Uma organização internacional de jornalismo de investigação revelou ter tido acesso a milhões de ficheiros que identificam mais de 120 mil empresas e fundos "offshore", que expõem negócios de políticos, criminosos e bilionários de todo o mundo.
O "International Consortium of Investigative Journalists" (ICIJ), que envolveu na análise dos ficheiros dezenas de jornalistas de títulos como o "Guardian", BBC, "Le Monde", "Süddeutsche Zeitung" e "Washington Post", entre outros, afirma que os documentos a que teve acesso representam "a maior pilha de informação confidencial sobre o sistema financeiro dos 'offshores' alguma vez obtida por uma organização de media".
"O tamanho total dos ficheiros, medidos em gigabytes, é mais de 160 vezes maior do que a fuga de informação dos documentos dos Departamento de Estados dos Estados Unidos a que a Wikileaks teve acesso em 2010", lê-se no portal da organização, que revela ainda que "os registos revelam 'holdings' pessoais e de empresas em 'offshores' em mais de 170 países e territórios".
Os ficheiros revelam factos e números - transferências de dinheiro, datas de incorporações, ligações entre empresas e indivíduos - que "ilustram a forma como o sistema secreto de 'offshores' se espalhou agressivamente por todo o mundo, permitindo aos mais ricos e aos melhor relacionados fugir a impostos e estimular a corrupção, protegendo criminosos e corruptos em países ricos e pobres sem descriminação".
Entre os nomes revelados encontram-se médicos e dentistas norte-americanos, aldeões gregos de classe média, corretores na bolsa de Nova Iorque, ou multimilionários indonésios e da Europa Central ou ainda gestores russos de empresas de topo, negociantes de armas e empresas de fachada.
JN