Dirigindo-se ao Parlamento Europeu, em Bruxelas, numa cerimónia especial por ocasião do Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, que se celebra dia 27, sexta-feira, Herzog expressou a sua preocupação com o "quadro muito perturbador" que se vive atualmente, sublinhando que "o antissemitismo ainda existe, a negação do Holocausto ainda existe" e assiste-se a um discurso de ódio dirigido aos judeus "não só no seio de regimes sombrios, mas também no coração do ocidente democrático livre".
"O antissemitismo está vivo e particularmente ativo nas plataformas virtuais. Por toda a Internet, o antisemitismo viral está a espalhar-se a um ritmo recorde, com o simples clique de um botão. A distância entre um vídeo viral e um ataque físico quase não existe de todo. A diferença entre uma publicação no Facebook e a destruição de lápides num cemitério é mais curta do que gostaríamos de pensar. E 'tweets' podem matar", advertiu.
Herzog pediu por isso que, desta feita, os sinais de alarme não sejam ignorados, recordando que o Holocausto levado a cabo pelos nazis baseou-se em "fundações antissemíticas muito mais antigas, que se tinham enraizado e florescido na Europa".
"Não olhem para o lado, leiam os sinais de aviso, detetem os sintomas da pandemia do antissemitismo, e combatam-na a todo o custo. Devem assegurar-se de que todos os judeus que queiram viver uma vida judaica plena nos seus países o possam fazer em segurança e sem medo. Cabe a vós e aos vossos seus países utilizarem todos os instrumentos à disposição, desde a educação, legislação até à aplicação da segurança, a fim de dissuadir e erradicar o ódio, o racismo e o antissemitismo sob todas as formas", declarou.
O chefe de Estado disse ainda que "claro que é aceitável criticar o Estado de Israel", mas enfatizou que há uma abissal diferença entre criticar as políticas de um Estado democrático e negar ao Estado de Israel e aos judeus o direito à existência, tendo então feito uma crítica direta ao regime iraniano, que, disse, "não só pede a completa aniquilação" de Israel, como "também está a assassinar os seus homens e mulheres que reclamam liberdade e direitos humanos e cívicos", além de desempenhar um papel desestabilizador no Médio Oriente e "um papel letal na guerra contra cidadãos ucranianos", naquela que foi a única referência no seu discurso à agressão militar russa à Ucrânia.
A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, também sublinhou a importância de se "continuar a falar e nunca esquecer" o Holocausto.
"A nossa é a última geração a ouvir os testemunhos da voz dos próprios sobreviventes. O nosso dever torna-se ainda maior quando as vozes das vítimas já não puderem ser escutadas. É nossa responsabilidade lembrar e passar esses testemunhos a futuras gerações e educá-las, porque, apesar de décadas de esforços, o antissemitismo ainda existe, o ódio ainda encontra muitas vozes a desculpá-lo", disse.
Apontando que "ser antissemitista é ser antieuropeu" e recordando que a primeira mulher a presidir ao Parlamento Europeu, Simone Weil, "foi também ela uma sobrevivente" do Holocausto, Metsola disse que a antiga presidente da assembleia "percebeu que a neutralidade apenas ajuda o opressor" e garantiu que "o Parlamento Europeu tomará sempre partido, estará sempre do lado do respeito, da dignidade humana e da esperança".
O Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, assinalado oficialmente no dia 27 de janeiro (sexta-feira), foi estabelecido pelas Nações Unidas em 2005 e recorda a libertação do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, que este ano marca o 78.º aniversário.
Este ano também se assinalam os 75 anos da fundação do Estado de Israel.
Na quarta-feira, o museu de Auschwitz-Birkenau anunciou que a Rússia não foi convidada para as comemorações do 78.º aniversário da libertação, pelo Exército Vermelho, deste campo de morte nazi, devido à invasão e guerra russas na Ucrânia.
Construído na Polónia ocupada durante a Segunda Guerra Mundial, Auschwitz-Birkenau é o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi de seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais foi morto naquele campo entre 1940 e 1945, juntamente com mais de 100.000 não-judeus.
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Herzog pediu por isso que, desta feita, os sinais de alarme não sejam ignorados, recordando que o Holocausto levado a cabo pelos nazis baseou-se em "fundações antissemíticas muito mais antigas, que se tinham enraizado e florescido na Europa".
"Não olhem para o lado, leiam os sinais de aviso, detetem os sintomas da pandemia do antissemitismo, e combatam-na a todo o custo. Devem assegurar-se de que todos os judeus que queiram viver uma vida judaica plena nos seus países o possam fazer em segurança e sem medo. Cabe a vós e aos vossos seus países utilizarem todos os instrumentos à disposição, desde a educação, legislação até à aplicação da segurança, a fim de dissuadir e erradicar o ódio, o racismo e o antissemitismo sob todas as formas", declarou.
O chefe de Estado disse ainda que "claro que é aceitável criticar o Estado de Israel", mas enfatizou que há uma abissal diferença entre criticar as políticas de um Estado democrático e negar ao Estado de Israel e aos judeus o direito à existência, tendo então feito uma crítica direta ao regime iraniano, que, disse, "não só pede a completa aniquilação" de Israel, como "também está a assassinar os seus homens e mulheres que reclamam liberdade e direitos humanos e cívicos", além de desempenhar um papel desestabilizador no Médio Oriente e "um papel letal na guerra contra cidadãos ucranianos", naquela que foi a única referência no seu discurso à agressão militar russa à Ucrânia.
A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, também sublinhou a importância de se "continuar a falar e nunca esquecer" o Holocausto.
"A nossa é a última geração a ouvir os testemunhos da voz dos próprios sobreviventes. O nosso dever torna-se ainda maior quando as vozes das vítimas já não puderem ser escutadas. É nossa responsabilidade lembrar e passar esses testemunhos a futuras gerações e educá-las, porque, apesar de décadas de esforços, o antissemitismo ainda existe, o ódio ainda encontra muitas vozes a desculpá-lo", disse.
Apontando que "ser antissemitista é ser antieuropeu" e recordando que a primeira mulher a presidir ao Parlamento Europeu, Simone Weil, "foi também ela uma sobrevivente" do Holocausto, Metsola disse que a antiga presidente da assembleia "percebeu que a neutralidade apenas ajuda o opressor" e garantiu que "o Parlamento Europeu tomará sempre partido, estará sempre do lado do respeito, da dignidade humana e da esperança".
O Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, assinalado oficialmente no dia 27 de janeiro (sexta-feira), foi estabelecido pelas Nações Unidas em 2005 e recorda a libertação do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, que este ano marca o 78.º aniversário.
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