Fernando Henrique Cardoso foi presidente entre 1995 e 2003. Antes tinha sido ministro das Finanças, tendo implementado o Plano Real
O ex-presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso deu ontem uma conferência na Fundação Gulbenkian. Recordou o Plano Real, falou da atual situação económica e dos escândalos de corrupção
A pergunta do jornalista brasileiro deixou o auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, a rir: "Se fosse conselheiro da presidente Dilma Rousseff, diria para ela renunciar como Jânio Quadros [esteve só sete meses no Palácio do Planalto em 1961], continuar com a sua política apesar de não ter o apoio do Congresso nem de ninguém ou mudar de nome e fugir?" A resposta do ex-presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso também arrancou gargalhadas, quando lembrou que dificilmente Dilma o chamaria (ele é do principal partido da oposição), que os presidentes não gostam de pedir conselhos e que ela já terá dito:"Daqui ninguém me tira".
Mas, num tom mais sério, FHC (como é conhecido no Brasil) indicou que nunca torceu pela teoria do "quanto pior, melhor" e que quando pensa no futuro pensa no melhor para o país e não para o partido (PSDB, Partido da Social Democracia Brasileira). "E o melhor para a o Brasil é que as instituições funcionem normalmente", referiu. Além disso, lamentou que as pessoas falem "com muita ligeireza" quando colocam a hipótese de impeachment (impugnação) de Dilma, defendendo que devem analisar as consequências de tal ato. "Se for demonstrada alguma irregularidade da parte dela, não genérica, então haverá um processo e as consequências virão", acrescentou.
dn