Meloni na Líbia para assinar acordos na energia e falar de migração

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Meloni viajou acompanhada pelos ministros dos Negócios Estrangeiros, Antonio Tajani, e do Interior, Matteo Piantedosi, e foi recebida por Abdelhamid Dbeibah, chefe do Governo de Unidade Nacional, o executivo sediado em Trípoli (oeste) e reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU).


A Itália, antiga potência colonial, é um importante parceiro comercial para a Líbia, particularmente no campo dos hidrocarbonetos, com uma presença significativa da gigante italiana Eni no país que tem as reservas de petróleo mais abundantes em África.

O presidente da Eni, Claudio Descalzi, acompanha Meloni que participará na assinatura de um acordo entre a petrolífera italiana e a Companhia Nacional de Petróleo da Líbia (NOC, na sigla em inglês) para o desenvolvimento de dois campos de gás 'offshore' ao largo deste país africano.

A Eni vai investir oito mil milhões de dólares nestes locais, que são "suscetíveis de produzir 850 milhões de metros cúbicos de gás" por dia, disse esta semana o presidente da NOC, Farhat Bengdara, à televisão líbia al-Masar TV.

A Itália trabalha para ultrapassar os constrangimentos causados em termos energéticos pelas sanções à Rússia, na sequência da invasão russa da Ucrânia, e com esse objetivo, Giorgia Meloni esteve há dias na Argélia, para construir uma parceria estratégica na área do gás.

Para além do aspeto económico, a migração está no centro das conversações com as autoridades da Líbia, já que Itália é o país europeus mais afetado diretamente com a chegada maciça de imigrantes ilegais que saem da costa líbia.

O caos que se seguiu à queda do regime de Muammar Kaddafi em 2011 fez da Líbia uma rota preferencial para dezenas de milhares de migrantes da África subsariana, países árabes e sul da Ásia que procuram chegar à Europa.

O governo de extrema-direita de Giorgia Meloni chegou ao poder em outubro, prometendo parar a imigração ilegal para Itália, onde mais de 105.000 migrantes chegaram por via marítima em 2022, segundo o Ministério do Interior italiano.

O Mediterrâneo Central é a rota de migração mais perigosa do mundo, de acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM). Esta agência da ONU estima que, em 2022, 1.377 migrantes morreram ou desapareceram.

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