Jovem mata pais em Itália. "O pai disse que eu era um falhado. Calei-o"

Lordelo

Avensat
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O amor pelo filho custou a vida ao casal de professores Laura Perselli e Peter Neumair. Apesar de terem sido avisados pelos psiquiatras e médicos do jovem, de 30 anos, que este podia tornar-se violento, devido a um transtorno mental, os italianos recusaram-no entregá-lo a uma instituição. Passado algum tempo, no dia 4 de janeiro, foram mortos.






O caso, que continua a chocar Itália, apesar de já terem passado quase três meses, tem contornos macabros e quase todos os dias são revelados novos pormenores. Esta sexta-feira, a Rete 4, revelou trechos do relatório da confissão de Benno Neumair.


De acordo com o canal de televisão italiano, o alegado homicida contou que na tarde do dia 4 de janeiro discutiu com o pai sobre quem deveria levar o cão da avó a passear e que este exigiu que o filho ajudasse mais em casa.


“Fui para o meu quarto para não ter de discutir mais. Liguei o computador para fazer umas aulas do curso de segurança no trabalho e depois vi Netflix. Acabei por adormecer, porque estava muito cansado”.


Entretanto, Laura saiu de casa e Peter terá voltado a confrontar o filho. “O meu pai entrou no meu quarto e começou a discutir comigo sobre dinheiro”, disse.


Ainda segundo Benno, o pai terá disto que este não valia nada, comparando-o com a irmã “autónoma e independente”.


“Senti-me tão encurralado, tão mal e sem saída. Mesmo depois de me ter refugiado no meu quarto, para estar em paz, em silêncio, ele veio atrás de mim e disse que eu era um falhado”, revelou o jovem, acrescentando que foi aí que matou o pai.


“Eu calei-o. Peguei na primeira corda de escalada que encontrei, que estava junto às minhas ferramentas, no corredor e caímos no chão. Não sei se o asfixiei pela frente ou por trás. Só me lembro de apertar com muita força. A seguir fiquei sentado no corredor. A minha mãe chegou e eu tive de a estrangular também”, lê-se no relatório dos investigadores, segundo a Rete 4.


Já o , revelou, esta semana, que Laura tinha sido informada várias vezes, por diversos terapeutas, que o filho podia tornar-se muito agressivo e que devia mesmo dormir com o quarto trancado.


A certa altura, Benno foi mesmo internado numa clínica alemã, com “esquizofrenia paranóide”. Mais recentemente, em julho de 2020, os pais tiveram de chamar as autoridades devido a outro episódio violento.


Apesar de tudo isto, Laura e Peter recusaram-se sempre a internar Benno.


De acordo com o mesmo site italiano, as autoridades acreditam que o jovem já estava a planear o duplo homicídio há muito tempo, não só porque tinha a corda de escalada à mão, como pelo facto de ter limpado “imaculadamente” o local do crime e ainda ter dito à namorada, Martina, que à noite a ia visitar com o carro dos pais, algo do qual estava proibido.


Recorde-se que, após matar os pais, Benno lançou os corpos destes da Ponte di Vadena, em Bolzano. Um mês e dois dias depois, a 6 de fevereiro, os restos mortais de Laura foram descobertos em Adige, perto da vila de Neumarkt, a cerca de uma hora de distância do local onde ocorreram os assassinatos.


Já o corpo de Peter continua desaparecido.

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