"Saúde fiscal" do Japão sofre deterioração "sem precedentes"

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Também hoje, a Confederação de Sindicatos do país pediu aumentos de 5%, o valor mais elevado dos últimos 28 anos.


Na primeira intervenção parlamentar do ano, o ministro das Finanças destacou a "necessidade de garantir uma situação fiscal capaz de evitar a credibilidade do país e o bem-estar dos cidadãos".

"Após as ações em relação à pandemia do novo coronavírus e dos acordos sobre orçamentos suplementares, enfrentamos uma situação fiscal que se agrava e que cresce para níveis sem precedentes", disse o responsável pelas Finanças sobre a pressão que enfrentam as contas públicas japonesas.

Mesmo assim, Suzuki assinalou que a política do Governo liderado por Fumio Kishida está concentrada na promoção da revitalização económica "robusta", antes de novas medidas de ajustes fiscais.

O executivo prevê aprovar um orçamento de 806.000 milhões de euros em abril e que incluiu tranches adicionais para a mitigação dos custos com matérias-primas e energia.

O orçamento também incluiu um aumento dos gastos no setor da Defesa de cerca de 2% do Produto Interno Bruto (PIB), ficando ao mesmo nível dos países da Aliança Atlântica.

A dívida pública do Japão é a maior entre os membros do Grupo dos Sete Países mais Desenvolvidos (G7), situando-se em 265,5% em 2021, de acordo com os dados do Fundo Monetário Internacional.

A maior parte dos fundos de dívida do país (51%) são detidos pelo Banco Central do Japão, mas a entidade encontra-se sob crescente pressão dos mercados para aumentar as taxas de juro de referência.

No mesmo discurso, Suzuki disse que o Governo mantém como objetivo alcançar em 2025 o equilíbrio das contas públicas.

Por outro lado, a Confederação de Sindicatos do Japão (RENGO) pediu hoje uma subida de 5% dos salários, o valor mais elevado exigido pelos trabalhadores nos últimos 28 anos.

Hoje começaram as negociações entre a RENGO e associações patronais.

A confederação pede que mais de metade deste valor (05%) seja incluído no aumento salarial básico e a restante parte em aumentos anuais com base na antiguidade, para fazer face ao aumento da inflação que afeta a terceira economia mundial.

Para a responsável pelos grupos sindicais, Tomoko Yoshino, estes aumentos podem servir para aliviar as consequências da pandemia e a inflação assinalando que 2023 deve ser "o ano que representa um ponto de inflexão para mudar o futuro do Japão".

Masakazu Tokura, presidente da Federação Empresarial do Japão (Keidanren) disse estar de acordo com a sugestão dos sindicatos e apelou, por isso, aos responsáveis pelas diferentes empresas para, desta forma, "darem resposta à subida dos preços, cumprindo as responsabilidade sociais".

O índice de preços do consumo subiu 2,3% no Japão, devido ao aumento dos custos energéticos e das matérias-primas.

O primeiro-ministro, disse, a este propósito no Parlamento de Tóquio que a expansão salarial é a chave para vencer o "círculo" da redistribuição dos lucros empresariais e "estimular o gasto dos consumidores".

A apresentação formal das exigências sindicais deve ser exposta em fevereiro aguardando-se uma resposta final durante o mês de março.

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