Homem barricado em restaurante no Pinhal Novo foi morto pela GNR

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O indivíduo estrangeiro que esteve barricado cerca de sete horas num restaurante no Pinhal Novo matou um militar da GNR e feriu seis pessoas, tendo sido morto numa operação tático-policial às 05:17, informaram as autoridades.




De acordo com o porta-voz da GNR no local, o tenente-coronel Jorge Goulão, o sequestrador fez deflagrar alguns engenhos explosivos, matou um cão das brigadas cinotécnicas e feriu outro antes de ser abatido na operação policial.

O militar da GNR que foi a única vítima mortal deste incidente, a par do sequestrador, terá sido baleado cerca das 22:00, quando se iniciou esta ocorrência.

Agência Lusa
 
GNR "tentou tudo" para demover sequestrador no Pinhal Novo

Mais de seis horas de negociação terminaram no desfecho trágico para um homem da Europa de Leste, que matou um militar e feriu sete pessoas. Dono do restaurante recusa ajuste de contas.


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A GNR descreve a operação desta madrugada no restaurante "O Refúgio", no Pinhal Novo, de "alto risco" e "inédita" pelo grau de violência. O proprietário afirma que o sequestrador pediu-lhe 50 mil euros.

Foram mais de seis horas de negociações com um homem munido de granadas e explosivos, que num ato "tresloucado" se barricou no interior do estabelecimento, na rua Diogo Cão. Matou a tiro um militar e feriu sete pessoas. Suspeita-se que o homem, de cerca de 59 anos, seja moldavo, segundo adiantou ao Expresso o tenente-coronel Jorge Goulão, porta-voz da GNR de Setúbal.

O indivíduo - que "aparentava alguma ansiedade", mas sem que ninguém reparasse que estava armado -, entrou no estabelecimento, consumiu, pagou, e a seguir perdeu o controlo. Terá dito que "precisava de dinheiro para resolver a vida dele", conta o tenente-coronel Jorge Goulão, adiantando que os distúrbios começaram cerca das 22h e teve início o sequestro.
Sequestrador "Miguel" queria 50 mil euros

Em declarações à SIC, o dono do restaurante admitiu que o sequestrador trabalhou numa propriedade sua, por intermédio de um empreiteiro, a quem pagou e não deve nada.

"Um ajuste de contas teria que haver negócios entre mim e a dita pessoa, haver uma dívida de mim para a pessoa ou de mim para alguém em que ele estivesse envolvido. Nada disso acontece", afirmou Gaspar Veloso, que garantiu que "o Miguel" lhe disse que iriam "morrer todos" e queria 50 mil euros porque "tinha muitos glóbulos brancos e um ano de vida".

As autoridades foram chamadas ao local e um dos militares da primeira patrulha foi atingido a tiro pelo sequestrador assim que entrou no restaurante. Àquela hora, encontravam-se já "poucos clientes".

Instalou-se o pânico e as pessoas aproveitaram para fugir. Nessa altura, "o índivíduo lança uma granada de mão para o exterior e os estilhaços ferem quatro militares e três civis", de acordo com a GNR.

Fonte do Centro Distrital de Operações de Socorro de Setúbal confirmou ao Expresso que se tratam de "duas mulheres e um homem, que deverá ser o proprietário do estabelecimento, e que acabou por ser socorrido no local." Os restantes feridos foram transportados para o Hospital São Bernardo e receberam alta na mesma noite. Um dos militares, de cerca de 30 anos, foi transferido para o Hospital do Barreiro, e deverá sair ainda hoje.
Violência "inédita"

As mais de seis horas de "intensas" negociações, como descreve a GNR, não demoveram o sequestrador. Munido de arma de fogo, granadas e explosivos, recusava render-se e impedia a assistência ao militar ferido, cujo estado de gravidade era desconhecido.

"Tentou-se tudo", frisou ao Expresso o tenente-coronel Jorge Goulão, acrescentando que depois de esgotadas as "negociações diretas, por contato telefónico, e indiretas, através de conhecidos do sequestrador, avançou-se para uma intervenção tática que terminou cerca das 5h30".

"Abateu um cão com um tiro e depois feriu outro. A operação acabou com uma troca de tiros e o sequestrador acabou por falecer", descreveu.

O tenente-coronel Jorge Goulão salienta ainda que esta foi "uma situação inédita do ponto de vista da segurança e de extrema violência" de que não tem memória.

Além da GNR, estiveram no local a Polícia Judiciária, INEM, dez ambulâncias e bombeiros das corporações de Pinhal Novo, Moita, Montijo, Palmela, Setúbal. O perímetro de segurança criado em torno do restaurante levou à evacuação de alguns residentes de habitações nas imediações.
 
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