De acordo com uma investigação realizada por esta organização de defesa dos direitos humanos, com sede nos Estados Unidos, no ano passado, as autoridades egípcias recusaram-se a fornecer ou a renovar certidões de nascimento, passaportes e outros documentos essenciais, apesar dos pedidos de cerca de 26 egípcios residentes no estrangeiro.
Os 26 dissidentes, jornalistas e advogados viviam na Turquia, Alemanha, Malásia, Qatar e dois outros países não revelados, na África e na região do Golfo Pérsico, quando a investigação ocorreu, disse a HRW.
Desde que chegou ao poder em 2013, o Governo do Presidente Abdel Fattah el-Sissi desenvolveu uma operação repressiva contra dissidentes, detendo vários milhares, incluindo não apenas opositores políticos islâmicos, mas também ativistas pró-democracia e jornalistas.
Os entrevistados disseram que a possibilidade de contestar a recusa do Cairo em fornecer documentos era "quase impossível", enquanto alguns foram instruídos a regressar ao Egito para resolver os seus problemas.
"O Governo está a intensificar os esforços para punir e silenciar os que estão no estrangeiro", disse Adam Coogle, vice-diretor da HRW no Médio Oriente e Norte de África.
Em 2019, a HRW estimou que até 60.000 prisioneiros políticos estão em prisões egípcias, embora o Governo do Egito negue esses números.
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