PS. "Paz nos termos ditados pela Rússia será sempre uma paz provisória"

avense

Youtuber
Staff member
Fundador
Administrador
No debate temático na Assembleia da República sobre a situação da Ucrânia, um ano depois da invasão pela Rússia, a intervenção do PS foi feita pelo deputado Sérgio Sousa Pinto, que alertou que "uma potência revisionista confiante na sua força não pode ser apaziguada, só pode ser dissuadida pela força e se necessário enfrentada pelas armas".


"Uma paz cujos termos sejam ditados pela Rússia de Putin será sempre uma paz provisória, uma paz que não valerá o papel em que for assinada, uma paz que apenas adiará o fatal desaparecimento da Ucrânia como estado soberano", avisou, uma intervenção que foi aplaudida de pé por PS, PSD e IL.

O socialista lembrou a "responsabilidade perante a historia e perante a experiência passada", afirmando que "Putin trouxe à Europa de volta o fatídico ano de 1938, o ano decisivo para a paz e para a guerra, que abriu as portas à mais trágica carnificina que a história regista".

"Se a coragem e o sacrifício do povo ucraniano, bem como o apoio do Ocidente fraquejarem e a atual situação no terreno congelar de facto, ainda que não de direto, a Ucrânia como nação livre perecerá como a Checoslováquia pereceu", comparou, recordando que "as democracias europeias da época entregaram a Checoslováquia ao agressor".

Segundo Sérgio Sousa Pinto, quem quiser a paz duradoura na Europa tem que se "preparar para a eventualidade sombria da guerra pois o direito internacional não dispensa a dissuasão, ou seja a força e a disposição de a aplicar em caso de desafio à ordem internacional".

"Temos que aceitar os sacrifícios necessários hoje para poupar aos nossos filhos os sacrifícios muito piores de amanhã", afirmou, considerando que "a paz armada é a única viável num mundo anárquico, refratário ao direito e eternamente ameaçado pelos instintos mais vis do homem hoje como no tempo de Roma".

O deputado do PS considerou "lastimável que aqueles que vacilam, aqueles que fazem contas, que professam a paz a todo o custo não percebam que têm pela frente um homem com a mentalidade do século XVIII".

Pelo PSD foi ao líder parlamentar Joaquim Miranda Sarmento que coube a primeira intervenção, começando com uma palavra de "solidariedade com todas as vítimas desta guerra" e uma homenagem à resistência e coragem do povo ucraniano.

"Os ucranianos disseram que não se vergavam à ameaça, à força e à violência. (...) Não estiveram sozinhos e não estão sozinhos", enfatizou.

Os que acreditam "na liberdade, na democracia e na construção europeia", na opinião do deputado do PSD, não podem deixar de se "orgulhar pela forma unida como a Europa tem respondido no apoio à Ucrânia", avisando que "há um longo caminho a percorrer".

"Sabemos que os próximos meses serão muito duros para os ucranianos, mas o agressor russo tem que perceber que não verga as democracias, tem que perceber que a Europa está unida na defesa da Ucrânia e tem de perceber que, para nós europeus, a Ucrânia é parte da Europa", enfatizou.

Para Miranda Sarmento, "o agressor russo tem que perceber que o tempo em que na Europa um estado soberano invadia outro estado soberano terminou há muito", uma intervenção muito aplaudida e que terminou com um "Slava Ukraini".

Muitos deputados envergam hoje na sua roupa um laço com as cores da Ucrânia.

Leia Também:

...
 
Voltar
Topo