'Relatório do FMI para a saúde tem uma uma enorme falsidade'

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'Relatório do FMI para a saúde tem uma uma enorme falsidade'

O antigo ministro da Saúde Correia de Campos disse hoje que o relatório do FMI tem "uma enorme falsidade" quando refere que os gastos da saúde em Portugal têm vindo "a crescer desmesuradamente".
"Não vale a pena irem buscar as estatísticas que convêm para justificar uma ideologia e os pontos de vista neoliberais", afirmou, criticando o Fundo Monetário Internacional.
O antigo ministro intervinha, no sábado à noite, num fórum sobre a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS), promovido em Paços de Ferreira pela Federação Distrital do Porto do PS.
Para o orador, "cada dia se vai descobrindo que [o documento] funcionou apenas como encomenda de um mandante, o Governo português".
Falando perante cerca de 150 militantes e simpatizantes socialistas, Correia de Campos disse ser "falso" que a estimativa de crescimento das despesas na área da saúde, para o período de 2020 a 2030, seja de 4,5 %, frisando ser "uma afirmação [do FMI] apenas para meter medo".
O antigo ministro lembrou que há vários indicadores que rebatem os argumentos do relatório, nomeadamente o que diz que os países europeus da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) conseguiram controlar as despesas de saúde na última década.
"Portugal tem um registo admirável, com 1,5 % de crescimento anual durante os últimos 10 anos", insistiu.
Correia de Campos defendeu que "o SNS não deve ser destruído, mas pode ser reformado".
"O SNS é reformável e modificável. Pode ser tornado mais eficiente, podem ser identificados os seus desperdícios, mas não pode ser desfigurado", considerou.
Para o ex-governante, o Serviço Nacional de Saúde "é uma das jóias da nossa democracia e, como tal, devemos saber preservá-lo".
Por isso, acrescentou, um "pacote mínimo de cuidados, num país que tem um SNS, é passar de cavalo para burro" e "viola o princípio da universalidade".
Para Correia de Campos, "o sector privado [na área da saúde] tem todo o direito de existir, mas não tem o direito, nem a Constituição o permite, que prevaleça sobre o sector público".

Fonte:
 
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