. O lance ligou os dois grandes protagonistas da primeira parte, até porque o defesa neerlandês, que já tinha cometido o penálti sobre Kane, apareceu na área contrária para um cabeceamento à trave, na sequência de um pontapé de canto (30m).

Solto como um 10 deve jogar, Phil Foden foi o denominador comum de todos os ataques ingleses da primeira parte, e depois do lance travado por Dumfries em cima da linha ainda atirou uma bola ao poste – a lembrar o golaço de Lamine Yamal de véspera -, e ainda viu o atento Verbruggen desviar outro remate de fora da área.

Com Mainoo também em plano de evidência na forma como anulava transições neerlandesas logo à saída da área contrária, a equipa dos três leões acabou a primeira parte com claro ascendente, até porque a saída por lesão de Memphis Depay teve efeito negativo na equipa de Ronald Koeman. Não tanto pelo rendimento do avançado, nem tão pouco do substituto, Veerman, mas sobretudo pela alteração tática, com Gakpo e Malen mais por dentro, como dupla atacante, à frente de um losango.

Talvez tenha sido essa a razão para Koeman mexer novamente ao intervalo, com a entrada do possante Weghorst para o lugar de Malen, enquanto que Gareth Southgate, trocou Trippier por Luke Shaw. A verdade é que nem a seleção inglesa ganhou largura pelo lado esquerdo, nem a seleção laranja ficou mais acutilante em termos ofensivos. O jogo caiu de qualidade na etapa complementar, mas os Países Baixos aproveitaram os lances de bola parada para criar perigo, sobretudo num lance em Pickford nega o golo a Van Dijk, antes de segurar também um remate enrolado de Xavi Simons.

Afetada pelo menor rendimento de Foden, mais preso à direita, a Inglaterra só apareceu – no plano ofensivo – ao minuto 79, quando teve um golo anulado a Saka por fora de jogo de Walker.

Southgate arriscou ao tirar Foden e Kane, mas acertou em cheio com os dois trunfos lançados: Cole Palmer assistiu Watkins para o golo que coloca a seleção inglesa em Berlim, para gáudio dos seus adeptos, menores em número mas maiores em incentivo.

A Bola
 
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Euro 2024

Meias Finais


09/07/2024 Espanha 2-1 França
10/07/2024 Países Baixos 1-2 Inglaterra
 
Espanha-Inglaterra, 2-1

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E no fim, ganhou a melhor equipa. No futebol é sempre injusto falar de justiça, tantas as condicionantes que fazem deste desporto o rei, mas a Espanha voltou a provar, na final do Euro 2024, que foi a melhor equipa do torneio. Ainda chegou a perder a vantagem, mas nunca perdeu a coerência. Não deixa de ser ingrato pensar que a seleção inglesa perde a segunda final seguida, e talvez justificasse um prémio para o trajeto que tem feito, mas a Roja foi capaz de se reinventar e justificou a coroação. É agora a equipa com mais títulos continentais.

Luís de la Fuente tinha dito que a Espanha tinha de ser fiel à sua identidade para conquistar o título europeu, uma vez mais, e a Roja tratou logo de ficar com a bola, Não que isso tenha incomodado muito a seleção inglesa, como já seria de esperar. Com Luke Shaw no lugar de Tripper, na lateral esquerda, a equipa de Gareth Southgate assumiu uma linha de quatro à retaguarda, e com isso conseguiu bloquear o adversário durante toda a primeira parte.

Incapaz de encontrar Morata e Olmo pelo meio, ou então de dar espaço a Lamine Yamal, na direita, a Espanha animou-se sobretudo com a irreverência de Nico Williams, que viu John Stones bloquear-lhe uma boa investida pela esquerda.

A Inglaterra cresceu ligeiramente após o primeiro quarto de hora, ou pelo menos conseguiu subir linhas, mas só ameaçou a baliza espanhola à beira do intervalo. Rodri começou por bloquear um remate de Kane, após perda de bola de Dani Carvajal à saída da sua área, mas Phil Foden ainda testou a atenção de Unai Simón em período de desconto, na sequência de um livre lateral.

Foi, na realidade, a única ocasião de verdadeiro perigo da primeira parte, e para a equipa que chegou ao descanso com 34 por cento de posse de bola.

Os adeptos espanhóis viram a sua equipa voltar do intervalo com uma má notícia, a indisponibilidade física de Rodri, substituído por Zubimendi, mas mal tiveram tempo para lamentar o infortúnio, já que Nico Williams colocou a Roja em vantagem logo ao minuto 47. Um lance que resulta do primeiro momento em que Lamine Yamal conseguiu libertar-se à direita, e assim fazer assistência para o golo do extremo oposto. Um mérito a partilhar com Carvajal, que ajudou a criar superioridade perante Luke Shaw, tal como sucedeu logo de seguida, num lance em que Dani Olmo falhou por pouco o 2-0.

A fúria com que a seleção espanhola abordou o início do segundo tempo quase arrumava a final, se tivermos em conta um remate de Morata intercetado por Stones, já com Pickford batido, e um remate de Nico ligeiramente ao lado. Jordan Pickford também negou um golo a Yamal, mas aí já Gareth Southgate tinha lançado os seus trunfos.

O selecionador inglês voltou a prescindir de Harry Kane, e desta vez nem esperou pelos dez minutos finais. Lançou Ollie Watkins, o herói da meia-final, e posteriormente Cole Palmer, que já tinha assistido o golo da vitória sobre os Países Baixos, e desta feita assumiu o golo do empate, com um remate forte de fora da área, que ainda sofreu um desvio em Zubimendi.

Mas mal seria de Luis de la Fuente se não tivesse também os seus trunfos. E o principal já tinha lançado, de resto, antes do golo do empate. Mikel Oyarzabal rendeu o capitão Álvaro Morata quando a Espanha estava ainda em vantagem, e deu-lhe novamente essa condição, quando já muitos faziam contas ao prolongamento. Um golo a quatro minutos do fim, a premiar mais uma bela combinação ofensiva da Roja, que nunca deixou de olhar para a baliza de Jordan Pickford, e que acabou recompensada por isso.

Um título conquistado com mérito, e também como sofrimento, como não podia deixar de ser, perante uma tripla ocasião inglesa ao minuto 90. Unai Simón defendeu o cabeceamento de Rice e Olmo a substituir o guarda-redes na recarga de Guéhi, antes de Rice, na última tentativa, desfazer o sonho inglês.

A Bola
 
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