Lordelo
Avensat
A história leva-nos até 1987. Germán Quintana, tinha 13 anos, e embarcou numa visita de estudo aos Picos da Europa, com a autorização dos pais.
Os pais do menino, que tinham um negócio próprio de restauração, deixaram-no junto ao autocarro e despediram-se sem nunca imaginar que aquela seria a última vez que veriam o filho.
Germán perdeu-se durante a excursão e até hoje não se sabe do seu paradeiro. A sua família continua, ainda, a alimentar a esperança de encontrar o rapaz.
Quem recorda a história é Cristina, a irmã mais nova do jovem desaparecido, que hoje tem 40 anos. Cristina lembra como o desaparecimento do seu irmão mudou a família e influenciou toda a sua vida.
A família mudou se, um ano depois, de Oviedo para Fuengirola, em Málaga, local de onde a criança desapareceu. Mudaram a sua residência em mais de mil quilómetros para poderem estar mais perto do filho e poderem participar nas buscas.
Na sequência das buscas, sete pessoas morreram. Um dos helicópteros das operações de busca e resgate despenhou-se pouco depois de levantar voo, numa operação que visava encontrar o menino. A família recorda, aliás, que as buscas foram dificultadas por uma enorme tempestade que se fez sentir após o desaparecimento.
"O acidente acrescentou ainda mais dor. Não somos diretamente responsáveis pela morte destas pessoas, mas é claro que gostaríamos de as ter evitado", diz Cristina.
O pai de Cristina e Germán já morreu vítima de cancro, e a mãe tenta não falar do assunto para não recordar a dor. A família assume que após tantos anos este deveria ser um assunto encerrado. Porém, a falta de um corpo ou uma prova mantém viva a esperança.
Cristina diz-se ciente de que jamais voltarão a encontrar Germán. Ainda assim, acalenta uma leve expectativa de que um dia ainda terá resposta para as suas perguntas.
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