Menino de 12 anos determinado a "triunfar" abre barbearia nas Honduras

Lordelo

Avensat
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Ainda que dois dos seus irmãos e outros tantos amigos tenham imigrado para os Estados Unidos da América em busca de uma vida melhor, Eduardo Espinal, de 12 anos, mostra-se determinado em forjar um futuro nas Honduras onde, no mês passado, abriu uma barbearia, para ajudar a família.






“Gosto muito da barbearia, e de estudar também”, contou o menor à AFP, em frente à sua ‘Eduar Barber Shop’, em Comayagua.


O pai do menino, Wilfredo Espinal, de 50 anos, ganha a vida a vender areia do rio a construtores, ao passo que a mãe, Merlin Carranza, de 38 anos, é dona de casa. Determinado a ajudar a família, Eduardo começou a trabalhar aos 11 anos, numa barbearia que frequentava com o pai.


“O meu pai comprou-me a primeira máquina, e comecei a cortar-lhe o cabelo”, recordou o menor, que terminou o ensino básico no ano passado, e prevê ingressar no ensino secundário no próximo ano.


Apesar de o trabalho infantil ser ilegal no país até aos 14 anos, a realidade de Eduardo é bem conhecida para os menores hondurenhos. Em 2021, 256 mil crianças e jovens entre os cinco e os 18 anos trabalhavam, segundo revelou à AFP Horacio Lovo, subdiretor do Instituto Nacional de Estatísticas (INE). Cerca de 2,3 milhões não estudava, nem trabalhava, complementou.


“O ideal é que as crianças estejam na escola. O grave é quando, por causa do trabalho, abandonam os estudos”, considerou.


Eduardo trabalhou como aprendiz durante mais de um ano, até que, há cerca de um mês, pediu uma cadeira ao pai. Wilfredo acedeu ao pedido, ajudando o filho a dar início ao sonho num pequeno edifício com telhado de zinco nos arredores da cidade.


O menino cobra entre dois e três dólares pelos cortes, dependendo do estilo. No melhor dia que já teve, atendeu 16 pessoas e amealhou 45 dólares – uma quantia considerável, tendo em conta que cerca de 10 milhões de hondurenhos vivem com menos de um dólar por dia.


Apesar das longas horas, uma vez que a barbearia abre às 8h00 e encerra às 20h00, o menor também tempo para ser criança.


“Levanto-me, tomo banho, mudo de roupa, como, e venho. Brinco quando não tenho clientes”, garantiu.


Eduardo deseja ser “barbeiro profissional”. Quer, também, ajudar a irmã, Darliana, de 8 anos, a abrir um salão de beleza, e construir uma casa para a mãe.


“Não é necessário ir para outro país para triunfar”, rematou o menino.

IN:NM
 
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