Jovem encontra família com ajuda de panfletos 27 anos depois de se perder

Lordelo

Avensat
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Carlos Silva tinha apenas cinco anos quando fugiu de casa, depois de presenciar mais uma agressão do padrasto à mãe. Com medo e farto de assistir a tanta violência, escondeu-se num autocarro estacionado no terminal de Juazeiro, município do Ceará, no Brasil, onde vivia. Só que adormeceu e quando acordou já não sabia regressar a casa, estava numa cidade completamente desconhecida.


O motorista do veículo pesado de passageiros levou-o a uma casa de acolhimento de crianças orfãs, em Fortaleza. Desde então, Carlos passou por vários centros e viveu nas ruas da capital do estado brasileiro, até ser acolhido pela Associação Beneficente Pequeno Nazareno, que acolhe crianças e adolescentes em vulnerabilidade em Maranguape.

Quando lhe perguntavam de onde vinha, Carlos apenas sabia dizer que a mãe se chamava Geane, que tinha duas irmãs, um irmão, que se chamava Diego, e um tio, chamado Nino, que lhe oferecia carrinhos feitos de barro.

Posteriormente, foi adotado pelo fundador da associação. Com o apoio do pai adotivo e de um amigo, começou a desenhar o que vinha à memória da sua infância.

Com o passar dos anos, a curiosidade pelo paradeiro da família biológica foi-se aguçando, mas só agora, após mais de duas décadas e já com 32 anos, Carlos decidiu procurar a mãe.

Distribuiu mais de 2 mil panfletos por Juazeiro com algumas recordações que ainda tinha da infância: o passeio com a avó até à estátua do Padre Cícero, o pequeno terminal rodoviário onde costumava brincar e pedir dinheiro e o nome do tio.

E um dos papéis chegou onde devia. O irmão mais novo, que Carlos nunca conheceu, viu um dos panfletos e associou-o à história que a mãe contava. E ligou.

Desde então os irmãos estão em contacto e pretendem juntar a família. Geane da Silva morreu em 2017, vítima de cancro da mama, mas os restantes irmãos querem muito conhecê-lo e a avó, que ainda não sabe da novidade, quer rever Carlos.

“Vai ser muita emoção para ela. Num ano de pandemia, de tantas tragédias, finalmente um milagre”, disse Carlos ao , revelando que já no próximo fim de semana vão reunir-se todos em casa da avó, que não vê há 27 anos.

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