Lordelo
Avensat
A potencial vacina contra o novo coronavírus pode ter vida curta e exigir um reforço para prolongar a sua proteção, disse o diretor do instituto das doenças infecciosas norte-americano, Anthony Fauci, esta segunda-feira, numa entrevista online com o diretor dos Institutos Nacionais de Saúde, Francis Collins.
À medida que várias empresas se aproximam de uma potencial vacina para o vírus, o papel dos anticorpos ganha ainda mais importância, pois pode determinar o quão bem uma vacina funciona e com que frequência será necessário administrá-la. Na entrevista, em resposta a uma pergunta sobre quanto tempo os anticorpos podem oferecer alguma proteção contra a infeção, Fauci respondeu "não sabemos".
"Vamos assumir que há um certo grau de proteção, mas temos que entender que será finito", defende. "Não será como uma vacina contra o sarampo", acrescenta. Vacinas contra sarampo conferem, geralmente, imunidade ao longo da vida, mas parece improvável que qualquer vacina contra o coronavírus faça o mesmo. “Podemos precisar de um reforço para continuar a proteção. Mas, de momento, não sabemos quanto tempo dura", afirma.
O imunologista acrescentou que os relatos de pacientes recuperados da Covid-19 e que estão a ser reinfetados são, provavelmente, imprecisos. Segundo o especialista, é mais provável que o teste usado para detectar a Covid-19 tenha capturado fragmentos do vírus ainda no corpo do paciente recuperado, mas este provavelmente não foi reinfetado.
"Quando olha para a história dos coronavírus - os coronavírus que causam a gripe comum -, os relatos na literatura são de que a duração da imunidade protetora varia de três a seis meses a quase sempre menos de um ano", explicou.
Em relação à data de chegada da vacina, Anthony Fauci considera ser provável confirmar a eficácia no início de 2021.. A empresa farmacêutica britânica AstraZeneca e a empresa de biotecnologia dos EUA Moderna são as duas empresas mais avançadas no desenvolvimento de vacinas.
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