Israel. Netanyahu critica reservistas que recusam participar em treinos

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Depois de vários pilotos reservistas da Força Aérea anunciarem que não participarão nas manobras militares previstas, em protesto pelo plano da coligação no poder, Netanyahu sublinhou hoje num discurso que os militares e as forças de segurança são pontões para "os cimentos da existência" de Israel.


"Na sociedade há espaço para o protesto, para pontos de vista opostos, mas não para recusas" em setores como o militar, frisou.

Em Israel, o serviço militar é obrigatório para homens e mulheres, e muitos mantêm ligações às Forças Armadas na qualidade de reservistas. Esta situação implica a participação em exercícios militares e em diversos treinos durante vários períodos e a convocação às fileiras em caso de escalada militar e outras emergências.

No entanto, a reforma judicial do atual Governo ultraconservador, que debilitaria em grande medida a Justiça, o Supremo tribunal e a separação de poderes em Israel, originou mal-estar entre amplos setores da sociedade, que agora respondem com protestos face a um plano que consideram colidir com as bases democráticas formais do Estado.

A oposição ao plano tem originado amplos protestos de rua, os mais numerosos em décadas e com amplo impacto em toda a sociedade. Hoje, ex-chefes da Força Aérea israelita manifestaram preocupação pela reforma judicial, e pediram a Netanyahu que trave o plano para "encontrar uma solução" de consenso.

Existe ainda o receio de que assuntos legais que afetem o meio militar acabem por ser julgados em tribunais internacionais, face à ausência de independência do sistema judicial israelita caso a reforma seja aprovada.

Outros grupos de reservistas de diversas unidades militares também advertiram que não participarão nos treinos caso a coligação governamental, a mais direitista de toda a história do Estado judaico, prossiga com os seus planos.

O Presidente israelita, Isaac Herzog, tem tentado mediar as duas partes, e já admitiu a possibilidade de um acordo entre Governo e oposição após "negociações de bastidores".

Os movimentos de cidadãos que contestam a reforma já convocaram outra jornada nacional de protestos para quinta-feira.

Em resposta, o ministro da Segurança nacional, o ultradireitista Ben Gvir, advertiu hoje que não tolerará "a anarquia ou incitamento" aos protestos.

Na última semana, já ocorreram cargas pela polícia de choque e confrontos que motivaram a detenção de dezenas de pessoas.

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