Mali. Seis meses após aviso, autoridades reprimem uso de cachimbo de água

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"Vigorosa incursão do Gabinete Central de Narcóticos (OCS, na sigla em francês) aos clubes de chicha de Bamaco: cerca de 50 indivíduos presos e um grande lote de materiais apreendidos", noticiou a instituição na rede social Facebook.


O OCS divulgou fotos de uma operação que disse ter efetuado na noite de terça-feira, em que os seus funcionários detêm homens e mulheres jovens e obrigando-os a entrar para a traseira de carinhas de caixa aberta.

Uma das fotos mostra uma pilha de narguilés apreendidos.

"Foi-se o período de carência concedido pelas autoridades aos importadores, distribuidores, vendedores e consumidores de narguilé no Mali", refere o OCS.

As autoridades militares, que tomaram o poder à força em 2020 surpreenderam em agosto de 2022 ao anunciar a proibição do narguilé.

Até então, a junta militar não se havia referido à proibição deste tradicional ato de socialização comunitária.

Os bares onde maioritariamente homens jovens relaxavam fumando o cachimbo de água, floresceram nos últimos anos em Bamaco, cidade relativamente preservada da violência multifacetada e da propagação do fundamentalismo islâmico que atingem o Mali há mais de 10 anos.

As autoridades deram aos bares seis meses para fechar. A proibição entrou em vigor hoje.

Um decreto assinado por seis ministérios alertou que os consumidores arriscam até 10 dias de prisão e multa de 300 a 10.000 francos cfa (0,50 a 15 euros).

Esta medida polarizou os malianos entre os que defendem a saúde pública e os amantes do lazer e entretenimento.

O Mali é maioritariamente muçulmano e as interpretações do Islão no geral não são favoráveis ??ao narguilé ou aos cigarros.

Todavia, sendo constitucionalmente um país laico, tolera o consumo de álcool, embora restrito a determinados locais públicos, com a maioria dos bares e restaurantes a absterem-se de o servir.

Um grupo de trabalho da Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou em 2017 contra os perigos do narguilé, considerando-o de uma a 10 vezes mais nocivo que o cigarro e que não é alvo das mesmas campanhas de sensibilização para os seus perigos, como acontece com o tabaco.

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