Professores? Governo não andou "um milímetro para conseguir negociação"

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O Bloco de Esquerda (BE) foi recebido, esta quarta-feira, no Palácio de Belém, pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, numa audiência que deverá ser a última de Catarina Martins enquanto coordenadora do partido.


No final do encontro, aos jornalistas, Catarina Martins revelou que "a situação política do país" foi tema de discussão, mas também a situação nas escolas, "e o facto de o Governo não ter andado sequer um milímetro para conseguir ter uma negociação que os professores possam levar a sério".

"Estamos já a metade do segundo período de aulas e não se percebe esta intransigência do Governo".

Questionada se Marcelo poderá ter um papel de intermediário informal nesta questão, Catarina Martins disse que não foram abordadas nesta reunião "as responsabilidades institucionais" e defendeu que "há papéis institucionais muito diferentes entre o Governo e o senhor Presidente da República".

Já sobre o tema da habitação, acusou o Executivo de não concretizar nenhuma medida. "Os próprios proprietários, que num primeiro momento disseram que as medidas eram uma grande revolução, já vieram dizer que são, afinal, uma mão cheia de nada", atirou.

"Lembro que não há nenhuma geração que não seja impactada pelos problemas da habitação", asseverou, frisando a falta de credibilidade das medidas.

A coordenadora do Bloco considerou que "as pessoas não estão a pedir a caridade do Governo para pagarem a casa, querem uma economia minimamente regulada em que o preço de uma renda, o preço de uma casa, possa ser pago pelo salário que é pago neste país, e é isso que não há neste momento".

Recorde-se que desde setembro que representantes dos docentes e do Governo tentam chegar a acordo quanto a um novo modelo de seleção e colocação de professores, que também vinha sendo pedido pelos sindicatos.

Esta quinta-feira arranca a 6.ª ronda negocial e os sindicatos já fizeram saber que poderão pedir reuniões complementares visto existirem ainda matérias sem acordo à vista.

Já no que toca à habitação, a coordenadora do BE referia-se às medidas apresentadas pelo Governo, na passada quinta-feira, para o setor da Habitação, que incluem o arrendamento coercivo de imóveis vazios e o limite ao crescimento das rendas.

Balanço da relação com Marcelo

Questionada sobre o balanço que faz da relação com o Presidente da República ao longo dos anos, Catarina Martins afirmou que os dois olham "para o mundo de formas diferentes, seguramente", mas salientou que tiveram "uma relação institucional que correu da melhor forma ao longo destes anos".

Catarina Martins indicou aos jornalistas que esta audiência aconteceu por iniciativa do Presidente da República, "foi combinada ainda antes" de ter anunciado que não vai recandidatar ao cargo de líder do partido, e teve como objetivo "trocar algumas impressões sobre a situação política neste momento no país".

Para esta audiência que "possivelmente será a última enquanto coordenadora" e que durou cerca de uma hora, a ainda líder do BE foi acompanhada pelo líder parlamentar, Pedro Filipe Soares, e pelo dirigente Jorge Costa.

[Notícia atualizada às 20h24]

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