Promoção Pingo Doce

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Muitas filas e confusão à porta das lojas Pingo Doce por causa de promoção
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Muitas lojas da cadeia Pingo Doce têm hoje grandes filas de clientes à porta, tudo por causa de uma promoção que o Grupo Jerónimo Martins decidiu levar a cabo e que dá descontos de 50 por cento para compras superiores a 100 euros.

Segundo o que PÚBLICO apurou, na zona de Lisboa há filas nas lojas da rua Tomás Ribeiro, no Largo do Mastro, em S. Apolónia em Alfragide, em Chelas e na Portela de Sintra, onde as filas se prolongavam para lá da porta de entrada. Na loja da rua Carlos Mardel já havia prateleiras vazias.

Na loja do Pingo Doce de Telheiras, uma das maiores da cadeia na zona da grande Lisboa, são centenas os clientes à espera de entrar e há longas filas de trânsito em redor daquela superfície. Muitas prateleiras estão vazias e, às 15h, os clientes chegavam com carrinhos de compras vazios de uma cadeia de supermercados concorrente para se poderem abastecer. Às quatro da manhã havia gente sentada à porta desta loja à espera da hora de abertura.

Por volta das 16 horas a situação era ainda pior. No exterior da loja as filas de trânsito eram agora maiores. No parque de estacionamento ao ar livre a disputa por um lugar para a viatura causava discussões constantes.

No interior da loja era agora difícil circular. As centenas de pessoas com os carros das compras cheios até cima não davam espaço para se passar.

Quem não conseguia carros de compras, optava por soluções imaginativas. Alguns arrastavam pelo chão enormes pedaços de cartão com dezenas de produtos em cima. Outros carregavam dezenas de sacos dos mais variados tamanhos igualmente cheios de produtos. Pelo chão da enorme superfície comercial havia centenas de produtos abandonados. Pacotes de esparguete, arroz, latas de salsichas, garrafas de vinho partidas, entre outros, dificultavam ainda mais a circulação.

O ambiente era, porém, festivo. As pessoas riam, gritavam. Estavam visivelmente satisfeitas. “Isto havia de ser todos os dias. Acaba logo a crise”, gritava uma mulher para quem a queria ouvir.
Outra cliente revelava aos parceiros de fila que tinha chegado à superfície comercial às 10h e garantia que ninguém a tiraria dali sem as compras.

No Pingo Doce do Rato, em Lisboa, a fila já era grande quando as portas abriram, conta uma funcionária que não quis ser identificada. Às 15 horas estavam a deixar as pessoas entrar à vez. Estariam poucas dezenas à porta, mas havia alguma tensão com os que queriam passar a frente. De dentro saiam carros cheios, arrastados por todo o tipo de pessoas: novos, meia-idade, classe média. Alguns vieram abastecer-se para longas temporadas: houve muitas contas superiores a mil euros. “Há pessoas de restaurantes que estão a aproveitar para fazer as grandes compras”, disse a funcionária.

Logo de manhã, no Pingo Doce de Loures, na secção do peixe havia uma fila de 200 números, quando as funcionárias ainda estavam a atender o 20. Nesta loja, os carrinhos de compras também escassearam - muitos clientes esperavam ao lado das caixas, à espera que outros pagassem, acompanhavam-nos até ao carro para ficarem com o carrinho.

No Pingo Doce do Chão do Loureiro, na Baixa de Lisboa, uma loja inaugurada há menos de um ano, o movimento também era muito acima do normal. Em frente ao supermercado, que nos fins-de-semana e feriados está praticamente vazio, havia dezenas de carros estacionados e centenas de pessoas faziam filas para pagar e saiam carregadas de compras. No Pingo Doce do Cais do Sodré, o movimento também era grande.

A loja do Pingo Doce do Forum Sintra fechou às 11h por causa da quantidade de clientes. A partir de então, os seguranças só deixavam entrar clientes quando outros saiam. Esta situação está a verificar-se em diversas lojas, incluindo numa no centro da Póvoa do Varzim. Na loja do Forum Sintra, há pessoas à espera para pagar desde as 11h e ouvem-se gritos para que as portas daquela superfície comercial abram de novo. O parque de estacionamento está cheio. Em cada caixa, há mais do que dois funcionários para tentar despachar os clientes mais depressa. As pessoas começaram a empurrar-se, a polícia chegou ao local e algumas lojas ao lado decidiram fechar.
 
Funcionários do Pingo Doce pagos a 500%

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Quem trabalhou no 1º Maio vai ser remunerado a 500%, um valor acima do previsto no contrato colectivo de trabalho 07 Maio 2012, 15:16
A decisão, comunicada na passada sexta-feira através de uma circular enviada às lojas, assinada pelo administrador Pedro Soares dos Santos, destina-se a compensar o "extraordinário trabalho" das equipas operacionais. A administração reconhece, assim, que os funcionários foram sujeitos a um volume anormal de trabalho no dia 1 de Maio quando, sem aviso prévio, as lojas Pingo Doce ofereceram um desconto de 50% sobre as facturas de compras de valor superior a 100 euros.

A acção de promoção resultou numa corrida às lojas que, em alguns casos, registaram uma afluência cinco vezes superior ao normal para um dia feriado. Ao longo do dia, formaram-se longas filas de pessoas à entrada das lojas e junto às caixas de pagamento, com tempos de espera de 3 e 4 horas. Nalguns estabelecimentos, registaram-se inclusive incidentes que exigiram a intervenção das forças policiais.

A acção da Jerónimo Martins dividiu o país e a classe política em particular, com os partidos de esquerda a condenar a iniciativa de descontos no mesmo dia em que se comemorava o Dia do Trabalhador. Já os produtores e fornecedores da grande distribuição, que há muito se queixam do esmagamento das suas margens comerciais, viram as suas reclamações acolhidas pela ministra da Agricultura, Assunção Cristas, que em declarações ao Expresso prometeu legislar no sentido de pôr fim a este tipo de "situações inadmissíveis".

Além do pagamento a 500%, os trabalhadores do Pingo Doce que estiveram ao serviço, ou em gozo de folga, no passado dia 1, podem, até final da semana, fazer as suas compras nas lojas do grupo beneficiando de um desconto de 50%, em tudo idêntico ao que os clientes usufruíram no feriado. Apenas os que fizeram greve - convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Comércio (CESP), afecto à CGTP -, como forma de protesto contra a abertura das lojas no Dia do Trabalhador - , estão excluídos dessa iniciativa.

A direcção do CESP condenou já a decisão da administração da Jerónimo Martins, considerando que "o direito à greve" dos trabalhadores está a ser posto em causa. Aquela estrutura sindical vai também enviar uma participação à Autoridade das Condições do Trabalho (ACT) sobre os acontecimentos do passado dia 1.

No ano passado, foi primeira vez que as lojas da cadeia Pingo Doce abriram portas ao público no 1º de Maio, assim como o concorrente Continente, ignorando as fortes críticas dos sindicatos. Os funcionários foram compensados acima do acordado no contrato colectivo de trabalho, com o pagamento extraordinário a 300 por cento, com direito a uma folga, em vez dos normais 200% acrescidos de uma folga.

A Jerónimo Martins já confirmou esta notícia, não fazendo, porém, qualquer outro comentário.
 
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