Savile molestou centenas de menores durante 50 anos

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O antigo apresentador da BBC Jimmy Savile molestou crianças e adolescentes durante mais de 50 anos em hospitais, instituições de acolhimento e nas instalações da própria estação pública de televisão, revela um relatório da polícia britânica, sublinhando que a mais nova das vítimas tinha apenas oito anos.

O documento reúne as principais conclusões de três meses de investigação a Savile, desencadeada depois de, em Outubro, uma reportagem da estação ITV ter levantado o véu sobre o passado de abusos da antiga celebridade, que morreu em Outubro de 2011. O que resulta do inquérito, admite a própria polícia, “é uma imagem devastadora de abusos generalizados cometidos por um predador sexual”.
Ouvidas mais de 450 alegadas vítimas, a Scotland Yard diz ter reunido provas de que Savile cometeu 214 crimes, incluindo 34 violações, em 28 áreas de Inglaterra e País de Gales. O primeiro caso reportado remonta a 1955, em Manchester, e o mais recente a 2009, dois anos antes da sua morte.
Dados citados pelo jornal Guardian revelam que três quartos das vítimas eram menores, a maioria com idades entre os 13 e os 16 anos. A BBC adianta que num dos casos o abuso ocorreu quando a vítima, um rapaz, tinha apenas oito anos. O relatório refere também que muitos dos crimes ocorreram em 13 hospitais e instituições de que Savile se intitulava patrono ou que visitava para supostas acções de beneficência. Entre eles, um lar para crianças com doenças terminais e uma prisão para pessoas com problemas psiquiátricos.
Mas, como já tinha vindo a público, há inúmeras ocasiões em que o apresentador molestou as suas vítimas em instalações da própria BBC, onde trabalhou entre 1965 e 2006, incluindo no centro de televisão onde gravava o programa infantil Jim'll Fix It.
Segundo o relatório, “não há provas claras” de que o apresentador fizesse parte de uma rede pedófila, mas a hipótese de “ser parte de um grupo informal” de abusadores continua a ser investigado. Várias pessoas que trabalharam na BBC foram entretanto detidas por suspeitas de abusos.
A revelação do passado de Savile, que em 1990 tinha sido ordenado cavaleiro pela rainha, desencadeou uma série de inquéritos e investigações internas, três das quais pela própria BBC, que pretende apurar se antigas denúncias à conduta do apresentador foram ignoradas ou abafadas. A estação investiga também as razões que levaram os responsáveis pelo programa de actualidade NewsNight a abandonar uma investigação a Savile, em 2011, na mesma altura em que se preparavam tributos ao apresentador, que foram para o ar no Natal desse ano.
Mas o caso pôs também as autoridades britânicas a questionar a forma como, durante décadas, suspeitas e rumores sobre casos de pedofilia foram ignorados por quem tinha a responsabilidade de os investigar ou proteger os menores. “Este relatório traça uma forte imagem que enfatiza as trágicas consequências do que acontece quando a vulnerabilidade [de uns] colide com o poder [de outros]”, disse o comandante da Scotland Yard Peter Spindler, sublinhando a “pegada vasta, predadora e oportunista” de Savile.
Também por isso, o relatório agora conhecido oferece às vítimas uma pequena reparação pelos abusos e pelos anos em que as suas denúncias foram ignoradas. “Ter finalmente alguém que acredite em nós, não apenas poder contar o que aconteceu, mas ter quem acredite nisso, permite encerrar um capítulo”, disse à BBC Deborah Cogger, molestada em 1974 por Savile, quando tinha 14 anos e era interna numa escola para raparigas em Surrey.

jn
 
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