Polícia suspeita de republicanos em ataque a polícia na Irlanda do Norte

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Este ataque, a um mês e meio do 25º aniversário do acordo de paz que pôs fim ao conflito na Irlanda do Norte, ocorreu durante um treino de futebol com crianças.


John Cadwell, um polícia experiente que não estava em serviço, foi baleado várias vezes por dois homens quando estava num complexo desportivo na noite de quarta-feira, na cidade de Omagh, no centro da província britânica, segundo a polícia da Irlanda do Norte, que lançou um apelo por testemunhas do crime.

A polícia local disse hoje que Cadwell foi levado para o hospital e o seu estado é "crítico, mas estável".

Embora a investigação não exclua nenhuma pista, as autoridades policiais estão concentradas em "republicanos dissidentes violentos", hostis à permanência da Irlanda do Norte no Reino Unido, e em particular no Novo IRA [um grupo republicano dissidente do Exército Republicano Irlandês (IRA)], declarou hoje à BBC Ulster o comissário-adjunto da polícia, Mark McEwan.

O ataque ainda não foi reivindicado.

Em abril de 2021, uma bomba foi colocada sob o carro de uma polícia em frente da sua casa, num ato reivindicado pelo Novo IRA.

O grupo também admitiu ser o responsável pela morte de Lyra McKee, uma jornalista que morreu em abril de 2019 quando cobria confrontos na cidade de Londonderry.

O Novo IRA pediu desculpas aos familiares da jovem, argumentando que estava muito próxima da polícia.

Estes acontecimentos levantaram o espetro dos "Troubles", a violência que opôs durante três décadas os republicanos [principalmente católicos a favor da reunificação com a Irlanda] e os unionistas protestantes, fervorosos defensores da permanência no Reino Unido.

O Acordo da Sexta-Feira Santa, concluído em 1998, pôs fim a este conflito que provocou a morte de 3.500 pessoas e estabeleceu uma paz frágil, mas grupos paramilitares permaneceram ativos.

O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, disse estar "horrorizado com o vergonhoso tiroteio sobre um polícia fora de serviço".

"Não há lugar na nossa sociedade para quem procura prejudicar os servidores públicos que protegem a população", acrescentou Sunak na rede social Twitter.

A líder do partido republicano Sinn Fein [atualmente é o partido maioritário na Assembleia de Belfast], Michelle O'Neill, repudiou um ataque "escandaloso e vergonhoso".

O líder do partido unionista DUP, Jeffrey Donaldson, favorável à manutenção da província no Reino Unido, condenou entretanto os "cobardes" na origem deste ataque.

"Esses terroristas não têm nada a oferecer e devem ser levados à justiça", acrescentou Donaldson.

O ataque aconteceu num momento político delicado para a província britânica, pois o 'Brexit' -- saída do Reino Unido da União Europeia (UE) - reacendeu as tensões na comunidade.

Londres está atualmente a tentar chegar a um acordo com a União Europeia sobre uma modificação do estatuto alfandegário da província e também levar novamente os unionistas à liderança do governo local.

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