"Nós, hoje em dia, vivemos num convívio muito são com os países irmãos da CPLP [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa], mas é importante assumirmos tudo aquilo que a história nos trás, partes luminosas, mas também partes muito sombrias, e o massacre de Batepá é seguramente um dos momentos mais sombrios da história colonial portuguesa", afirmou João Gomes Cravinho, que termina hoje uma visita oficial de três dias a São Tomé.
O chefe da diplomacia portuguesa falava após prestar homenagem com a deposição de uma coroa de flores no monumento dos Mártires da Liberdade, em Fernão Dias, no distrito de Lobata, inaugurado em 2016 e que homenageia as vítimas e sobreviventes do massacre de Batepá.
"O simbolismo deste ato é uma homenagem a aqueles que lutaram e morreram pela liberdade 70 anos atrás, em fevereiro de 1953", sublinhou João Gomes Cravinho.
O chefe da diplomacia portuguesa destacou ainda que "aqueles que lutaram e morreram pela liberdade das antigas colonias, como é o caso de São Tomé, contribuíram para a liberdade em Portugal".
"Aquilo que nós hoje temos, um regime democrático há quase 50 anos é também fruto daqueles que lutaram e morreram pela liberdade em Batepá e em outras partes das antigas colonias", afirmou João Gomes Cravinho.
O massacre de Batepá ocorreu em 3 de fevereiro de 1953, após a revolta dos trabalhadores locais contra as condições laborais do sistema colonial, adotadas nas roças de cacau e café da ilha.
Na repressão desta revolta, ordenada pelo ex-governador Carlos de Sousa Gorgulho, morreram 1.032 pessoas, na versão são-tomense, e entre uma e duas centenas, na versão portuguesa da época.
Em 2018 o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, também prestou homenagem às vítimas do massacre de Batepá, em São Tomé e Príncipe, referindo que Portugal assume a sua história "naquilo que tem de bom e de mau".
"Portugal assume a sua história naquilo que tem de bom e de mau e assume nomeadamente e de forma especial neste instante e neste memorial aquilo que foi o sacrifício da vida e o desrespeito da dignidade de pessoas e comunidades", disse Marcelo Rebelo de Sousa.
Segundo as autoridades são-tomenses apenas nove sobreviventes ainda se encontram vivos aos quais o Governo são-tomense subiu para 2.500 dobras (cerca de 100 euros) o valor da pensão de reforma atribuída aos mesmos.
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal disse que o Portugal também está disponível para ajudar estes sobreviventes em concertação com o Governo são-tomense no quadro da cooperação entre os dois países.
"Nós não entramos dentro do país para distribuir apoios a estes ou aqueles indivíduos dentro do país por mais que precisem, nós estamos muito disponíveis sempre para dialogar com as autoridades são-tomenses de acordo com as prioridades que as autoridades são-tomenses têm, qualquer que seja a área", disse, João Gomes Cravinho quando questionado pela Lusa sobre a possibilidade de Portugal apoiar os sobreviventes.
No âmbito desta visita a São Tomé e Príncipe, que no próximo verão vai suceder a Angola na presidência da CPLP, João Gomes Cravinho visita hoje os projetos da cooperação portuguesa, na cidade de Neves, e ainda o Laboratório do Hospital Central Ayres de Menezes, onde fará a entrega simbólica de um lote de medicamentos destinado aos cuidados primários e doenças não-transmissíveis.
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O chefe da diplomacia portuguesa falava após prestar homenagem com a deposição de uma coroa de flores no monumento dos Mártires da Liberdade, em Fernão Dias, no distrito de Lobata, inaugurado em 2016 e que homenageia as vítimas e sobreviventes do massacre de Batepá.
"O simbolismo deste ato é uma homenagem a aqueles que lutaram e morreram pela liberdade 70 anos atrás, em fevereiro de 1953", sublinhou João Gomes Cravinho.
O chefe da diplomacia portuguesa destacou ainda que "aqueles que lutaram e morreram pela liberdade das antigas colonias, como é o caso de São Tomé, contribuíram para a liberdade em Portugal".
"Aquilo que nós hoje temos, um regime democrático há quase 50 anos é também fruto daqueles que lutaram e morreram pela liberdade em Batepá e em outras partes das antigas colonias", afirmou João Gomes Cravinho.
O massacre de Batepá ocorreu em 3 de fevereiro de 1953, após a revolta dos trabalhadores locais contra as condições laborais do sistema colonial, adotadas nas roças de cacau e café da ilha.
Na repressão desta revolta, ordenada pelo ex-governador Carlos de Sousa Gorgulho, morreram 1.032 pessoas, na versão são-tomense, e entre uma e duas centenas, na versão portuguesa da época.
Em 2018 o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, também prestou homenagem às vítimas do massacre de Batepá, em São Tomé e Príncipe, referindo que Portugal assume a sua história "naquilo que tem de bom e de mau".
"Portugal assume a sua história naquilo que tem de bom e de mau e assume nomeadamente e de forma especial neste instante e neste memorial aquilo que foi o sacrifício da vida e o desrespeito da dignidade de pessoas e comunidades", disse Marcelo Rebelo de Sousa.
Segundo as autoridades são-tomenses apenas nove sobreviventes ainda se encontram vivos aos quais o Governo são-tomense subiu para 2.500 dobras (cerca de 100 euros) o valor da pensão de reforma atribuída aos mesmos.
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal disse que o Portugal também está disponível para ajudar estes sobreviventes em concertação com o Governo são-tomense no quadro da cooperação entre os dois países.
"Nós não entramos dentro do país para distribuir apoios a estes ou aqueles indivíduos dentro do país por mais que precisem, nós estamos muito disponíveis sempre para dialogar com as autoridades são-tomenses de acordo com as prioridades que as autoridades são-tomenses têm, qualquer que seja a área", disse, João Gomes Cravinho quando questionado pela Lusa sobre a possibilidade de Portugal apoiar os sobreviventes.
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