Ryanair: "Temos planos para ligar Lisboa e Porto por apenas 10 euros"

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Michael O'Leary, CEO da Ryanair, revelou ao Dinheiro Vivo alguns dos planos que tem para os aeroportos portugueses, entre os quais ligar Lisboa e Porto por apenas 10 euros. A companhia de aviação de baixo custo irlandesa prevê ainda duplicar o tráfego no nosso país nos próximos quatro anos, se conseguir negociar a entrada em Lisboa.

"No Porto, com mais um avião baseado e cinco novas rotas para este ano, esperamos aumentar o tráfego de 2,3 milhões para quatro milhões de passageiros; em Faro, temos planeadas duas novas rotas que permitirão passar de 1,5 para 3 milhões; e, em Lisboa, podemos gerar um tráfego de quatro milhões de passageiros em quatro anos", resumiu O'Leary.


Lisboa poderá receber oito aviões ("há 15 aviões disponíveis e, este verão, a Ryanair vai receber mais 305 aviões") e começar por "14 rotas", mas poderá ter "até 40 rotas", possivelmente "para os países onde a Ryanair é mais forte, como a Alemanha, a Itália, o Reino Unido, etc.". Se não vierem para Portugal, os 320 aviões novos da companhia "poderão ir para qualquer uma das 57 bases, entre as quais duas novas em Marrocos - Fez e Marraquexe".


"Nos nossos planos está, também, ligar Lisboa e Porto a tarifas de apenas 10€", desvendou O'Leary. "Se tiver de concorrer também com os caminhos de ferro, tanto melhor para os consumidores portugueses", adianta.


O CEO da Ryanair diz que "só um ingénuo não vê que o Estado português tem estado a proteger a TAP e a ANA no aeroporto de Lisboa" e por isso é que, ao fim de "anos de negociações com a ANA, nunca se chegou a um acordo". Para Michael O'Leary, àqueles interesses junta-se também a concorrente easyJet, que "abriu uma base em Lisboa, mas não aumentou o tráfego".

As "negociações com a Vinci" para uma base em Lisboa tiveram lugar "há cerca de seis semanas, no final de novembro, tendo sido incluída meia dúzia de aeroportos" na conversa. "Temos uma agenda de reuniões regulares com a Vinci, uma vez que voamos para quatro ou cinco aeroportos deles, portanto já em novembro havia a expectativa de serem os escolhidos para comprar a ANA e falou-se em Lisboa", revelou, sem querer explicar, todavia, de que forma é feita a negociação e se Lisboa será negociada "em pacote". O que é certo, diz, é que "nada ficará decidido antes de a venda da ANA estar concluída, lá para meados deste ano". Com a atual ANA, refere, "já nem vale a pena falar".

Há, no entanto, outras condições a debater antes de a Ryanair poder aterrar em Lisboa: "Espaço, instalações e preços face ao volume de passageiros pretendido." A companhia irlandesa entende ser "fundamental a ampliação do Terminal 2 ou um segundo aeroporto que deveria ser o do Montijo". Também os preços de Lisboa "terão de ser negociados, pois, neste momento, não são competitivos.

Com os preços atuais, podemos levar alguns passageiros; mas para levar mais pessoas teremos de ser justos e dividir os custos", adianta Michael O'Leary. Quanto aos receios de que a companhia de baixo custo possa reduzir as suas operações nas atuais bases do Porto e de Faro, assim que tenha garantida a base em Lisboa, o CEO da Ryanair rejeita em absoluto tal cenário. "Posso garantir que não irei retirar nenhum avião ou rota do aeroporto do Porto. Aliás, como disse, os nossos planos são de expansão nos aeroportos portugueses", confirmou ao Dinheiro Vivo.

"Não faz sentido pensar que quem aterra em Lisboa também pode ir para o Porto e, por isso, seria de eliminar este aeroporto. Também não faz sentido retirar voos de Faro, se é para lá que vão os turistas (como eu) passar férias. Temos várias cidades na Europa para onde voamos para três aeroportos na mesma cidade - Barcelona e Londres são dois bons exemplos - e há negócio para todos", apontou.

"Lisboa e Porto são dois mercados completamente diferentes e o enorme crescimento no turismo que o Porto teve desde que instalámos a base sustenta as operações da Ryanair. As rotas para França, por exemplo, funcionam extremamente bem. Nunca pensámos que houvesse tanta gente do Norte de Portugal a trabalhar em França - mais do que em Espanha", acrescenta.






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