Lordelo
Avensat
Acorda. Pega no telemóvel. Vai à casa de banho. Volta a olhar para o teelemóvel. Um grupo de cientistas provou que este hábito pode ter efeitos negativos para a saúde, segundo um estudo publicado na revista Current Alzheimer Research.
Os investigadores descobriram que quem passa mais tempo no telemóvel pode vir a sofrer de Alzheimer, uma doença que constitui numa alteração neurológica que provoca perda de memória e declínio cognitivo progressivos. De acordo com o estudo, isso deve-se à exposição a pulsos eletromagnéticos, como aqueles que são emitidos pelo telemóvel e Wi-Fi, que, por sua vez, podem agravar ou desencadear a acumulação de cálcio no cérebro, um dos possíveis fatores de risco associados à doença.
O autor do estudo, Martin L. Pall, considera que esta descoberta pode ajudar a antecipar, em até 25 anos, diagnósticos de Alzheimer. "Pessoas muito jovens expostas a smartphones e radiação de Wi-Fi por muitas horas ao longo do dia podem desenvolver demência digital", diz.
Uma investigação realizada em 2008 já havia mostrado que, ao expor ratos a campos eletromagnéticos de torres de telemóveis, os animais apresentaram uma rápida degeneração. Verificaram também a morte de células cerebrais.
Na altura, descobriu-se que os ratos perderam cerca de 34% da capacidade cerebral após um teste que durou quatro semanas. Outro estudo expos os animais a pulsos eletromagnéticos uma vez por dia, de 2013 a 2016, e aqueles com 10 meses (o equivalente a adultos de 21 anos) já apresentavam sinais de Alzheimer.
A doença de Alzheimer representa cerca de 60 a 70% de todos os casos de demência - um termo genérico utilizado para designar um conjunto de doenças que se caracterizam por alterações cognitivas que podem estar associadas a perda de memória, alterações da linguagem e desorientação no tempo ou no espaço. Para a maioria não existe tratamento e também não há uma forma definitiva de prevenir a demência.
Recorde-se que a Organização Mundial de Saúde estima que existam 47.5 milhões de pessoas com demência em todo o mundo, número que pode chegar os 75.6 milhões em 2030 e quase triplicar em 2050, para 135.5 milhões.
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