Os mais novos podem ou não ter ataques cardíacos?

Lordelo

Avensat
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O enfarte agudo do miocárdio (EAM) é a principal causa de morte em Portugal, à semelhança dos outros países europeus. Dados citados pelo Hospital da Cruz Vermelha mostram que a EAM atinge cerca de 20 por 100 mil habitantes, dos quais cerca de 20% são jovens. Ou seja, o ataque cardíaco em jovens é raro, mas pode acontecer, devido à deterioração precoce das artérias coronárias.






"Existe evidência de que a deterioração das artérias pode iniciar-se precocemente, ainda na infância", afirma o cardiologista pediátrico Manuel Ferreira, num artigo publicado no portal do Hospital da Cruz Vermelha. "No adulto, pelo facto da instalação da doença coronária ser progressiva e mais longa, o organismo desenvolve mecanismos de compensação que podem minimizar os efeitos imediatos do ataque cardíaco", explica. Por outro lado, "no jovem, não há tempo para se desenvolverem esses mecanismos, podendo assumir o EAM um efeito imediato muito mais catastrófico".


O especialista sublinha que "está comprovado cientificamente que a doença das artérias coronárias pode começar cedo ainda na vida fetal", em consequência do estilo de vida da mãe durante a gravidez. "Este fenómeno leva á modificação das propriedades destas pequenas artérias através do processo de aterosclerose, em que vão perdendo as suas características morfológicas e funcionais, podendo culminar na sua obstrução completa, daí resultando o EAM."


Para a maioria das crianças, acrescenta, as alterações destas artérias são menores e podem ser minimizadas ou até mesmo prevenidas com a adesão a um estilo de vida saudável logo desde o nascimento. No entanto, em algumas crianças e adolescentes o processo ocorre a um ritmo acelerado. "É crescente o número de crianças com obesidade, hipertensão arterial e diabetes que aparecem nas nossa consultas. A exposição ao tabaco tanto passiva como ativa e o consumo de drogas continuam a constituir um problema", alerta Manuel Ferreira.

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