Guterres pede que se evitem provocações após aviso da Coreia do Norte

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"Queremos que todos evitem um tipo de retórica que possa exacerbar as tensões na península. Em última análise, queremos garantir que as partes voltem ao diálogo e encontrem uma maneira de alcançar a desnuclearização pacífica da península coreana. E queremos que evitem qualquer coisa que seja inútil para esse fim", afirmou o vice-porta-voz do secretário-geral, Farhan Haq, num 'briefing' à imprensa.


"Queremos que todos evitem a retórica provocatória. Mas, se houver alguma ação que pareça estar a fazer aumentar a tensão, queremos que as pessoas pensem sobre o que pode ser feito para um desagravamento, porque a situação na península já está tensa o suficiente e queremos que seja consideravelmente mais calma", acrescentou.

O apelo de Guterres surge na sequência das declarações feitas hoje pela irmã do líder da Coreia do Norte que avisou que o país está pronto para tomar "medidas rápidas e esmagadoras" contra os Estados Unidos e a Coreia do Sul, após um avião norte-americano com capacidade nuclear ter sobrevoado na segunda-feira a península da Coreia, no âmbito de um exercício conjunto com aeronaves de guerra sul-coreanas.

Kim Yo-jong não especificou quais as ações planeadas, mas a Coreia do Norte tem vindo a testar frequentemente mísseis em resposta aos exercícios militares de Washington e Seul, os quais interpreta como um ensaio para preparar uma invasão.

"Estamos atentos aos movimentos militares das forças dos Estados Unidos e dos militares fantoches sul-coreanos e estamos sempre em alerta para tomar medidas apropriadas, rápidas e esmagadoras em qualquer altura, de acordo com a nossa análise", disse Kim Yo-jong, num comunicado citado pelos meios de comunicação estatais.

E acrescentou: "Os movimentos militares e todo o tipo de retórica por parte dos Estados Unidos e da Coreia do Sul, que são tão frenéticos a ponto de não serem ignorados, proporcionam sem dúvida [à Coreia do Norte] condições para ser forçada a fazer algo para os enfrentar".

A Coreia do Sul disse que estes exercícios demonstraram a capacidade dos aliados para dar uma resposta decisiva a potenciais agressões norte-coreanas.

Num outro comunicado, também divulgado hoje, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte classificou a ação com o bombardeiro norte-americano B-52 uma provocação imprudente que empurra a situação na península "para o pântano sem fundo".

Na mesma nota, as autoridades norte-coreanas sublinharam não existirem "garantias de que não haverá um conflito físico violento" se as provocações militares dos Estados Unidos e da Coreia do Sul continuarem.

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