Liu Guangyuan, comissário do Ministério das Relações Exteriores da China em Hong Kong, reuniu-se "há alguns dias" com o cônsul-geral dos Estados Unidos, Gregory May, para a entrega das cartas credenciais deste.
Nessa altura, "expressou forte desaprovação relativamente ao diplomata e ao seu consulado depois das suas palavras e atos impróprios que interferiram nos assuntos de Hong Kong", afirmou à agência de notícias francesa AFP um porta-voz do gabinete de Liu, sem especificar quando ocorreu aquela reunião.
Num evento online, no mês passado, o diplomata dos EUA, que assumiu o cargo em setembro, tinha dito que as suas primeiras impressões de Hong Kong suscitavam-lhe preocupações com o estado de direito, por causa da imposição de uma lei drástica sobre segurança nacional há dois anos.
O cônsul norte-americano também expressou preocupação relativamente à liberdade de ensino e à mudança no cenário dos média.
Gregory May também sublinhou que uma interpretação recente de Pequim desta lei, que expandiu a autoridade do governo daquele território da China, poderia "minar a independência do judiciário de Hong Kong".
Logo depois, o gabinete de Liu acusou May de "minar o estado de direito e a liberdade em Hong Kong".
Durante a reunião, o cônsul norte-americano foi ainda avisado para "não colocar em risco a segurança nacional da China, não se envolver e interferir na política em Hong Kong e não caluniar ou prejudicar as perspetivas de desenvolvimento" daquele território chinês, acrescentou o porta-voz.
Por sua vez, um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA disse hoje que o consulado em Hong Kong não comenta reuniões diplomáticas privadas. Mas "não hesitamos em expressar pública e privadamente a profunda preocupação dos Estados Unidos com a erosão da autonomia de Hong Kong", acrescentou.
A China impôs uma ampla lei de segurança nacional àquela ex-colónia britânica em 2020, para acabar com os enormes e muitas vezes violentos protestos pró democracia.
O texto criminalizava subversão, secessão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras.
Vários países ocidentais acusaram a China de querer acabar com as liberdades que, no entanto, havia prometido respeitar no território de Hong Kong.
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Num evento online, no mês passado, o diplomata dos EUA, que assumiu o cargo em setembro, tinha dito que as suas primeiras impressões de Hong Kong suscitavam-lhe preocupações com o estado de direito, por causa da imposição de uma lei drástica sobre segurança nacional há dois anos.
O cônsul norte-americano também expressou preocupação relativamente à liberdade de ensino e à mudança no cenário dos média.
Gregory May também sublinhou que uma interpretação recente de Pequim desta lei, que expandiu a autoridade do governo daquele território da China, poderia "minar a independência do judiciário de Hong Kong".
Logo depois, o gabinete de Liu acusou May de "minar o estado de direito e a liberdade em Hong Kong".
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